O talento dos quatro jovens é inegável e está acima da crítica
Resenha - Battle at Garden's Gate - Greta Van Fleet
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 15 de maio de 2021
Nota: 9
Quando conheci o quarteto estadunidense Greta Van Fleet, eu fui mais simpático que a horda de roquistas que ficaram enfurecidos com a suposta tentativa deles de copiar uma certa lenda inglesa. Limitei-me a defini-los como "a banda que surgiu para responder aquela pergunta que ninguém nunca fez: 'Como o Led Zeppelin soaria se Andrew Stockdale voltasse no tempo e tomasse o lugar de Robert Plant?'".
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Brincadeiras à parte, é fato que eles são um dos nomes mais interessantes a surgirem no rock na última década. Não são, absolutamente, a "salvação" do gênero - se é que ele precisa de uma. Tanto que considerei a premiação deles no Grammy uma grande derrota para o rock, pois passou um recado bem infeliz às bandas contemporâneas: não tentem fazer um som diferente daquele feito pelos nomes tradicionais.
Mas o talento dos quatro jovens é inegável e está acima da crítica. E o segundo disco cheio deles, The Battle at Garden's Gate, veio para reforçar isso e para afastá-los da estigma de "cópia do Led Zeppelin".
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Escrito já com essa meta em mente, o álbum traz nada menos que 12 exemplos de que o grupo com certeza é capaz de produzir algo mais autêntico, porém sem deixar de beber do rock setentista até entrar em coma alcoólico.
A abertura "Heat Above" já anuncia isso, e ainda traz belas passagens de um órgão que não sobraria se fosse entregue a um quinto membro e consequentemente incorporado ao som usual deles.
Depois de uma sequência de rock da mais alta estirpe, temos algumas "arriscadas", como as baladas "Tears of Rain" e "Light My Love" - sendo a primeira, profunda e emotiva, bem mais interessante que a segunda, genérica e abaixo da média do grupo.
Há alguns momentos sensivelmente soturnos na obra, como "Age of Machine", embora ainda fique bem distante do que eu esperava após a banda prometer um álbum mais "sério". Essa seriedade, segundo eles, era consequência de turnês mundiais que lhes permitiram testemunhar algumas "mazelas" do planeta.
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Os ecos de Led Zeppelin ainda são fortes, é verdade ("Built My Nations", por exemplo), mas o movimento deles em direção à "emancipação sonora" é claro e muito mais nítido do que aquele feito pelo quarteto australiano Airbourne, por exemplo (os coitados são até hoje acusados de copiar o AC/DC).
Independentemente da altura em que você trace a linha que separa "influência" de "cópia", essa sua linha não consegue riscar o Greta Van Fleet do mapa de grandes nomes contemporâneos. E se The Battle at Garden's Gate não te convencer de que essa galera verdadeiramente presta, nada mais o fará.
Abaixo, o clipe de "My Way, Soon".
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FONTE: Sinfonia de Ideias
https://sinfoniadeideias.wordpress.com/2021/05/14/resenha-the-battle-at-gardens-gate-greta-van-fleet/
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