Voivod: Morgöth Tales comemora em grande estilo os 40 anos do influente grupo canadense
Resenha - Morgöth Tales - Voivod
Por Mário Pescada
Postado em 23 de dezembro de 2023
Nota: 8 ![]()
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Desde sua aparição em 1984 na coletânea "Metal Massacre V" (sim, daquela mesma série responsável por revelar um bocado de bandas que estão na ativa até hoje), o VOIVOD se destacou com um som estranho que misturava thrash metal com punk em uma música que mais parecia um hino a ser entoado antes de ir para a guerra.
E o mais estranho disso tudo é que o grupo acabou dando certo: sobrevivente de muitas mudanças de formação, pausas na carreira, perda de um membro fundador, entre outros perrengues, chegou em 2023 completando 40 anos de vida.
E para celebrar uma data marcante dessas (eu já passei dela...) a ideia inicial era lançar um disco comemorativo na forma da boa e velha coletânea, mas qual é, é o VOIVOD, nada pode ser simples, certo? Repensaram e então resolveram regravar nove faixas antigas, lançar uma música nova e fazer um cover (nada muito diferente também do que muitas outras bandas já fizeram antes, verdade) e voilà: surge "Morgöth Tales" (2023), décimo sexto disco de estúdio do grupo canadense.

As faixas escolhidas para serem regravadas são sons mais obscuros, que não foram lançados como singles, não tiveram vídeos promocionais ou poucas vezes foram incluídos nas apresentações. Quase todos os discos lançados pela banda entre 1984-2003 tiveram uma faixa selecionada, exceção para "War And Pain" (1984) e "Negatron" (1995) - "Condemned To The Gallows", faixa de abertura, foi lançada em algumas versões do debut "War And Pain" (1984), porém, em relançamentos, já como bônus.
Contando com músicos mais experientes e melhores equipamentos, todas as regravações de "Morgöth Tales" (2023) soam mais limpas do que as versões originais, mas sem perder a estrutura. "Thrashing Rage" traz o thrash metal típico do VOIVOD; "Killing Technology" teve sua intro reduzida em relação a original e merecia ser mais executada ao vivo; "Macrosolutions To Megaproblems" mostra porque Away é um ótimo baterista, cheia de tempos quebrados e de variações; "Nuage Fractal", uma das minhas favoritas, traz um bonito vocal melódico de Snake e baixo pulsante de Rocky e "Fix My Heart", com sua baita letra, traz uns riffs bem legais de guitarra de Chewy, que até usou equipamentos do falecido Piggy nas gravações, são bons exemplos.
Ainda tem as participações especiais de dois ex-membros: Eric "E-Force" Forrest, vocalista/baixista nos discos "Negatron" (1995) e "Phobos" (1997) com um vocal perturbador na faixa "Rise" e de Jason "Jasonic" Newsted (ex-METALLICA, FLOTSAM AND JETSAM), que esteve nos discos "Voivod" (2003), "Katorz" (2006) e "Infini" (2009), em "Rebel Robot", do autointitulado lançamento de 2003. As duas músicas, de convites pelos serviços prestados, acabaram superando as versões originais.
Quanto as novidades, confesso que não curti muito a faixa título, "Morgöth Tales", mas achei que foi uma ótima escolha e execução para "Home", música do PUBLIC IMAGE LIMITED, grupo do ex-SEX PISTOL Jhonny Rotten (ou John Lydon?), lançada em 1986. Facilmente você vai se pegar cantarolando a pra lá de negativa frase "Better Days Will Never Be".
Lançado no Brasil pela Shingami Records sob licença da Century Media Records, a versão nacional é muito caprichada: o CD slipcase possui capa extra e um baita encarte que traz fotos e um breve depoimento dos integrantes e convidados, as letras das músicas (exceto do cover "Home") e um texto de Jeff Wagner abordando um pouco sobre a banda e o conceito do disco (pena que não foi traduzido para o português).
O VOIVOD é mais uma dessas bandas que mesmo não tendo atingido o primeiro pelotão, ainda hoje, com suas capas estranhas, seu som truncado e repetitivo e suas letras distópicas recheadas de ficção científica, guerras, ficção científica, etc. ainda consegue ser relevante para muitos grupos de metal, punk, progressivo, industrial e alternativo, um verdadeiro cult.
Se assim como eu, você também se interessa pela banda, mas (ainda) não mergulhou em sua ampla discografia, "Morgöth Tales" (2023) é uma boa pedida para ir desbravando esse estranho, mas atrativo universo que os Voivodians, fãs que acompanham a banda de perto, tanto idolatram.
Formação:
Michel "Away" Langevin: bateria
Denis "Snake" Bélanger: vocais
Daniel "Chewy" Mongrain: guitarra, backing vocals, arranjos
Dominic "Rocky" Laroche: baixo
Faixas:
01 Condemned To The Gallows (original: compilação Metal Massacre V, 1984)
02 Thrashing Rage (original: Rrröööaaarrr, 1986)
03 Killing Technology (original: Killing Technology, 1987)
04 Macrosolutions To Megaproblems (original: Dimension Hatröss, 1988)
05 Pre-Ignition (original: Nothingface, 1989)
06 Nuage Fractal (original: Angel Rat, 1991)
07 Fix My Heart (original: The Outer Limits, 1993)
08 Rise feat. Eric "E-Force" Forrest (original: Phobos, 1997)
09 Rebel Robot feat. Jason "Jasonic" Newsted (original: Voivod, 2003)
10 Morgöth Tales
11 Home (PUBLIC IMAGE LIMITED cover)
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