Resenha - Dreamland Manor - Savage Circus
Por Clóvis Eduardo
Postado em 16 de outubro de 2005
Nota: 8
Gosto muito da sonoridade antiga e atual do Blind Guardian, assim como considero Thomas Staunch um dos melhores bateristas do mundo. Mesmo sentindo muito pela saída de "Thomen", após 20 anos de dedicação aos "bardos", eis que no Savage Circus ainda podemos ouvir as patadas que o cara dá nos bumbos numa velocidade alucinante. O que assusta é que nada disso é diferente do que o Blind Guardian já não havia feito desde o início.
Após contato com bons músicos, Thomas Staunch fechou acordo para uma nova banda, com proposta diferenciada na sonoridade e muita energia para empregar. Quando o cara se mandou de vez do Blind Guardian, pensei que um projeto totalmente às avessas surgiria. Porém, "Dreamland Manor" é muito parecido com a fase mais power metal do Blind Guardian, quando do início da carreira.
O vocalista é Jens Carlsson (Persuader), um cara que consegue lembrar Hansi Kursch nos tons altos, e o guitarrista é Emil Norberg (também do Persuader), que faz acordes e sola na guitarra com total influência de André Olbrich. O baixista e também guitarrista Piet Sielck que também está no Iron Savior, manda ver nas quatro cordas. É um timaço, com certeza, mas insistente na fórmula já criada.
A primeira música "Evil Eyes", já apresentada pela banda em um CD promo, é comprida, mas muito boa. Remete sim aos tempos mais surrados do Blind Guardian, com passagens velozes na bateria, onde Thomen será sempre um grande músico, e solos eficientes de Emil. "Between The Devil And The Seas" é mais cadenciada, com muitos teclados, que, aliás, são bastante presentes em várias músicas do CD.
Uma bela balada faz parte do disco, chamada "Beyond Reality", muito bem feita e com bonitos solos. Piet Sielck participa também nos backing vocals, elevando ainda mais o nível das canções. Porém, na maioria, são músicas pesadas e tocadas velozmente.
Um dos pontos que atrapalham este disco é a duração das composições, com uma média de seis, sete minutos. Exageros à parte, o CD é recheado de bons momentos de puro Heavy Metal.
Canções como "When Hell Awakes" com toda a sua cadência tradicional, ou "The Gathering", e as características batidas de Thomen no bumbo e nos pratos, mostram-nos que a banda Savage Circus poderá ir longe se continuar investindo no gênero da fantasia que escolheu para contar nas letras. O grupo já nasceu grande e fadado ao sucesso, e todos os músicos têm um gabarito considerável.
São nove músicas bem tocadas, e na maioria grandes demonstrações de metal. Jens Carlsson é muito talentoso e não possui aquele timbre chato e meloso que muitas bandas do gênero que surgem a todo o momento. Que bom que logo na estréia, a Hellion Records disponibiliza este primeiro CD para os brasileiros. Uma forma de contemplar os nossos ídolos, onde quer que eles estejam.
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