Manowar: Into Glory Ride foi um marco no direcionamento da banda
Resenha - Into Glory Ride - Manowar
Por Rafael Marques
Postado em 29 de setembro de 2015
Nota: 9
Dois anos após o excelente Battle Hymns, álbum de estréia da banda, Into Glory Ride é lançado com uma temática mais "característica" que é mantida até os dias atuais.
É sem dúvida alguma o marco do planejamento da sua diretriz musical e o encontro da doutrina que hoje é sinônimo de Manowar.
E isso fica já evidente na famigerada capa do álbum, que já sofreu as mais diversas piadas e confirma presença em todos os TOP 10's de capas ridículas do Rock/Metal. Mas posso ao menos adiantar que o álbum não é ruim como a capa.
Como é de praxe, todas as músicas são autoria do "chefão" da banda, Joey Demaio. Exceto em Secret of Steel e Gloves of Metal, que são em coautoria com Ross The Boss.
Mas sem mais delongas, vamos ao álbum!
- Warlord
O álbum já começa com uma porrada. Warlord é aquela típica música hard rock oitentista transitória que toda banda de metal clássica tem em seu portfólio... Rápida, refrão grudento, letra animada. Uma pena que não invistam nessa música em performances ao vivo.
Nota: 9
- Secret of Steel
Épica e ao mesmo tempo pesada. Uma introdução de baixo piccolo marcante, uma atuação exímia de Eric Adams - que aliás já é redundância - além de uma bateria poderosa e um riff marcante. Uma das melhores faixas já feitas pelo Manowar.
Não me caiu muito bem na primeira audição, mas com o tempo virou minha faixa preferida do álbum.
Nota: 10
- Gloves of Metal
Essa foi lançada como single do álbum e recebeu um videoclipe, infelizmente. Sim, outra que marca presença em todas as listas de vídeos que causam aquela vergonha alheia básica.
A música não é completamente descartável, chega a ser interessante na primeira audição, mas logo se perde no álbum.
Nota: 8
- Gates of Valhalla
Essa música aqui é salva pela interpretação magistral de Eric Adams, simplesmente impecável e mostra porque Adams está no mesmo patamar vocal de outras lendas do metal como Rob Halford e Bruce Dickson. A música começa com uma introdução muito bonita mas acaba perdendo um pouco nos minutos que se seguem. Porém é resurge com um belíssimo solo de Ross the Boss que segura a música até o final.
Nota: 8
- Hatred
Confesso que essa não caiu em minha primeira audição. Parecia muita distorção e beirava a desafinação, mas o peso com o tempo caiu na minha graça. Extremamente pesada, letra forte, bateria arrastada, gritos frenéticos... Uma música que foge um pouco do "Épico Manowar" e flerta um pouco com Black Sabbath clássico, e isso mostra o quão flexível é a banda em termos musicais.
Nota: 8,5
- Revelation (Death's Angel)
A letra dessa música é um tanto interessante, digna de uma banda evangélica. Gerou até uma certa dúvida minha em relação à religiosidade da banda, mas no ano seguinte eles lançaram Bridge of Death e a dúvida se esvaeceu.
Um refrão muito legal, um pouco mais animada que as demais e recupera aquele fôlego perdido desde Warlord para encarar a última faixa.
Nota: 8,5
- March of Revenge
Encerrando o disco com chave de ouro, outro excelente épico com mais de 8 minutos sem derrubar a peteca. Versos muito bem colocados, excelentes quebradas e a fórmula de sempre. Particularmente aos 3:10 a música para e começam os vocais intercalados com o baixo piccolo de Joey formando uma bela dupla, e isso vai aumentando graduamente até que entra Ross The Boss arregaçando tudo com um excelente solo melódico e a música prossegue com peso total até seu final. Outra música que com certeza tem um lugar guardado nas clássicas do Manowar.
Nota: 10
Into Glory Ride é um álbum que necessita de algumas audições extras para compreensão total, algumas músicas já são assimiladas com mais facilidade enquanto outras merecem aquele singelo replay antes de virarem clássicos na sua cabeça.
Com toda certeza não é um álbum para "banguear" incansavelmente com a frequência da bateria, e não foi o objetivo de Demaio aqui. É um álbum épico e tem músicas cadenciadas, mas muito bonitas e bem organizadas.
Esse álbum mostra um pouco da versatilidade das bandas de metal em fazerem músicas de todos os tipos, às vezes temos uma versão estereotipada do metal resumida a berros e instrumentos levados ao extremo, mas sabemos que não é bem assim.
Nessa época ainda não havia o contato com os coros e a edição que usaram e abusaram posteriormente em Fighting the World, mas fica claro o objetivo de colocar seus instrumentos como orquestrais e eruditos, como o magnífico uso do piccolo bass por Joey Demaio durante todo o disco e a voz descomunal de Adams que rouba o brilho do disco pra si só.
1. "Warlord" 4:13
2. "Secret of Steel" 5:48
3. "Gloves of Metal" 5:23
4. "Gates of Valhalla" 7:11
5. "Hatred" 7:42
6. "Revelation (Death's Angel)" 6:28
7. "March for Revenge (By Soldiers of Death)" 8:25
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