Phantom Blue: As moças realizam um completo debulho em álbum
Resenha - Phantom Blue - Phantom Blue
Por Ivison Poleto dos Santos
Postado em 11 de março de 2018
Continuando as homenagens às nossas cara-metades, aqui vai o álbum que eu ouso dizer que é o melhor já feito por uma banda só de mulheres, e sinceramente, um dos melhores que já ouvi na minha vida. Uma verdadeira obra-prima obrigatória for those about to rock. É um daqueles álbuns que fica difícil explicar o porquê de não ter estourado e não ser referência no mundo do Metal. Acho que simplesmente não era para ser. Simples assim, pois Chamar "Phantom Blue" de obra-prima é pleonasmo. Não tem música ruim neste álbum.
Bom, estava eu lá pelos idos de 1991, creio, em um dos lugares que eu mais adorava na época: a loja de discos usados. Naquela época o pessoal estava trocando os álbuns de vinil por cds (muitos se arrependeram amargamente) e apareciam verdadeiras preciosidades na loja. Confesso que só comprei o álbum porque era uma banda só de mulheres. Sempre tive
verdadeira adoração por bandas só de mulheres. Acho que o contraste da voz feminina com a agressividade das guitarras distorcidas fica o máximo.
Cheguei em casa e coloquei a bolacha no toca-discos. Rapaz, que banda! Que som maravilhoso! As moças realizam um completo debulho em "Phantom Blue". Nicole Couch e Michelle Meldrum (RIP) fazem uma dupla de guitarristas que não deixa nada a dever às duplas masculinas. Vocalista Gigi Hangach com sua voz rouca, rasgada e ao mesmo tempo quente e melódica. Poucos(as) consegue fazer o que ela faz. A cozinha feita por Linda McDonald e Kim Nielsen faz o meio campo com muita competência.
Classificar "Phantom Blue" é uma tarefa muito difícil devido à variedade e à complexidade que as moças impuseram ao álbum. Há momentos quase frenéticos próximos do thrash oitentista como a faixa de abertura "Going Mad", baladas hard rock como ''Why Call It Love?'' e faixas mais próximas do metal tradicional como ''Never To Late'' (aliás, a minha preferida).
Mas o que realmente chama a atenção é a competência musical das moças. Tocam muito, mas muito mesmo. Para se ter uma ideia, a dupla de guitarristas Michelle Meldrum e Nicole Couch foram alunas de Paul Gilbert. Precisa falar mais alguma coisa? As moças usam e abusam dos arpejos maiores, uma técnica que estava começando a ser usada pelos guitarristas de Metal, como se fosse brincadeira de criança.
A voz de Gigi Hangach também beira a perfeição. Dona de uma afinação perfeita, ela brinca a vontade com as técnicas vocais. Faz uma rouca e quente quando necessário, alternando da rasgada para limpa numa brincadeira.
Infelizmente a banda lançou só mais um álbum mais ou menos com a mesma formação, que não chega nem aos pés deste. As moças foram cada uma para o seu lado, embora Linda McDonald tenha insistido até o ano 2000, quando somente ela era membro original. Depois disso, Linda formou as The Iron Maidens. A baixista Kim Nielsen se tornou música de estúdio, produtora e agente. A vocalista Gigi abandonou a carreira e mora em Las Vegas onde é ativista dos direitos dos animais. Nicole Couch mudou-se para Nova Iorque onde dá aulas de música e sua companheira das seis cordas, Michelle Meldrum, depois de montar várias bandas, faleceu em 2008 de hemorragia cerebral.
Enfim, um álbum memorável que merece estar em todas coleções de quem quer entender esse tal de Metal.
Lista de músicas:
1. Going Mad
2. Last Shot
3. Why Call It Love?
4. Frantic Zone
5. Slow It Down
6. Walking Away
7. Fought It Out
8. Never To Late
9. Out Of Control
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