S.O.D.: Um projeto só de curtição que virou uma coisa enorme
Resenha - Speak English Or Die - S.O.D.
Por Rodrigo Noé de Souza
Postado em 18 de janeiro de 2014
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
A década de 1980 foi muito produtiva para o Rock/Heavy Metal em geral. Vários discos foram peças fundamentais para o crescimento do cenário, mas apenas UM álbum foi o estopim para o movimento virar de cabeça para baixo. E esse registro era Speak english Or Die, do Stormtroopers Of Death.
Pelo nome, poderia ser mais uma banda de Punk/Hardcore de Nova York, mas o que ninguém esperava era que os integrantes dessa então nova empreitada eram ninguém menos que os integrantes Scott Ian (guitarra, Anthrax), Charlie Benante (bateria, Anthrax), Dan Lilker (baixo, Nuclear Assault, Brutal Truth, ex-Anthrax) e Billy Milano (vocal).
Durante as gravações de Spreading The Disease (1985), Scott ficou de saco cheio no estúdio e resolveu gravar alguns riffs e desenhar um personagem chamado Sargent D. Esse mesmo alter-ego, que se tornaria o mascote do projeto (uma espécie de irmão gêmeo do Eddie, do Iron Maiden), dizia slogans, como "eu não sou racista, odeio todo mundo". Foi então que teve a ideia de formar um projeto que misturava Metal com Hardcore.
Scott se juntou com seu parceiro do Anthrax, Charlie, e Dan para compor as músicas. Segundo o guitarrista, ele queria gravar com o baixista de qualquer jeito, já que ele não ficou feliz com a saída dele, após o disco Fistful Of Metal (1984). No vocal, chamou Billy Milano, que era baixista do Psychos, mas era um letrista de primeira.
Formada a banda, gravaram uma demo de 63 (!) músicas, a Crab Society North, e, junto com o produtor Alex Perialas, lançaram o épico Speak English Or Die. Com 21 pérolas (incluindo algumas vinhetas) e algumas com menos de três minutos, o disco virou uma bomba-relógio para a cena toda.
Faixas como March of the S.O.D., Kill Yourself, Milano Mosh, A faixa-título, Freddy Krueger e United Forces se tornaram hinos de batalha, sendo que essa última virou um elo de união de Punks e Headbangers, que antes se "matavam" nos shows. Outra faixa que virou mantra é a The Ballad Of Jimi Hendrix, que nada mais era que uma releitura de Purple Haze de 5 segundos, terminando com "You're Dead!"
As letras, apesar de sarcásticas, eram polêmicas. Por isso que a banda foi acusada de nazista e nacionalista, por causa das faixas Speak English Or Die e Fuck The Middle East, já Chromatic Death fala sobre aniquilar a raça humana como medida para higiene ambiental. Dan Lilker declarou que "Nossas letras nunca foram sérias, só as fizemos para irritar as pessoas".
Mesmo com toda essa situação, nada mudou na trajetória do S.O.D., que vendeu mais de um milhão de cópias, além de abrir shows do Motörhead e Plasmatics, em que os músicos entravam no palco andando de bicicletas, imitando a banda Manowar.
Enquanto a popularidade do S.O.D. aumentava, a estabilidade do Anthrax ficava abalada. Depois de tirar fotos promocionais para o filme A Hora do Pesadelo, junto com o ator Robert Englund (o Freddy Krueger), os integrantes resolveram seguir seus caminhos.
Scott e Charlie focaram no anthrax, Dan montou o Nuclear Assault e Billy formou o M.O.D., que lançou USA for M.O.D., que nada mais era um disco que o S.O.D. lançaria.
Dan resumiu o "fim" da banda: "Essa era uma das razões pelas quais a duração do S.O.D. foi abreviada na época. Outras pessoas do Anthrax estavam bravas com isso. a gente precisa lembrar que era pra ser um projeto só de curtição e, de repente, bum!, virou uma coisa enorme".
Formação:
Billy Milano - vocal
Scott Ian - guitarra
Dan Lilker - baixo
Charlie Benante - bateria
Tracklist:
"March of the S.O.D." – 1:27
"Sargent D & the S.O.D." – 2:23
"Kill Yourself" – 2:11
"Milano Mosh" – 1:32
"Speak English or Die" – 2:24
"United Forces" – 1:53
"Chromatic Death" – 0:43
"Pi Alpha Nu" – 1:09
"Anti-Procrastination Song" – 0:06
"What's That Noise" – 1:00
"Freddy Krueger" – 2:32
"Milk" – 1:54
"Pre-Menstrual Princess Blues" – 1:20
"Pussy Whipped" – 2:14
"Fist Banging Mania" – 2:04
"No Turning Back" – 0:52
"Fuck the Middle East" – 0:27
"Douche Crew" – 1:35
"Hey Gordy!" – 0:07
"Ballad of Jimi Hendrix" – 0:05
"Diamonds and Rust" (Extended Version) – 0:05
Outras resenhas de Speak English Or Die - S.O.D.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
Mamonas Assassinas: a história das fotos dos músicos mortos, feitas para tabloide
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


