Maestrick: Uma verdadeira obra de arte
Resenha - Unpuzzle! - Maestrick
Por Victor Freire
Fonte: Rock'N'Prosa
Postado em 02 de setembro de 2016
Nota: 9 ![]()
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Meu contato com o Maestrick ocorreu a certo tempo, mas confesso que fui aquele tipo de pessoa que acompanhou a banda e acabou não escutando seu trabalho. Não tem muita desculpa a se dar, outras bandas foram aparecendo e o Maestrick foi sendo deixado de lado na minha playlist. Lembro do lançamento da primeira versão do Unpuzzle!, ainda em 2011, pela DieHard Records (se não me engano) e em versão digipak. Hoje estou com a versão relançada em 2013, com nova arte, enviada pela Som do Darma, e que também foi lançada na Europa pela Power Prog Records.
Nunca é tarde para escrever sobre um bom álbum, penso assim. Então, mesmo tendo se passado 5 anos desde o lançamento do Unpuzzle! (2011), quero pagar essa dívida com essa banda que tanto admirei desde o início.
O que chamou a atenção logo de cara foi a arte do Unpuzzle! (2011) como um todo. Todo o encarte remonta a obras de arte, como se as músicas fossem rascunhos e pinturas inacabadas de algum mestre da arte. Conceitualmente, o álbum trata de uma exposição de arte que acontece em várias dimensões. Um conceito desses pede uma diversidade musical grande nas músicas, e é justamente isso o que o Maestrick nos entrega.
H.U.C mostra de cara a proposta da banda: misturar estilos musicais brasileiros com o metal. Senti uma pegada meio maracatu no início, e logo o peso toma de conta, dando espaço para passagens melódicas também. A técnica de Fábio Caldeira (vocal e piano), Renato Somera (baixo) e Heitor Matos (bateria) é algo que é notado em todas as composições. Consegue-se perceber todas as passagens da música claramente, sem agredir os ouvidos. Tudo é muito bem composto e executado.
Como já havia comentado, a variação de estilos é algo muito forte na banda. Tanto em H.U.C quanto em Aquarela esses são elementos predominantes. Você simplesmente não sabe o que esperar. Falando em Aquarela, é outro destaque do álbum. O Maestrick conseguiu trabalhar bem a junção do metal com a música clássica. Mais diversidade de estilo aparece em Pescador, o início lento lembra o estilo balada celta e é cantada em português. E se você estava com os ouvidos já acostumados com a melodia, eles progridem para um baião, isso mesmo, baião! A melodia foi acompanhada pela guitarra, que deu toda uma cara rock também à música. Só tenho uma coisa a dizer depois dessa música: Essa é a banda!
Peço desculpas pela vibração, imagino que uma resenha deve ser mais contida, mas não estou exagerando. O álbum Unpuzzle! (2011) é uma das obras mais criativas que escutei, sem sombra de dúvidas. A banda não prepara um terreno seguro e planta nele, como o AC/DC faz, por exemplo, eles simplesmente vêem uma montanha e querem subir e plantar algo nela. Entendeu a analogia? O metal é a base do estilo, mas a plantação do Maestrick está longe de ser uma monocultura.
As variações não param por aí, a banda adota um estilo circense em Puzzler, lembrando bem a capa do álbum; e explora mais o seu lado pesado em Disturbia. A velocidade é diminuída um pouco em Treasures of the World. De todas as músicas, achei essa a mais "direta", por assim dizer. Quando digo "direta", quero dizer uma música mais dentro do rock, sem muitos elementos de outros estilos. Mas, mesmo assim eles variam bastante a melodia, alternando entre passagens com e sem distorção e coro. Isso tudo também pode ser conferido em Radio Active e Smilesnif.
Em Yellown of the Ebrium o Maestrick traz o blues e jazz para dentro do álbum, destaque para o trabalho vocal de Fábio Caldeira – a música explorou muito bem sua técnica vocal. Além disso tudo eles ainda adicionaram uma levada bossa nova na música, com a letra cantada em português. Essa música lembrou novamente a pegada introduzida em Pescador. É difícil escutar essa parte e ainda lembrar que você está escutando um álbum de metal propriamente dito. Ora, isso é metal progressivo, espere o inesperado. Logo após essa passagem o rock volta a reinar novamente no melhor estilo Breathe, do Pink Floyd.
O longo álbum – com mais de 70 minutos de duração – é encerrado com a épica Lake of Emotions. Com seus 21 minutos, com certeza é algo para ser escutado do início ao fim. A música trabalha muito bem tudo o que a banda propôs no álbum. As variações na melodia estão presentes, destaque para a presença mais forte do sintetizador e piano na música.
Nas vésperas do lançamento do seu segundo álbum, foi uma satisfação muito grande escutar o Unpuzzle (2011), porque sei que mais surpresas virão em breve. A banda tem um cuidado muito especial com o som que quer produzir, não se prendendo a rótulos. Repetindo o que mencionei, esperemos o inesperado do Maestrick.
Tracklist:
1.H.U.C
2.Aquarela
3.Pescador
4.Sir Kus
5.Puzzler
6.Disturbia
7.Treasures of the World
8.Radio Active
9.Smilesnif
10.Yellown Of the Ebrium
11.Lake of Emotions
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