Brutal Truth: Condições extremas exigem respostas extremas
Resenha - Extreme Conditions Demand Extreme Responses - Brutal Truth
Por Ricardo Cunha
Postado em 16 de setembro de 2019
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Fundada na cidade de Nova York / EUA em 1990. Após alguns shows, a banda assina com uma gravadora inglesa, que lança o álbum em questão. Em seguida, no mesmo ano, lançam o EP Perpentual Conversion. Após várias turnês e os mini-álbuns Neglect e Birth of Ignorance o baterista Scott Lewis deixa a banda, sendo substituído por Rich Hoak, que ficaria até a completa separação do grupo.
O Brutal Truth NÃO foi pioneiro do grindcore na América do Norte (o Repulsion já fazia isso em 1986). Apensar de suas músicas serem ultra-rápidas, violentas e sem qualquer traço de melodia ou sutileza, o grande mérito do grupo foi o de levar o gênero para novos horizontes. E o que digo pode ser verificado pela audição do álbum do qual agora falaremos.
Foi nesse ponto que as linhas entre a cena do grindcore (até aquele momento, um ramo do punk) e a cena do metal (em particular o death metal) começaram a se entrelaçar. O grindcore era punk, mas a partir deste ponto se tornou uma espécie de terreno neutro para punks e bangers se encontrarem. Como resultado, duas cenas que passaram a década de 1980 se confrontando, começaram a dialogar. Como efeito, ao longo dos anos 90, as bandas Crust radicalizaram sua posição em relação a ideologia anarco-punk, enquanto as [bandas] grindcore passaram a influenciar as bandas thrash metal e a se deixar influenciar por elas.
Com toda essa carga de lucidez, Extreme Conditions Demand Extreme Responses é mais um manifesto do que um slogan. Com músicas como Stench Of Profit e Anti-Homophobe a banda demonstrava um nível de amadurecimento que outras bandas da mesma época não haviam atingido. Um exemplo disto é que as questões anti homofobia só vieram a ser discutidas abertamente muitos anos mais tarde. Quando Mark "Barney" Greenway acendeu como letrista, o nível dos argumentos se tornaram bastante elevados, mas foi com o Brutal Truth que as bandas grindcore passaram a se sentir engajadas num movimento em que a raiva por si só, não era tão relevante.
H.O.P.E., ao contrário do que podemos esperar, fala de desesperança, e figura como um dos destaques deste álbum composto de 15 faixas que totalizam 45:12.
Conceitualmente, "Extreme Conditions" denota uma visão escatológica sobre como as coisas devem ser resolvidas. Contribuiu para tanto, o trabalho do produtor Colin Richardson que, ao privilegiar a crueza absoluta, conseguiu, juntamente com a banda, ressignificar a marca do grindcore no universo da arte em geral. E mais, deu brilho às imperfeições do processo de gravação.
Por fim, a formação que gravou este disco é mais conhecida pela participação dos integrantes em bandas de metal. E, de fato, ao introduzir uma sonoridade mais "metal" na fórmula do grindcore, a banda ajudou a popularizar o estilo em muitos cantos do mundo. Danny Lilker foi guitarrista do Anthrax, SOD e Nuclear Assault, Scott Lewis foi baterista do Exit-13, Kevin Sharp foi vocal do Damaged e Brent "Gurn" McCarthy foi guitarra do John Connelly Theory.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
Moyses Kolesne, do Krisiun, celebra permanência do Internacional na primeira divisão
O álbum que é uma obra-prima tanto para Jimi Hendrix quanto para Kate Bush


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


