The Mist: em 1989, um clássico do thrash metal nacional
Resenha - Phantasmagoria - Mist
Por Wesley Garcia
Postado em 24 de fevereiro de 2016
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O ano é de 1989, e provavelmente boa parte dos leitores deste site ainda não eram nascidos, ou não se lembram de alguns fatos dessa época.
Um deles foi o que resultou na gravação desse fantástico registro de thrash metal nacional, a partir da união entre Vladimir Korg, que havia deixado o consolidado Chakal após o espetacular Abominable Anno Domini (sem incluir aqui o compacto Living with the Pigs), e parte do Mayhem (não o Norueguês, mas o Mineiro), uma banda em considerável evolução mas ainda não tão conhecida como o Chakal. Do Mayhem vieram o guitarrista Reynaldo Bedram (o "Cavalão" – RIP), e o baterista Christiano Salles (o "Balão"). Ao trio, se juntaram o guitarrista Roberto Lima e Marcello Diaz (o "Rapadura"), excelente baixista e compositor .
Eis que, após um longo tempo, a Cogumelo Records nos presenteia com o relançamento desse verdadeiro clássico chamado Phantasmagoria, o primeiro disco do The Mist, que possui uma pegada muito bem trabalhada entre a voz característica de Vladimir, à dupla de guitarras devidamente equilibradas, e à cozinha bem encaixada de Marcello e Christiano.
O disco abre com a pedrada chamada "Flying saucers in the sky", uma de minhas preferidas do repertório, e talvez a mais rápida do disco. Com variações e trabalhos muito bem feitos de guitarras, baixo e bateria o ritmo dessa música só altera quando temos o refrão, encaixando depois no solo bem apropriado. O disco segue com "Smiles, Tears and Chaos", com uma passagem bem construída entre as duas músicas, essa música não tem a mesma velocidade da anterior, mas possui excelentes arranjos e um peso consistente. "A step into the dark" explora os pensamentos de um suicida a beira do seu ato final, e possui uma batida cadenciada, com boas viradas e ritmos muito bem trabalhados. Lembro-me bem de que há época do lançamento do disco, "The enemy" foi de cara, a minha preferida. Com uma entrada de certa forma simples, e talvez até mesmo sendo uma música mais simples que as demais (e também uma das mais curtas). Porém aqui chama a atenção à virada do ritmo muito bem levada pelo trabalho das guitarras e da marcação do baixo de Marcello.
"Hate" segue um ritmo de trabalho cadenciado aliado a uma velocidade maior do que as duas anteriores. "Barbered Wire Land (At War)" talvez seja uma das mais rápidas do disco, com pequenas passagens a "la mosh!". "Phantasmagoria" inicia com um belo trabalho de baixo e guitarras, e continua nesse ritmo mais cadenciado, com mais uma bela performance de Vladimir.
A instrumental "Lightning in the dark" é muito interessante e apresenta um pouco da habilidade de Marcello. Por ser extremamente curta, quase podemos dizer que se trata de uma passagem/introdução de "Like a bad song". Essa, mais uma das minhas preferidas, por possuir um trabalho muito bem mesclado em termos de ritmos e com grande participação de toda a banda na evolução da música. Uma aula de bom thrash metal. O disco encerra com "Face of glass", com uma entrada bem pesada e com um backing vocals bem marcante. O ritmo segue em uma velocidade bem tradicional para o thrash metal, e com uma pegada forte até o seu final.
Bem é isso. É importante ressaltar que o que temos aqui não é um thrash metal de velocidade com rifs rápidos e precisos de guitarra. Trata-se de um disco muito sóbrio, com belos trabalhos de arranjo de bons e competentes músicos, e que serviu de base para o lançamento seguinte da banda, o também fantástico "The hangman tree"(este com Jairo Guedz substituindo a dupla Roberto/Reynaldo). Uma banda que até os dias de hoje deixa saudades para muitos de seus admiradores, e que na minha humilde opinião, consta entre uma das cinco melhores bandas nacionais de nossa história.
Flying saucers in the sky
Smiles, tears and chãos
A step into the dark
The enemy
Hate
Barbed wire land (at war)
Phantasmagoria
Lightning in the dark
Like a bad song
Faces of glass
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
Janela de transferências do metal: A epopeia do Trivium em busca de um novo baterista
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


