Equilibrium: Banda adota discurso crítico em ótimo álbum
Resenha - Armageddon - Equilibrium
Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 11 de outubro de 2016
Nota: 8 ![]()
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Após a saída de dois membros fundadores (o guitarrista Andreas Völkl e a baixista Sandra Van Eldik), o quinteto alemão de folk/black metal sinfônico Equilibrium não tardou a lançar seu quinto álbum, Armageddon. Ainda mantendo as marcas registradas do grupo (instrumentos exóticos, guturais e "epicidade"), o trabalho traz uma saudável novidade: letras que tratam de temas relevantes e muito realistas para uma banda que até outro dia falava de Thor & cia.
A citação de Albert Einstein no início da abertura "Sehnsucht" dita a tônica do álbum. Seria um instrumental, não fosse a fala. O trabalho toma mais corpo nas três seguintes. Sem desmerecê-las, mas Armageddon só começa a surpreender mesmo a partir de "Born to Be Epic", uma música que soa boba de início, mas você logo percebe que ela é como um hino para a banda. Vale notar também que ela será apenas a primeira de algumas faixas em inglês, uma nova postura adotada pelo grupo para tornar ao menos parte de seu repertório mais universalmente compreensível.
Em "Zum Horizont", temos um poderosíssimo início. Juntamente a "Rise Again", promove um resgate das raízes do quinteto. Não por um acaso, esta última foi concebida logo após o lançamento do segundo álbum deles, Sagas (2009), mas não tinha visto a luz do Sol até agora. Ela traz a participação especial (e muito feliz) de um músico de rua equatoriano que a banda conheceu em Munique. Faixas indicadas para quem quer mesmo é velocidade e agressividade.
"Helden" é outra grata surpresa do álbum. Uma homenagem aos videogames, traz alguns sons eletrônicos no melhor estilo DragonForce e uma introdução vocal que lembra muito a voz de Till Lindemann, do Rammstein.
"Koyaaniskatsi" segue os moldes da abertura: trata de tema sério e a voz só vem na forma de gravações de narrações retiradas do audiolivro Wenn der Wald Spricht (Quando a Floresta Fala). A faixa tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre o uso de animais na indústria. Em entrevista para o canal oficial da Nuclear Blast no YouTube, o guitarrista, produtor e compositor René Berthiaume deixou claro que a banda não pretende fingir que não contribui para esta realidade, e que a intenção é somente fazer as pessoas refletirem.
Encerra o álbum a maravilhosa "Eternal Destination", que, segundo René, traz críticas à humanidade pelo estado em que deixou o planeta, o meio ambiente e a si mesma, ao mesmo tempo em que expressa a esperança de tempos melhores. Melhor do que ela, só o clipe feito para a própria (veja abaixo). Ambos (música e vídeo) têm a participação de Charly, filha do vocalista Robert Dahn, que narra alguns versos, finalizando a mensagem com um incômodo "você precisa da sua Terra, mas a Terra não precisa de você". O resultado audiovisual é simplesmente um dos trabalhos mais fortes do metal recente, e um dos mais ousados, numa era em que as bandas só investem em lyric videos ou clipes monótonos em galpões e afins.
Ao adotar discursos mais "sérios", a banda quase pôs em risco sua comunidade de fãs, mas soube dosar bem a hora de manter os pés no chão e a hora de fantasiar. Os alemães se saíram muito bem se colocando como porta-vozes de mensagens apocalípticas, ecológicas e sociais, inaugurando talvez uma nova fase para eles.
Com algumas faixas memoráveis e outras mais mornas, Armageddon é um ótimo passo do Equilibrium em direção a um som mais rico, com letras mais diversificadas e, principalmente, mais acessíveis - tanto pela temática quanto pelo idioma. Quem sabe assim eles comecem ao menos a se apresentar fora da Europa e ganhem um mundo que ainda pouco conhece este excelente quinteto.
Abaixo, o vídeo de "Eternal Destination":
Track-list:
1. "Sehnsucht"
2. "Erwachen"
3. "Katharsis"
4. "Heimat"
5. "Born to Be Epic"
6. "Zum Horizont"
7. "Rise Again"
8. "Prey"
9. "Helden"
10. "Koyaaniskatsi"
11. "Eternal Destination"
Outras resenhas de Armageddon - Equilibrium
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