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Coletânea Roadie Metal: trabalho atinge a marca de dez volumes

Resenha - Volume 10 - Coletânea Roadie Metal

Por Bruno Rocha
Postado em 27 de janeiro de 2018

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Mais que sedimentada como a coletânea mais importante do Heavy Metal nacional, a Coletânea Roadie Metal, idealizada pelo programa de rádio, site e assessoria de imprensa de mesmo nome na pessoa de Gleison Júnior, chega a marca notável de dez volumes lançados, sempre documentando e catalogando as novidades e o que vem acontecendo no cenário Metal de nosso amado e combalido país Brasil. Apesar de combalido, os músicos que batalham em nosso underground conseguem captar forças até das tripas para continuar a produzir trabalhos com muito talento, o que reafirma a posição que o Brasil ocupa de um dos países mais respeitados do universo em se tratando de Metal.

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Como já é de praxe, a Coletânea vem embalada num material muito bem acabado, simples, mas de muito bom-gosto. Como sempre, a arte de capa chama a atenção, tendo sido mais uma vez assinada pelo artista Marcelo Nespoli e que lembra as artes dos clássicos de King Diamond. O encarte interno em forma de livreto traz informações detalhadas de todas as 38 bandas (o maior número de participantes da história desta coletânea) que tomaram parte deste trabalho. Como vem acontecendo desde muitas edições anteriores, a coletânea vem em formato duplo, colocando 18 bandas em cada CD, sendo que as bandas de estilos mais acessíveis e/ou melódicos foram alocadas no CD 01, enquanto as bandas "barra pesada" de vertentes mais agressivas e extremas ocuparam os lugares do CD 02.

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Ei-las:

O EXORDDIUM teve a honra de abrir o CD 01 com "Hail" e seu Heavy Metal tradicional empolgante, bem produzido e de letras "clichê" em português. Se a intenção do banger é puramente se divertir e bater cabeça, as letras casam bem com tal mister. O Metal Sinfônico do SPHERASTRAL vem logo a seguir com a faixa "My Destiny", bem variada e composta, mas que peca por deixar as orquestrações bem mais altas que as guitarras. O intrumento de seis cordas não pode jamais ter ameaçada sua posição de protagonista. Os brasilienses do TUPI NAMBHA apresentam seu Folk/Groove Metal através da faixa-título de "Invasão Alienígena", pesado, cantado em tupi-guarani e com influências da música nativa indígena. Sim; temos nosso próprio Pagan Metal! A banda DIXIE HEAVEN sabe criar um Metal tradicional e bem produzido, mas precisa se desligar um pouco das influências latentes e excessivas até demais de Iron Maiden (uma problemática que afeta milhares de bandas mundo afora, diga-se de passagem. Não precisamos de um novo Iron Maiden, por favor!). Recomenda-se que faça como a banda HOLDER OF SOULS, que consegue impor identidade em seu Metal tradicional, mas que precisa ser seu som melhor trabalhado em estúdio. O mesmo conselho se aplica a banda ANFEAR, um dos nomes que vem chamando a atenção no nicho do Metal Sinfônico e que precisa trabalhar mais a agressividade das guitarras. Assim como fez a ótima banda PERPETUAL LEGACY de Brasília, que soube balancear o lado sinfônico com o lado Metal. Destaque para a agradavel voz da cantora Michelle Braglia. O músico recifense RUI CAMPOS mostra que a sonoridade típica do Rock nacional pode sim ser acessível e competente sem precisar apelar para elementos inssosos de Pop. THE MELTIES atinge a queima-roupa com seu Rock agressivo com influências de Punk, bastante sujo, em sua curta música "Hit Me".

