Red Hot Chili Peppers: Groove para curtir com os amigos
Resenha - Blood Sugar Sex Magik - Red Hot Chili Peppers
Por Leonardo Santos Silva
Postado em 24 de janeiro de 2015
Nota: 8 ![]()
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Palavras não podem ser escritas para descrever a preciosidade desse álbum. Com um dos line-up mais moleques da década, o RED HOT CHILI PEPPERS veio em 1991 com sua pérola de funk-rock altamente voluptuoso "Blood Sugar Sex Magik". É uma história curiosa, em que o sucesso levantado pelo álbum desorganiza as ideias dos músicos e ameaça até a integridade da banda.
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Desde o primeiro groove de "Suck My kiss" até as letras lascivas de "Breaking The Girl", passando pela cadência de "Funky Monks", no álbum só constam clássicos.
E, de fato, não vou perder meu tempo (e nem o de vocês) descrevendo músicas - que existem para serem ouvidas. Vou compartilhar algumas das curiosidades sobre esse álbum, que ilustram porque ele é tão bom e dão uma ideia geral sobre o momento da banda.
Curiosidades sobre Blood Sugar Sex Magik:
O guitarrista Hillel Slovak morrera em 1988 por overdose de heroína.
Em vida Hillel mantinha relações de amizade com John Frusciante, um grande fã do RHCP, que comparecia em vários shows e tinha muitas, senão todas, as passagens de guitarra da banda decoradas. DeWayne "Blackbyrd" McKnight foi contratado para ser guitarrista, mas depois de apenas alguns meses a banda percebeu que Frusciante era a única escolha certa. Só de ler o nome do guitarrista, "Blackbyrd" McKnight eu sinto que ele não tinha mesmo nada a ver com a vibe do Red Hot, concordam?
Em 1992 a banda estava bem de vida. Tinham acabado de firmar contrato com a a Warner Bros e tinham a suas mãos tudo o que precisassem, contato que gravassem algo de sucesso e entregassem dentro do prazo.
A Warner ofereceu o produtor Rick Rubin, em quem os membros da banda confiavam mais que o produtor anterior. Rick Rubin era o cara que já havia produzido pelo menos 4 discos do SLAYER nos anos anteriores, inclusive o clássico Reign in Blood, e que ainda ia produzir durante a década de 90 o primeirão do SYSTEM OF A DOWN. Rubin sugeriu que a banda gravasse o álbum na mansão em que viveu o ilusionista Harry Houdini.
O álbum foi gravado nos cômodos da casa, da forma mais natural possível, para depois serem mixados na mesa de som. Os músicos ficaram na mansão gravando por mais de 30 dias. Os músicos - aqui profissionais - não precisavam nem ir no mercado comprar comida, para isso tinham a ajuda de um roadie amigo.
As gravações eram intercaladas com sessões de fotografia, chapações com Rubin ao som Black Sabbath e comentários sobre as mais mais impressionantes performances das atrizes pornô estampadas nas revistas que chegavam até as mãos da banda.
Blood Sugar Sex Magik foi o segundo álbum a contar com John Frusciante na guitarra. O sucesso do álbum foi tamanho que desagradou John Frusciante, fã oldschool da banda, que desbandou em 1992. O próximo trabalho solo de Frusciante seria Niandra LaDes and Usually Just a T-Shirt, álbum que seguiu seu vício pesada por heroína, e demonstra um dos momentos mais maníaco-depressivo e criativos da carreira do guitarrista.
Frusciante disse à revista Raw Magazine: Hillel me perguntou "você ainda gostaria do Red Hot se ele ficasse tão popular a ponto de tocar no Forum (nota:estádio de Los Angeles onde só tocaram os grandes, como Queen e Deep Purple). Eu disse "Não. Isso iria arruinar a coisa toda. Isso que bom sobre a banda, o público não se sente nem um pouco diferente da banda".
O que Frusciante quis dizer tem a ver com a expansão da audiência das bandas de sucesso, que em primeiro momento tocam para pessoas conhecidas de sua comunidade, amigos e conhecidos que frequentam alguma casa de show, etc e depois são introduzidos a novas audiências espacial e espiritualmente distantes.
É o que aconteceu com muitas das bandas de rock que brotaram na Haight-Ashbury e em São Francisco no chamado Verão do Amor hippie e se confirma no extremo de o The Quicksilver Messenger Service não se apresentar fora da Califórnia nem uma vez até 1969. Uma clara tentativa de preservar a identidade do grupo e manter o sentimento de união entre público e banda, em que os dois são um só.
Depois desse álbum, o RED HOT CHILI PEPPERS passou a lançar compactos com músicas raras e compilações, já que estavam sem John Frusciante. Foi só em 1995 que voltaram a gravar, chamando Dave Navarro para a guitarra. E nesse meio tempo Frusciante já havia lançado 2 álbuns solo... Mas isso tudo é papo para a próxima conversa. Até a próxima!
Nota 8/10 - Groove para curtir com os amigos, ou, quem sabe, até dar uma trepada.
1. "The Power of Equality" 4:03
2. "If You Have to Ask" 3:37
3. "Breaking the Girl" 4:55
4. "Funky Monks" 5:23
5. "Suck My Kiss" 3:37
6. "I Could Have Lied" 4:04
7. "Mellowship Slinky in B Major" 4:00
8. "The Righteous and the Wicked" 4:08
9. "Give It Away" 4:43
10. "Blood Sugar Sex Magik" 4:32
11. "Under the Bridge" 4:24
12. "Naked in the Rain" 4:26
13. "Apache Rose Peacock" 4:43
14. "The Greeting Song" 3:14
15. "My Lovely Man" 4:39
16. "Sir Psycho Sexy" 8:17
17. "They're Red Hot" 1:11
Duração total: 73:55
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