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Zakk Wylde: O bom trabalho acústico antes do BLS

Resenha - Book Of Shadows - Zakk Wylde

Por João Paulo Linhares Gonçalves
Postado em 10 de junho de 2011

Algum tempo atrás se falou sobre a primeira aventura musical de Zakk Wylde, fora das asas de seu "padrinho" Ozzy Osbourne. Era o Pride & Glory. Agora, vamos falar sobre o disco solo de Zakk, "Book Of Shadows", um disco em que ele explora seu lado mais acústico, alcançando um grande resultado (não em vendas do disco, mas sim na qualidade do trabalho).

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Voltemos então a contar a história onde paramos no post anterior. Após o encerramento da turnê com o Pride & Glory, entramos no ano de 1995, quando Ozzy Osbourne desiste de sua suposta aposentadoria e resolve gravar um novo disco, que acabou sendo lançado no mesmo ano, o conhecido "Ozzmozis". Zakk Wylde se fez presente na gravação, junto com o baixista do Black Sabbath Geezer Butler e o baterista Deen Castronovo, além da participação mais que especial de Rick Wakeman nos teclados.

Acontece que, durante as gravações de "Ozzmozis", Zakk acaba se envolvendo com os integrantes do Guns 'N' Roses. Segundo os links que cito lá embaixo, Zakk foi contactado pela banda enquanto estava nas gravações do citado disco do madman. Ele ensaiou com os integrantes durante algum tempo enquanto aguardava a definição se seria realmente contratado pela banda. Mas esta definição foi demorando a acontecer, demorando, coisa típica em se tratando de algo que envolva Axl Rose... No final das contas, Zakk acabou não entrando para o Guns, a banda se desmantelou completamente graças ao ego de seu vocalista, o resto é história... Esta indefinição acabou prejudicando Zakk, já que Ozzy gravou o novo disco e já quis cair na estrada. Sem poder dar uma resposta para o madman, Zakk ficou de fora da turnê, e Ozzy acabou chamando Joe Holmes para tocar. Foi o guitarrista que tocou nos shows feitos aqui em 1995 (RJ e SP).

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Zakk Wylde acabou então decidindo que iria aproveitar um largo material que acabou sobrando (não foi aproveitado) de suas gravações e lançaria um disco solo, com seu nome, agora já mais conhecido depois do seu envolvimento com Ozzy Osbourne e Guns 'N' Roses. Ele convocou novamente seu camarada James Lomenzo para o baixo, e para a bateria o veterano Joe Vitale, que já tinha tocado com Eagles e Crosby, Stills & Nash. "Book Of Shadows" foi lançado em 1996, bem no meio do caminho entre o único lançamento do Pride & Glory e o primeiro disco do Black Label Society. Foi um disco primariamente baseado em partes acústicas, lembrando os clássicos do folk rock.

Minhas impressões do disco, faixa a faixa:

1 - Between Heaven and Hell – começo de disco, canção bem acústica, com uma gaitinha pra acompanhar. Até parece uma canção do Pride & Glory. No solo, Zakk usa um efeito e a canção fica rapidamente elétrica, retornando ao formato acústico. Bom começo!

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2 - Sold My Soul – com um dedilhado lindo de introdução, esta já se mostra um pouco mais intensa, mais parecida talvez com as baladas que Zakk faria com o Black Label Society (até um certo peso no meio a música tem), até um violino de fundo é usado. No solo, Zakk arrebenta, lembrando um pouco os solos inspirados de "No More Tears". A intensidade do disco cresce...

3 - Road Back Home – início com teclado (Zakk adora), depois uma guitarra quase chora e uma belíssima canção ganha os nossos ouvidos. Com a tradicional qualidade das baladas que Zakk compõe, esta é o destaque do disco até aqui. Que solo! Um disco que segue com um tom mais introspectivo.

4 - Way Beyond Empty – um dos singles do disco, tivemos até um vídeo feito para esta canção (ver lá embaixo). Outro destaque do disco, uma melodia caprichada, uma levada acústica de primeira. Nesta, Zakk optou por um solo acústico também, com um bom resultado.

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5 - Throwin' It All Away – segundo a Wikipedia, esta canção foi escrita sobre a morte de Shannon Hoon, vocalista do Blind Melon (aquele cara que aparece no vídeo de "Don't Cry", do Guns. A banda dele conseguiu um sucesso, a canção "No Rain"). Uma bela homenagem a este vocalista que tinha enorme talento, mas lamentavelmente faleceu muito cedo (apenas 28 anos, de uma overdose de cocaína).