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Influências de Nightwish e Cradle Of Filth são notáveis em mais uma representante do Metal Sinfônico da coletânea, a ótima e pesada ATRORIUM. Sua épica e bem construída composição "One More Victory" é um dos destaques desta edição do trabalho. O guitarrista carioca HECTOR RIBEIRO mostra na instrumental "Between Life And Death" que, além de um baita guitarrista, é um ótimo compositor. A partir das letras de protesto do Rock Alternativo da banda KABESATÉLITE começa a sessão "português" da coletânea, que se segue com o Metal melódico mas de vocal agressivo da banda ALMA NEGRA. Felizes referências à grande banda Alice In Chains ecoam no Rock da banda SUMERIUS, cujo destaque são a voz e a intepretação de Wallen Maia. Se foi intenção ou não da banda VOLÚPIA em soar como se estivesse trancado numa garagem nos anos 80, é melhor investir um pouco mais na produção de seus trabalhos, pois a banda mostra um ótimo Metal tradicional em "Rebelião". Agora entra uma louvável atitude do idealizador da Coletânea em incluir na mesma a banda catarinense PELTSTROK, cujas letras são de cunho cristão. Isso mostra que não precisamos segregar bandas em nosso cenário tão-somente pelo o que é cantado em suas letras, e que ótimas bandas podem ser conhecidas se todos se despirem de seus preconceitos, mazela esta que tristemente infesta e prejudica o Metal nacional. União é tudo! Agora, com todo respeito a banda EM CHAMAS, seu vocalista precisa urgentemente frequentar aulas de canto e também de inglês, para o bem e o desenvolvimento da banda que já possui um bom instrumental. O músico JOHNNY O' RIVER encerra o CD 01 com seu Nu-Metal sujo e pesado de "Koctive".

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Partindo agora para o brutal CD 02, damos de cara com o Death Metal cadenciado e técnico do INNER FLAMES em "Expurgo". O PLACE TO DIE apresenta um Thrash Metal old school como somente os brasileiros sabem fazer; destaque para o timbre do caixa da bateria de Luis Ricardo. Deathcore é o campo de atuação da banda THE DAMNED HUMAN FLESH, que precisa trabalhar melhor a mixagem de sua programação de bateria. Mais Thrash Metal bem produzido e com influências de Sacred Reich agride nossos ouvidos através da banda paulista LONE HUNTER com sua instrumental "The Wake Up Of Angry". Nota-se aqui uma proposta diferenciada, que é trabalhar guitarra instrumental tendo como base o Thrash Metal. HOLLOW HEAD exibe um Metal acessível e empolgante, cuja faixa "Disrupted Conducted" prova que Lucas Simões cria grudentas linhas vocais e é dono de um timbre forte e pesado. Mais Thrash Metal, desta vez com um chamativo trabalho de guitarras, é apresentado pela banda alagoana KALONIA, cujo único integrante Hudson Feitosa toca todos os intrumentos. A banda de Deathcore COLLAPSE NR mostra muita técnica em sua música "Chega!", mas a bateria muito alta e a mixagem não ajudam a compreender e absorver a proposta da faixa em questão, principalmente nas partes mais rápidas. Os timbres cortantes de guitarra à la Slayer são os atrativos da ótima banda de Thrash Metal paranense UFRAT. Em seguida vem a banda capixaba GRAVEKEEPERS, que traz um Groove Metal bem variado.

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Mais uma banda de Metal com traços melódicos encimados por vocais agressivos é a VEUMOR, de Belo Horizonte. Vale a pena dar uma sacada a mais nesta banda. Pronto: daqui até o final só vamos encontrar Thrash Metal! Os paranaenses do THRASHALL o apresentam com influências do trabalho de guitarras do Megadeth em "Recaída", que vem seguido pelo Thrash "Metallica/Slayeriano" da banda capixaba LAMENTO. A banda potiguar ACÃO LIBERTÁRIA apresenta um Thrash/Crossover agressivo e de atitude. O CRUSHING SOULS traz um Thrash Metal cadenciado com alguma passagem pelo Death, bem composto sujo na medida certa. O zelo com a produção deve ser lembrado a banda MONSTERHEAD, para que seu Thrash simples e eficiente seja melhor entendido. Mais Thrash Metal variado e fulminante aparece com a banda paulista REVENGE RITUAL. Ainda bem que sabemos que a banda paulista ONE THOUSAND DEAD está se preparando para lançar um novo trabalho para suceder este "Infernizando" que foi bastante castigado com a má-produção. O mesmo se aplica a banda brasiliense SONS OF RAGE, que é dona de um Thrash Metal com ótimo trabalho de guitarras, e que por isso precisam também se precaver mais com a questão de produção.

