Underoath: Mais livres e amadurecidos em novo disco
Resenha - Erase Me - Underoath
Por Renan Soares
Postado em 09 de abril de 2018
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Após oito anos de espera, a banda americana de metalcore Underoath finalmente lançou seu disco novo. O intitulado "Erase Me", vem para suceder o "Ø", lançado em 2010, e é o primeiro trabalho completo da banda desde o seu retorno as atividades em 2015.
Admito que até certo tempo atrás eu nem sequer tinha ouvido falar na banda, passei a conhecer após ver notícias sobre o disco novo, onde em uma delas, o vocalista Spencer Chamberlain comentava sobre sua vida pessoal durante o período de hiato da banda, onde os problemas passados por ele nesse tempo foi um dos pilares para o grupo abandonar o rótulo de "banda cristã" que sempre carregaram por toda a carreira.
Sobre esse assunto, eu não me aprofundarei nele nesse texto, há algumas semanas eu publiquei uma matéria aqui no site explicando toda essa história.
No fim das contas, todas essas histórias me deixaram curioso em relação ao som do Underoath, sendo assim, decidi dar uma chance a eles e fui ouvir o seu trabalho. Mas, para poder avaliar principalmente o novo trabalho deles, ouvi primeiramente as músicas antigas deles.
Com isso, parei para ouvir os seguintes discos: "They’re Only Chasing Safety" de 2004, considerado como um dos mais notáveis do grupo, o "Ø" de 2010, último lançado por eles antes do hiato, e o "Erase Me".
Começando na ordem cronológica, comecei com o "They’re Only Chasing Safety", e logo falo que batalhei para conseguir ouvir esse álbum até o fim, pois não o achei ruim, achei MUITO ruim. Os gritos do vocalista Spencer nessa época incomodaram muito meus ouvidos, pois eram feitos sem ritmo nenhum, fazendo que os mesmos ficassem bem desagradáveis, isso sem falar que o instrumental não batia bem com o vocal. Isso sem falar que a voz do baterista Aaron Gillespie soa adolescente até demais.
Falando rapidamente do "Ø", segundo disco da banda que parei para ouvir, posso dizer que ele é "menos ruim" do que o "They’re Only Chasing Safety", mas ainda assim, ouvi-lo não foi uma boa experiência para mim por quase a mesmas razões já citadas anteriormente, sendo que um pouquinho melhoradas.
Após essas duas "más experiências", fui finalmente ouvir o "Erase Me" esperando algo diferente, já que o próprio Chamberlain disse em entrevista que abandonar o rótulo de "banda cristã" ajudou o Underoath a se libertar musicalmente. E após ouvir todo o álbum, essa foi a conclusão que tive sobre o trabalho.
O "Erase Me" é infinitamente muito melhor do que os álbuns citados anteriormente, o vocal do Chamberlain amadureceu durante esse tempo em que a banda ficou fora da ativa, e seus gritos estão sendo utilizados de forma mais consciente e mais agradável para os ouvidos, além de não serem mais usados de forma tão exageradas como eram.
Um ponto positivo perceptível para aqueles que souberam das dificuldades passadas pelo Spencer durante o hiato, é que as músicas, principalmente as mais pesadas, estão soando mais "raivosas", sendo um possível resultado de tudo aquilo que o vocalista queria expressar por conta desse período difícil em sua vida.
Outro ponto positivo é o fato da banda estar soando bem menos adolescente, o que provavelmente é resultado da redução das participações do Aaron nos vocais.
Outra evidência da banda estar mais livre após se livrar do rótulo cristão é a presença de palavrões nas suas letras, como podemos ver nas músicas "On My Teeth", "ihateit" e "Hold Your Breath".
E esse próximo detalhe que vou citar pode até soar besta, mas acho que faz um pouco a diferença, sendo ele, o fato da banda ter parado de dar nomes muito grandes as suas músicas (sério, antes eles colocavam frases inteiras como título nas músicas). Pode parecer basteira, mas as músicas são pronunciadas de forma mais simples pelos fãs sendo os títulos mais reduzidos, como foram apresentados no disco novo.
O único momento em que o grupo soou um pouco como o "Underoath de 2010 para trás" foi na faixa "Sink With You", mas específico em seu fim onde o instrumental ficou muito confuso.
No mais, o Underoath conseguiu mostrar todo o seu amadurecimento e evolução no "Erase Me", resultando em um ótimo disco. Talvez o tempo em que ficaram afastados, e sem produzir materiais novos, deve ter feito bem musicalmente para todos os integrantes.
Tracklist:
1. It Has To Start Somewhere
2. Rapture
3. On My Teeth
4. Wake Me
5. Bloodlust
6. Sink With You
7. Ihateit
8. Hold Your Breath
9. No Frame
10. In Motion
11. I Gave Up
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
O vocalista que o Black Sabbath deveria evitar, de acordo com Ozzy Osbourne
O guitarrista que Neil Young colocou no mesmo nível de Hendrix, e citou uma música como "prova"
A música "complicada" do Pink Floyd que Nick Mason acha que ninguém dá valor
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O megavocalista que Axl Rose teve como seu maior professor; "eu não sei onde eu estaria"
Novo boletim de saúde revela o que realmente aconteceu com Clemente
A banda que John Paul Jones considerava num patamar acima do Led Zeppelin
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


