Carlos Lichman: instrumental que contagia o ouvinte comum
Resenha - Firestorm - Carlos Lichman
Por Clóvis Eduardo
Postado em 12 de agosto de 2008
Nota: 8
É difícil pontuar um disco instrumental quando não se é um instrumentista. Musicalmente, o ouvinte pode não entender ou simplesmente não gostar do estilo empregado, mas não é por isso que o trabalho não é bom ou deve ser desvalorizado.
Gaúcho de Porto Alegre, Carlos Lichman deixou de atuar como um simples guitarrista da banda Neverland para se dedicar à carreira solo, oficinas e aulas de música e muito brilhantismo. É o primeiro trabalho do talentoso instrumentista, e para tornar a empreitada ainda melhor, chamou Kiko Loureiro, (Angra) e músicos além do país como o italiano Francesco Fareni, o argentino Pablo Soler e o estado unidense Jim Horne para acrescentarem à obra. Todos com participação marcada no encarte, para definir realmente, quem é o dono das dedilhadas velozes que estão no disco.
E que velocidade! Carlos Lichman chega a ser estúpido, sem perder a postura e a musicalidade, ainda mais ressaltada pela banda base, formada por uma verdadeira equipe técnica: Alexandre Olly e Sandro Moreira na bateria, Leandro Berpo e Vinícius Rym no baixo e Paulo Miguel Bublitz no teclado, instrumento também comandado pelo próprio Lichman na canção "Drug Dealers".
"Firestorm" é um disco que os ouvintes amadores da música instrumental (assim como eu), deveriam ter conhecido há mais tempo. Se os licks e riffs desembaraçados tiveram boa repercussão na mídia especializada nacional e internacional, é por que de fato, Carlos Lichman merece elogios e aplausos. No entanto, não é por que revistas ou sites deram boas notas que só por isso vou valorizar o trabalho do gaúcho. De fato, apesar de sentir um pouco a insistência de solos mais agudos e repetitivos, reconheço o esforço empregado em todo o disco, a variedade musical, e o peso Heavy Metal aplicado em "Drug Dealers" ou em "Endless", por exemplo.
Essas duas canções servem como modelo de como empregar habilidade, criatividade e ao mesmo tempo, contagiar o ouvinte com os velhos clichês do rock. É pensar no futuro, e botar fé neste grande instrumentista brazuca!
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