Resenha - Lonely Day - System Of A Down
Por Ricardo Seelig
Postado em 29 de julho de 2006
Nota: 6 ![]()
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E mais uma vez a história se repete: uma banda estoura no Brasil, vende milhares de discos, e a gravadora, buscando preencher o vácuo até o lançamento do novo trabalho dos caras, solta no mercado um single do grupo.
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O System Of A Down é o protagonista da vez. A banda gravou dois dos melhores álbuns de 2005, os gêmeos "Mesmerize" e "Hypnotize", e teve o seu nome elevado às alturas não só pelos fãs, mas, principalmente, pela crítica. E com razão, afinal os dois discos, principalmente o primeiro, apresentavam fartas doses de originalidade e criatividade, qualidades raras no rock atual.
Buscando elevar seus lucros enquanto o nome do grupo ainda permanece em evidência, os manda-chuvas brasileiros resolveram lançar o EP "Lonely Day" por aqui. Sem desmerecer a magia que este formato exerce sobre os colecionadores, e a atração que mais um produto com o nome da banda tem sobre os ouvintes casuais, é preciso levar em conta que quase a totalidade das músicas apresentadas em "Lonely Day" valem mais como curiosidade, não trazendo o frescor e o fator imprevisível tão evidentes nos álbuns citados acima.
A faixa título, tocada à exaustão em todo o país, é uma das melhores de "Hypnotize". Melancólica e bela, traz os ótimos vocais do guitarrista Darion Malakian em um arranjo crescente, que alcança o seu ápice em um refrão recheado de apelo pop.
Os experimentalismos do grupo voltam à ordem do dia na interessante "Shame", com participação do combo de rappers Wu-Tang Clan. Vocais agressivos chocam-se com vozes mais limpas, e o resultado lembra, ainda que vagamente, o crossover eternizado pelo Anthrax ao lado do Public Enemy há quase vinte anos.
Enquanto os fãs do grupo abrirão um sorriso de orelha à orelha, os ouvintes mais tradicionais vão torcer o nariz para a versão de "Snowblind" do Black Sabbath. Como fez em várias canções dos seus dois últimos discos, o System Of A Down virou a estrutura da música de cabeça para baixo. Sem se preocupar em nenhum momento com o fato de estar mexendo em um dos maiores clássicos de Tony Iommi e companhia, a banda injetou novos elementos e transformou a faixa em algo tipicamente System Of A Down.
Fechando o EP, "Metro" alterna andamentos ora cadenciados ora mais rápidos, contando mais uma vez com um ótimo refrão, enquanto a non-sense "Marmalade" passeia do rock ao reggae sem maiores cerimônias. O EP ainda vem com uma faixa multimídia com o ótimo clip da faixa-título, e a versão nacional preservou a bela embalagem digipack original.
Goste-se ou não do grupo, é preciso admitir que a sua total falta de constrangimento para destruir todo e qualquer clichê associado ao rock, buscando sempre novos caminhos, é extremamente elogiável. Quando esta postura vem acompanhada de doses cavalares de talento, como ouvimos em "Mesmerize" e "Hypnotize", a banda acerta em cheio. Não que isso não se verifique em "Lonely Day", mas o próprio formato (EP ou single, chame como quiser) não é o mais adequado para maiores pretensões artísticas, servindo muito mais como souvenir e item de colecionador do que qualquer outra coisa.
Faixas:
1. Lonely Day
2. Shame (Featuring Wu-Tang Clan)
3. Snowblind
4. Metro
5. Marmalade
6. Lonely Day Video
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