Solitude Aeturnus: Doom Metal num caminho progressivo
Resenha - Beyond The Crimson Horizon - Solitude Aeturnus
Por BRUNO ROCHA
Postado em 16 de setembro de 2016
Nota: 9
Seguindo as trilhas do Epic Doom Metal descobertas pelo CANDLEMASS, diversas bandas surgiram no fim dos anos 80 fazendo o já consolidado Doom Metal, mas num caminho progressivo, dando o tom épico que sugere o nome do gênero.
Em 1987 nascia no Texas o SOLITUDE (de onde será que veio esse nome?) que depois de alguns meses mudou o nome para SOLITUDE AETURNUS, fazendo Doom como LEIF EDLING ensinou. Depois da estreia com "Into The Dephts Of Sorrow", em 1991, o SOLITUDE AETURNUS fincou seu nome nos grandes do gênero lento do Heavy Metal. E o álbum "Beyond The Crimson Horizon" veio em 1992 para sacramentar tal feito.
A abertura com "Seeds Of The Desolate" deixa bem claro a tônica seguida no restante do álbum. Muito peso nos riffs e bases, mudanças de andamento repentinas, solos de guitarra na linha "shred" (com presença ubíqua de vibratos com alavanca), bateria técnica e, principalmente, a performance monumental do vocalista ROBERT LOWE (que anos mais tarde gravou três discos de estúdio com o próprio CANDLEMASS). Sua voz limpa e seu alcance, aliados a melodias calcadas em escalas orientais, surpreendem até mesmo os acostumados a sonoridade da banda.
O disco segue com "Black Castle" e "The Final Sin", música mais rápida do álbum, onde a banda bota um pezão no Thrash. Depois, com uma introdução soturna de teclado, começa "It Came Upon One Night", com um riff Doom daqueles de fazer a Terra tremer.
Outro destaque vem com "The Hourglass", com uso e abuso de escalas orientais no fraseado de guitarra e na voz de Lowe. A coisa dá uma leve acalmada com "Beneath The Fading Sun", mas depois, o peso e a técnica dos músicos voltam com "Plague Of Procreation", que poderia ser um pouco mais curta se tivessem refinado o refrão. Mas esse fato não causa prejuízos a audição do disco, que encerra com a instrumental "Beyond...".
Todas as músicas foram compostas por SOLITUDE AETURNUS, e todas as letras foram compostas pelo baixista Lyle Steadham, a exceção da faixa 4, cuja letra é de Kristoff Gabehart, ex-vocalista dos tempos que a banda se chamava SOLITUDE.
Em pouco mais de 43 minutos, a banda de JOHN PEREZ (guitarra) deixa aqui para sempre sua autoridade em fazer Doom Metal técnico, rico em melodia e ao mesmo tempo agressivo, empolgando até quem não é chegado ao estilo. E ROBERT LOWE sacramenta seu nome como uma das vozes mais poderosas do Heavy Metal. O único detalhe que faço vem exatamente da parte de Lowe, pois ele canta em registros altos quase que o tempo todo, e um ouvido menos apurado poderá achar que ele está executando a mesma melodia vocal em todas as faixas. Mas isso não tira o brilho deste disco fundamental do Epic Doom, que não vive só da banda de "vocês já sabem quem".
Track-List:
01 - Seeds Of The Desolate
02 - Black Castle
03 - The Final Sin
04 - It Came Upon One Night
05 - The Hourglass
06 - Beneath The Fading Sun
07 - Plague Of Procreation
08 - Beyond...
Line-Up:
Robert Lowe - Vocais, Teclados
John Perez - Guitarra
Edgar Rivera - Guitarra
Lyle Steadham - Baixo
John Covington - Bateria
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