Resenha - Achados e Perdidos - Tributo valvulado aos anos 70
Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 02 de fevereiro de 2006
Há poucos anos, se alguém me dissesse que bandas brazucas fariam um tributo Lado-B aos 70's, eu diria que este 'alguém' estava completamente louco, pois a galera mais jovem de modo geral estava ligada em Metal e nos 'medalhões' como Led, Sabbath, etc.

Porém, com a proliferação do Stoner ocorrida nos últimos tempos, principalmente aqui em nosso país, tal 'loucura' se tornou possível, já que o gênero em si se trata de uma espécie de releitura do som pesado consolidado entre o final dos 60's e 70's, e embora a principal influência da maioria das bandas Stoner seja o BLACK SABBATH, muitas delas cultuam coisas obscuras, já que várias pérolas perdidas foram realizadas naqueles anos, que alguns clamam ter sido a "época áurea do Rock".
Mais natural ainda é a inclusão de material das poucas bandas/ artistas brasileiros da época, verdadeiros heróis de um tempo onde roqueiro cabeludo era sinônimo de marginal, vagabundo e maconheiro - infelizmente ainda há quem pense assim, embora uma olhada na seção policial de qualquer jornal demonstre que os bandidos mesmo raramente usam cabelos longos, enfim...
Claro que em um disco com 27 grupos diferentes existirão altos e baixos, pois além das diferenças de estilos, há a questão técnica que envolve produção e gravação, mas não sendo muito exigente é até possível fazer de contas que as bandas entraram todas ao mesmo tempo num estúdio, plugaram seus instrumentos e mandaram ver.
Isto ocorre principalmente no primeiro CD, já que um ponto altamente positivo no trabalho é a espontaneidade demonstrada pela galera, que ao menos aparentemente não tentou criar "versões definitivas" de canções já imortalizadas, e embora alguns tenham feito uma versão praticamente idêntica à original, outros optaram por "recriações", algumas muito bem sucedidas, como por exemplo "Hocus Pocus" do PROZAKMAN que ficou um primor, os caras mesclaram BLACK SABBATH com FOCUS de forma magistral!
Aliás, destacar as "melhores" na realidade significa apontar o gosto pessoal, e cada um terá o seu; além de "Hocus Pocus" eu fico com "Alô, Alô, Marciano" do ÁGUA PESADA, que transformou totalmente a canção de Elis, "Isso me Irrita" & "Ruas da Cidade" do MUSTANG, "I'm A Skirt Lifter, Not A Shirt Raiser" do FLAMING MOE, o MQN que mandou bem numa versão correta de "Got This Thing On The Move", assim como o FUZZLY com a releitura de "Breadfan" e o ROCK AND ROLL SOUL com "Mississipi Queen".
Gostei muito também da pesadíssima "I Don't Need No Doctor" do POSSESSONICA, e duas na ala "Rock'n'Roll": "O Contrário de Nada é Nada" do TOMADA e "Stress" com o TUBLUES, além da viajante "Não Fale Com Paredes" do FLOWSTONE e a pitoresca "Xote de Jaguarão" do SONICVOLT, que pelo visto achou colossal participar do tributo (ouça com atenção o finalzinho da música...)
A arte gráfica ficou excelente, grande sacada da Kombi e do Fusquinha, só é necessário atentar para uma pequena falha na ordem das músicas do primeiro CD que havia no início (não sei se já acertaram), sendo preciso inverter algumas para que a seqüência bata com a capa, mas nada de tão grave.
Faixas:
SATURN XII - Dreams of Milk and Honey (MOUNTAIN)
PROZAKMAN - Hocus Pocus (FOCUS)
BILLYGOAT - Amor e Assim & Assado (SECOS & MOLHADOS)
BLOWER - Liberdade Espacial (CASA DAS MÁQUINAS)
LAZY DOG - Sins a Good Man's Brother (GRAND FUNK)
MECHANICS - 20th Century Boy (T.REX)
ÁGUA PESADA - Alô, alô Marciano (RITA LEE)
TOMADA - O Contrário do nada é nada (MUTANTES)
CASCADURA - Crazy Mamma (ROLLING STONES)
FUZZLY - Breadfan (BUDGIE)
MUSTANG - - Isso me Irrita e Ruas da Cidade (PATRULHA DO ESPAÇO)
VINCEBUZ - Parchment Farm (BLUE CHEER)
HANG THE SUPERSTARS - Rebel Rouser (SWEET)
CARBURA - Beer Drinkers & Hell Raisers (ZZ TOP)
FLAMING MOE - I'm A Skirt Lifter, Not A Shirt Raiser (BUFFALO)
CARRO BOMBA - Rock do Diabo (RAUL SEIXAS)
SONICVOLT - Xote de Jaguarão (SARACURA)
MQN - Got This Thing On The Move (GRAND FUNK)
ROCK'N'ROLL SOUL - Mississippi Queen (MOUNTAIN)
FLOWSTONE - Não Fale com Paredes (MÓDULO 1000)
TUBLUES - Stress (CASA DAS MÁQUINAS)
POSSESSONICA - I don't Need no Doctor (HUMBLE PIE)
CAMARILHA - Livin' Alone (BECK, BOGERT & APPICE)
KALI - Sangue Latino (SECOS & MOLHADOS)
TURBINA - Bomber (MOTÖRHEAD)
YESOMAR - Trem (BIXO DA SEDA)
THE ROVER - No Man’s Land (SYD BARRETT)
Duração: 1:38:28
Site oficial: www.valvuladiscos.com
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
A melhor música de cada disco do Metallica, segundo o Heavy Consequence
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
Guitarrista do Blind Guardian comemora ao receber seu "CPF"
O "detalhe" da COP30 que fez Paul McCartney escrever carta criticando o evento no Brasil
A clássica do rock que Sammy Hagar chamou de "uma das piores gravações de todos os tempos"
A inesperada banda de rock que fez Caetano Veloso abraçar o estilo no álbum "Cê"
Antes da fama: Atores que apareceram em clipes do Korn, Offspring, Aerosmith e outros
David Bowie sobre como um conselho de John Lennon mudou o rumo de sua carreira


Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto



