Green Day: Desafiando conservadores em novo álbum
Resenha - Father of All Motherfuckers - Green Day
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 08 de fevereiro de 2020
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Quer você queira ou não, o Green Day já conquistou um espaço no rock clássico, graças aos seus vários hits e a pelo menos três álbuns seminais do tal pop/punk nos anos 90 e década passada. Em seu décimo terceiro álbum, "Father of All Motherfuckers" (2020), o trio californiano aparentemente se despede de sua atual gravadora, mandando um inspirado e irônico "foda-se" a todos os caretas da atualidade.
Aqui, os caras visaram um som diferente: um rock ‘n’ roll espontâneo e polido ao mesmo tempo, unindo abordagens retrô e produção moderna no mesmo pacote. Quase todas as letras são bem-humoradas e ácidas, seja em suas críticas políticas (adivinhem os alvos) ou nos momentos de "crise adolescente de meia-idade". Entre as acertadas mudanças, o vocalista Billie Joe Armstrong canta com uma voz mais aguda e influenciada pela Motown, enquanto o baixista Mike Dirnt e o baterista Tré Cool se divertem com novas possibilidades de ‘grooves’.
Na ótima faixa-título "Father of All...", há um belo exemplo da vitamina sonora do disco: das batidas à la "Fire" (do Jimi Hendrix) a uma espécie de indie-punk com temperos de soul sacolejante, pronta para levar sua letra sobre o caos mundial a algum comercial de carro. A também ótima "Fire, Ready, Aim" remete aos singles do The Hives e se mostra eletrizante em cima de sua esperta temática sobre pessoas que tomam atitudes precipitadas.
A bacaníssima "Oh Yeah!" é um glam rock modernoso que aborda a distração das pessoas com mídias sociais num planeta problemático, e ainda traz samples da versão feita pela Joan Jett para a música "Do You Wanna Touch Me" (do condenado cantor Gary Glitter). Outra música de tom político certeiro é a boa "Graffitia", que junta fatos passados e presentes no mesmo raciocínio social, soando como uma melódica fusão do Bruce Springsteen com o The Clash.
A ótima "I Was a Teenage Teenager" é um indie rock fofinho de letras nostálgicas e guitarras pesadas à la Weezer. A excelente "Stab You in the Heart" é quase um rockabilly meio anos 50, no qual Armstrong encarna com irreverência um personagem misógino e idiota. Entre os pontos fracos, "Meet Me on the Roof" é boba em sua tentativa de levar o ouvinte a um cenário feliz dos anos 60, enquanto que "Junkies on a High" soa como um Imagine Dragons dopado.
"Father of All..." é o início de uma nova e desapegada fase para o Green Day. Seu maior acerto é nos fazer esquecer brevemente de álbuns como "Dookie" (1994) e "American Idiot" (2004), graças às suas novas nuances sonoras e formas frescas de abordar os temas de sempre. Algumas vezes, só precisamos de 26 minutinhos de canções grudentas e dançantes em algum Spotify da vida. Sim, punks de butique também podem ser motherfuckers!
Músicas:
1. Father of All...
2. Fire, Ready, Aim
3. Oh Yeah!
4. Meet Me on the Roof
5. I Was a Teenage Teenager
6. Stab You in the Heart
7. Sugar Youth
8. Junkies on a High
9. Take the Money and Crawl
10. Graffitia
Outras resenhas de Father of All Motherfuckers - Green Day
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Os dois bateristas que George Martin dizia que Ringo Starr não conseguiria igualar
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
Graspop Metal Meeting terá 128 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Guns N' Roses lança duas novas canções
O defeito muito grave dos baixistas de heavy metal na opinião de John Entwistle
Bruce Dickinson relembra, com franqueza, quando foi abandonado pelos fãs
Ouça "Nothin'" e "Atlas", novas músicas do Guns N' Roses


Green Day: novo disco é, basicamente, um peido
A canção punk que Billie Joe Armstrong queria ter escrito; "a guitarra é surreal"
Os 25 melhores álbuns de rock lançados nos últimos 25 anos, de acordo com a Loudwire
"Mouse Para Sima": a cola do Green Day para se comunicar com os fãs brasileiros
Líder do Cro-Mags cobra ajuda de Metallica, Pantera, Green Day e Avenged Sevenfold
A banda de rock que tem o melhor show do mundo atualmente, segundo o G1
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


