Meat Loaf: mais uma vez, um grande álbum
Resenha - Bat Out Of Hell: The Monster Is Loose - Meat Loaf
Por Ricardo Seelig
Postado em 04 de outubro de 2007
Eu sou meio contra essa história de lançar sequências de álbuns de sucesso. Eles são tão representativos de uma época, tão importantes para a carreira de seus autores, que a simples menção de seus títulos já triplica a expectativa em cima do que está por vir. A vítima mais recente dessa equação foi o Helloween, que não conseguiu repetir (como já era esperado) todo o brilhantismo das duas primeiras partes de "Keeper Of The Seven Keys" ao acrescentar mais um capítulo à saga.
É por tudo isso que os resultados alcançados por Meat Loaf e seus "Bat Out Of Hell" são tão impressinantes. O americano consegue manter, mesmo trinta anos após o álbum que deu início a uma das maiores e mais bem sucedidas óperas rock da história, toda a qualidade que o material sempre possuiu.
E, diga-se de passagem, "Bat Out Of Hell: The Monster Is Loose" tinha tudo para dar errado. O principal motivo para isso foi que Meat Loaf e Jim Steinman, o compositor responsável pelos dois primeiros volumes da saga (lançados em 1977 e em 1993, respectivamente), se desentenderam e levaram a sua briga até os tribunais, fato esse que, logicamente, impossibilitou que a parceria se repetisse nesse novo álbum. Mesmo assim, sete das quatorze faixas de "Bat Out Of Hell III" são de autoria de Steinman, composições antigas e que, na maioria das vezes, já haviam sido gravadas por outros artistas.
Meat Loaf, macaco velho na cena musical, buscou preencher a ausência de Steinman com o trabalho de compositores de renome, como Desmond Child e Nikki Sixx, e recheou o álbum de participações especiais acima de qualquer suspeita, como Steve Vai, Brian May e as excelentes vozes femininas de Marion Raven, Patti Russo e Jennifer Hudson.
Com isso, a qualidade de "Bat Out Of Hell: The Monster Is Loose", foi mantida lá em cima, como já fica claro na abertura. "The Monster Is Loose" vem carregada de uma dose de peso até então inédita na obra de Meat Loaf, e, além disso, mantém o clima épico e os coros apoteóticos que caracterizam suas músicas. Ouvindo-a, percebe-se que Loaf atualizou a sua obra para toda uma nova geração, e conseguiu fazer essa transição de maneira convincente.
Outros ótimos momentos podem ser ouvidos na grandiosa "Blind Is A Bat", na balada "It´s All Coming Back To Me Now", em "Alive", "Bad For Good" e "If It Ain´t Broke, Break It". O álbum possui uma grande quantidade de baladas, marca registrada de Meat Loaf, e composições bem típicas de AOR, que, com a interpretação de Loaf, ficam ainda mais grandiloquentes.
Finalizando, "Bat Out Of Hell: The Monster Is Loose" honra a tradição dos dois primeiros volumes, e apresenta para mais uma geração todo o talento de Meat Loaf. Mais uma vez, um grande disco.
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