6 - What You're Look'n For – esta canção tem um tom mais alegre, ainda que continue na levada acústica / folk rock do álbum. Os vocais de Zakk se destacam; ele não é nenhum Ian Gillan ou Ronnie James Dio, mas segura as pontas na boa.

7 - Dead As Yesterday – esta canção retorna a um tom mais introspectivo, incluindo até algumas orquestrações. Adicionei um vídeo de Zakk tocando-a ao vivo mais abaixo. Ela também foi incluída na compilação "Skullage", do Black Label Society.

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8 - Too Numb To Cry – mais uma baseada nos talentos de pianista de Zakk. O tom continua introspectivo.

9 - The Things You Do – esta tem uma levada menos "triste", digamos assim, mas não é tão alegre quanto a faixa 6. Estamos chegando ao final do disco, e ele se mostrou até aqui de muita qualidade, apesar de seu estilo acústico e diferente, por se tratar de um disco de um guitarrista tradicional do heavy metal. Mas Zakk Wylde tem muita musicalidade, e neste disco ele mostrou suas qualidades.

10 - 1,000,000 Miles Away – talvez esta seja a canção mais próxima do estilo típico de Zakk. Não que seja uma música pesada, como as do Black Label Society, mas tem uma levada arrastada e fortemente baseada em guitarras distorcidas. Percebemos aqui forte influência de Alice In Chains. Para mim, um dos destaques do disco!

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11 - I Thank You Child – pra fechar o disco, uma canção bem calma, introspectiva, com o piano de Zakk contrastando com as partes acústicas de violão, um vocal calmo e suave. Mas no trecho final, uma guitarra de peso, só pra contrastar, que ninguém é de ferro...

Escute este disco quando quiser variar do peso tradicional do Black Label Society, se quiser dar uma relaxada com uma música gostosa e bem tocada, aquela levada acústica que todos nós gostamos. Vale a pena!

Em 1999, a Spitfire relançou o álbum, com um disco extra que continha três canções: "Evil Ways", mais uma levada acústica, típica deste álbum, "The Color Green", também acústica mas de tom mais suave e introspectivo, e "Peddlers Of Death", versão acústica de uma canção do Black Label Society que seria lançada no disco "Sonic Brew" - o próximo de Zakk Wylde.

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Depois do insucesso deste disco solo, Zakk Wylde partiu para formar uma banda com alguns de seus companheiros: Nick Catanese (guitarra), John DeServio (baixo) e Phil Ondich (bateria). Era o núcleo do que hoje conhecemos como Black Label Society, que conforme foi lançando seus discos foi ganhando fãs e importância musical. Hoje, a banda é um sucesso, com seu último álbum de estúdio, "Order Of The Black", alcançando a posição de número 4 na parada americana. E o Black Label está em turnê, com passagem pelo Brasil em agosto deste ano (dia 13/08 em São Paulo, dia 14/08 em Porto Alegre e dia 16/08 em Goiânia). Neste post, você viu mais um capítulo desta história toda. Vejo vocês no show de São Paulo!

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Vídeos:

Dead As Yesterday (ao vivo)

Way Beyond Empty (vídeo clip)

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Road Back Home

Links interessantes:

Pequena biografia de Zakk Wylde
http://www.strelna.ru/en/comments/music/127.htm

Artigo sobre Zakk tocando com o Guns:
http://www.heretodaygonetohell.com/articles/showarticle.php?articleid=65

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Matéria do Whiplash.net onde Zakk Wylde fala sobre Guns N' Roses:

O blog Ripando a História do Rock agora está no Tumblr também! acesse:
http://ripandohistoriarock.tumblr.com/

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Sobre João Paulo Linhares Gonçalves

Roqueiro convicto, de carteirinha, desde os treze anos de idade. Já tive diversas bandas preferidas: de Iron Maiden, Metallica e Black Sabbath a The Who, Pink Floyd e Rolling Stones. O heavy metal sempre me atraiu muito, mas o rock praticado nos anos 60 e 70 é fascinante e estou sempre escutando. De vez em quando, dou chance ao punk, rock alternativo, blues, até ao jazz e MPB, pra variar.
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