Resenha - Code Is Red... Long Live The Code - Napalm Death
Por Nelson Endebo
Postado em 07 de julho de 2005
Vinte e tantos anos de carreira serviram como anestésico ao Napalm Death. Desde que deixaram a Earache Records, lar do metal extremo inglês pelo qual editaram seus clássicos trabalhos e também álbuns controversos como o genial Words From The Exit Wound (de 1998), parece que passaram a viver em um mundo à parte. Em miúdos, significa dizer que o agora quarteto, formado por Mark "Barney" Greenway (vocal), Mitch Harris (guitarra e vocal), Danny Herrera (bateria) e o lendário baixista Shane Embury – o guitarrista Jesse Pintado caiu fora por problemas com o álcool – é uma banda à margem do mercado; faz o que bem entende e experimenta, na atualidade, sua fase mais brutal e engajada.

O título do novo álbum alude à política armamentista descontrolada que governa não só Estados quanto a nós indivíduos. Diz respeito ao âmago do Homem desses dias que agora (sobre)vivemos. Se o mundo jamais esteve tão violento (o que é historicamente questionável), o conjunto inglês acompanha essa mesma ordem e, nesse caso, não há nada a se duvidar. The Code Is Red... Long Live The Code é um de seus melhores álbuns e completa, junto a Enemy Of The Music Business (que foi lançado no Brasil no ano passado!) e Order Of The Leech, a melhor (e mais sincera) trilogia recente do metal extremo mundial.
Não há nada fora de lugar aqui. Jello Biafra, velho cão de guerra anticorporativista, aparece como convidado em "The Great and The Good", uma das melhores composições da história da banda – tente tirar o refrão "a pledge is a pledge is a pledge is a pledge" da memória. Outro convidado é o vocalista do fraquinho Hatebreed, Jamey Jasta, que berra com Barney nas mortíferas "Sold Short" e "Instruments of Persuasion". Para os saudosos da leva oitentista do death metal britânico, aquela mesma de Bolt Thrower, Extreme Noise Terror, Carcass e o próprio Napalm Death, "Pledge Yourself To You" traz o folclórico legista Jeff Walker, do Carcass, dividindo o microfone com Barney, destaque absoluto do álbum.
Faixas como "Vegetative State" e "Striding Purposefully Backwards" trazem a ferida exposta do hardcore, enquanto a faixa-título é o que de mais "cantarolável" foi feito pela banda desde "Greed Killing", composição do polêmico Diatribes, de 1996. A fúria com que o quarteto desempenha sua música, torna impossível qualquer crítica quanto à urgência do material, da mesma forma que Scum e From Ensalevement To Obliteration se tornaram intocáveis. Se hoje há falação e superprodução em cima do grindcore, é porque um dia esses ingleses tiveram o estalo. E se há alguém lucrando em cima de sua banalização, esse alguém por certo não é o Napalm Death. The Code Is Red... Long Live The Code é mais um epítome para as novas gerações, décima primeira aula de uma das bandas mais influentes da História do heavy metal mundial.
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