Hell's Punch: Um verdadeiro soco na cara
Resenha - Burn It Down - Hell's Punch
Por Eduardo Paulista Simões
Postado em 12 de dezembro de 2016
Quando o Hells Punch surgiu na cena de Belo Horizonte a primeira pergunta era qual seria o estilo da banda, afinal, havia uma curiosa junção de músicos experientes, mas com histórias musicais nem sempre muito parecidas.
O guitarrista e vocalista Sérgio Ferreira veio do Overdose, banda que gravou CDs de vários estilos. Já o guitarrista Marck gravou dois CDs com uma das bandas mais polêmicas e extremas da história do heavy metal brasileiro, o SexThrash. No baixo e na bateria houve uma certa rotatividade, mas sempre contando com músicos experientes.
A resposta veio com o CD Burn It Down. As músicas trazem um bom thrash com fortes influências de Slayer, Sepultura e Pantera. Mas também é possível ouvir um pouco de Machine Head, Exodus e Sick of It All. Lembra da sensação de colocar CD Vulgar Display of Power do Pantera e pensar que a capa reflete exatamente o disco? Com o Hells Punch a sensação é a mesma, só que aqui a relação é com o nome da banda: não há um momento que não soe como um "soco" (Hells Punch significa "soco infernal" em inglês).
Embora todas as músicas sejam excelentes, algumas merecem destaque. Hate abre o disco com um riff com forte influência de Slayer, servindo como um cartão de visita do thrash da banda. God Against God tem apenas 1m54seg mostrando a tendência do CD de ir direto ao ponto. Nessa música é possível perceber influências de Hard Core, especialmente de bandas de NYHC como Biohazard e Sick of It All. A música A Stupid Fucking Nation, uma das melhores do CD, tem um riff que lembra as primeiras bandas de thrash, ainda nos anos 80. A influência, além de muito benvinda, é bastante espontânea, já que os dois guitarristas já estavam na ativa e em bandas de thrash naquela época.
7 Minutes About Death é o que poderíamos descrever como "balada no dicionário Hells Punch". O riff é mais cadenciado e o tempo mais arrastado. Há uma leve influência Metallica, mas com muito mais agressividade. O vocal impressiona, especialmente porque é primeiro CD do Sérgio Ferreira como vocalista – no Overdose ele apenas tocava guitarra. Mas a voz mantém a agressividade e atinge todas as notas da dramática linha melódica. E... Que interpretação! Sofrida, tensa, reproduzindo o espírito da letra.
A música Costumized Fetus conta com a participação do vocalista Vladimir Korg (ex-Chakal, ex-The Mist e atual The Unabomber Files). Talvez a mais agressiva do CD.
No final temos dois covers. O primeiro da banda punk mineira Atack Epilético, homenageando o saudoso Nado, líder da banda que faleceu recentemente em função de um câncer. O segundo do Overdose, do split álbum lançado pela banda com o Sepultura e da época em que Sérgio Ferreira ainda não havia entrado para a banda. Ambos bem mais agressivos que as versões originais.
A banda conta com Sérgio Ferreira (Overdose) na guitarra e vocal, Marck (SexThrash) na guitarra solo, Wesley Ribeiro no baixo fretless (ex-Drowned, ex-Hammurabi) e André Bastos na bateria (Pleiades, Serenity in Fire e Metallica Cover).
A gravação mantém todos os instrumentos claros e com a agressividade que o estilo precisa. Enfim, um grande CD para os fãs do estilo.
Pra fechar... O guitarrista Sérgio Ferreira fez várias turnês internacionais com o Overdose, aparecendo em capas de revistas nos EUA e Europa e ficando em segundo lugar nas rádios de heavy metal dos EUA, atrás somente do Korn, que havia acabado de lançar o seu primeiro disco. E o CD do Hells Punch foi lançado pela gravadora Cogumelo com distribuição nos EUA pelo selo Greyhaze. Turnê nos EUA em 2017? Na torcida!
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