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Ok! A Coletânea Roadie Metal sempre nos proporciona uma agradável e destruidora maratona onde conhecemos grandes e promissoras bandas de nosso Metal nacional. Mas há um ponto que não pode passar batido. Trinta-e-oito bandas participaram desta edição da coletânea, mas não existe nenhuma sequer genuinamente de Black Metal ou de Doom Metal. Dois dos estilos mais respeitados do Metal e com grandes representantes brasileiros foram ignorados. O Brasil é um polo do Black Metal mundial e também possui excelentes bandas de Doom, Death/Doom, Stoner, Sludge e Gótico. Aliado ao fato de que no CD 02 há um excesso de bandas de Thrash Metal, isto é um detalhe a se considerar para as próximas edições desta respeitada coletânea. Respeitada por entre outros motivos ter dado espaço para estes estilos em edições anteriores. Outra falha, desta vez não por culpa da organização da coletânea, mas sim das próprias bandas, são as más-produções de grande parte das faixas. Recomenda-se: não precisa ter pressa para lançar seu trabalho. De nada adianta a banda confiar no seu talento se os ouvintes não conseguem absorvê-lo por causa de péssimas mixagens. Espere um pouco, invista um pouco mais nos gastos em mixagem e produção, e seu trabalho será bem mais elogiado, aproveitado e reconhecido.

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Claro que nem tudo aqui são pontos negativos. A própria iniciativa da Roadie Metal em dar espaço às bandas nesta coletânea que é tão bem cuidada e preparada com bastante zelo é digna de louvor. O fato de não fazer distinção de bandas somente pelo conteúdo de suas letras também é algo que precisa se elogiar em meio a uma tão preconceituosa classe headbanger, como é a brasileira. Todos tem o direito de se expressarem da forma que bem entendem no Heavy Metal, seja falando de Deus, do Capeta, de cachaça, de guerras, de paz, do que quer que seja! Agindo assim, estamos pondo em prática uma cláusula pétrea do Metal, que é a liberdade.

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Sejamos, pois, livres para nos expressarmos. E corajosos para defender aquilo em que acreditamos. Mesmo que outras pessoas tenham pensamento distinto do seu, sempre terá alguém que lhe ajudará a alcançar um maior reconhecimento, independentemente de ideias, pois tudo que o Metal brasileiro mais precisa atualmente é de UNIÃO! Parabéns a Roadie Metal por pôr esta tão auspiciosa ideia em prática, de unir e documentar nesta coletânea bandas com um só ideal, Rock e Heavy Metal!

Coletânea Roadie Metal - Volume 10

Tracklist:

CD 01:
01. Exxordium - Hail
02. Spherastral - My Destiny
03. Tupi Nambha - Invasão Alienígena
04. Dixie Heaven - Riding The Thunder
05. Horder Of Souls - Horder Of Souls
06. Anfear - Lady Of The Rivers
07. Perpetual Legacy - Looking For The Endless Light
08. Rui Campos - Sobre O Tempo
09. The Melties - Hit Me
10. Atrorium - One More Victory
11. Hector Ribeiro - Between Life And Death
12. KabeSatélite - Verme
13. Alma Negra - Verdades Controversas
14. Sumerius - Tudo Ou Nada
15. Volúpia - Rebelião
16. Peltstrok - Oceanos
17. Em Chamas - Devil In My Mind
18 - Johnny O' River - Koctive

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CD 02:
01. Inner Flames - Expurgo
02. Place To Die - The Cohesion Of Your Acts
03. The Damned Human Flesh - Ruínas
04. Lone Hunter - The Wake Up Of Angry
05. Hollow Head - Disrupted Conduct
06. Kalonia - The Blame Will Haunt You
07. Collapse NR - Chega!
08. Ufrat - Confronting Death
09. Gravekeepers - Senhor Do Caos
10. Veumor - Insula Morgue
11. Thrashall - Recaída
12. Lamento - Elysium
13. Ação Libertária - Cidadão de Bem
14. Crushing Souls - Nossos Inimigos
15. Monsterhead - This Perfect Game
16. Revenge Ritual - Jogado As Traças
17. One Thousand Dead - Infernizando
18. Sons Of Rage - The Two Fac Of A Man

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Sobre Bruno Rocha

Cearense de Caucaia, professor e estudante de Matemática, torcedor do Ferroviário e cafélotra. Entrou pelas veredas do Heavy Metal na adolescência e hoje é um aficionado e pesquisador de todos os gêneros mais tradicionais desta arte e de suas épocas. Tem como forte o Doom Metal, não obstante o sol de sua terra-natal.
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