Resenha - Pictures At An Exhibition - Emerson, Lake & Palmer
Por Ricardo
Postado em 05 de fevereiro de 2004
"As músicas apresentadas aqui são vistas como quadros em uma galeria de arte. Alguns são de Mussorgsky, outros são nossos, e fizeram com que fizéssemos Pictures At An Exhibition". (Keith Emerson)
Simplesmente uma obra de arte, assim como disse Keith, esse registro conceitual ao vivo de um dos maiores e mais pioneiros trios do prog neoclássico, o Emerson, Lake & Palmer, prima pela beleza e complexidade de suas composições, muito bem encaixadas e estruturadas, com texturas de sons estranhas mas que se encaixam perfeitamente no contexto. A obra, inspirada no compositor russo Modest Mussorgsky não possui qualquer registro realizado em estúdio, simplesmente pelas dificuldades que o tempo desses fantásticos músicos apresentava para tal feito.
Emerson Lake And Palmer - Mais...
A obra se inicia com a famosa introdução "Promenade", que mostra já de cara as influências de Keith do compositor no qual se basearam para elaborar a peça. É um impromptu rápido, porém bonito e distinto, coisa de salão de concertos mesmo.
A seguir a banda introduz a estranha e quebrada "The Gnome", com Emerson e Palmer mandando um duelo de orgão e bateria com andamento super quebrado. O trio aqui mostra toda sua genialidade, com solos alucinantes e efeitos super psicodélicos tirados do orgão de Emerson, enquanto Lake e Palmer dão uma aula de baixo e bateria. Uma excelente conclusão nos leva novamente ao clima de "Promenade", a mesma intro da primeira faixa, agora com Greg Lake à capella. Belíssimo!
Uma breve intro de orgão de Emerson com um efeito espacial interessante, que no final decola em sua espaçonave imaginária, abre espaço para penetrarmos no planeta acústico de Greg Lake, e somos recebidos com uma performance acústica de arrancar lágrimas dos olhos! "The Sage" é simplesmente uma maravilhosa performance clássica no violão de Lake. Cada vez que esse cara que vos fala escuta, se emociona! Uma execução simplesmente primorosa!
Com os aplausos (merecidíssimos) da audiência, a peça segue e "The Old Castle", com estranhos ruídos e texturas sonoras feitas por Emerson no clavicordio, dá a tônica do que vem por aí. Após essa breve e estranha, porém funcional experimentação, dá-se início a um solo simplesmente alucinante de Emerson, que acaba caindo em "Blues Variations", que como o próprio nome diz, é um improviso de blues com cadências jazz muito bem sacado desses três mestres, sempre com muita dinâmica por parte de cada um.
Novamente um break para mais experimentação sonora caindo assim novamente na intro "Promenade", desta vez bem melhor executada, com instrumentação orquestrada e primorosa de todos os três.
Em seguida aí vem mais uma jam do trio: "The Hut Of Baba Yaga", com instrumentação primorosa, mas que por enquanto só abre caminho para a sensacional "The Curse Of Baba Yaga". Greg Lake é o grande destaque nessa parte, mas ele não toca violão, e sim, faz uma estranha inrodução de baixo, abrindo caminho para um instrumental primoroso do trio, e também tem uma performance vocal impressionante!! Logo é a vez novamente de Emerson mostrar o que sabe, e como sabe! Ele faz solos alucinantes, brinca com as texturas de som, enfim, dá um verdadeiro show, e o espetáculo continua na curta reprise de "The Hut Of Baba Yaga", finalizando com um solo fenomenal, e abrindo espaço para o gran finale, "The Great Gates Of Kiev", onde o trio emociona com a mais suprema maestria! Há cortes no andamento ainda para pequenos impromtus maravilhosos de Emerson e alguma experimentação, onde Emerson literalmente quase destroi o orgão, e faz um truque interessante com ele, virando de um lado para o outro e conseguindo texturas de som com microfonia. Logo o trio impressiona novamente com o instrumental primoroso e finaliza de forma estonteante, deixando a todos boquiabertos!! Simplesmente primoroso, um verdadeiro concerto! Missão cumprida!
O trio, ainda de quebra, dá mais uma canja para finalizar a noite em grande estilo com a excelente "Nutrocker", onde o trio tem a oportunidade de mostrar toda sua maestria, principalmente Carl Palmer com um solo intermediário ótimo de bateria.
Para terminar eu gostaria de dizer: fãs de prog rock, não deixem nem sonhando passar essa obra magistral do ELP!!! É um registro fascinante de um dos melhores períodos do trio, em grande forma! Todos os outros lançamentos deles são bons, mas esse com certeza é o carro chefe que leva o bom nome do trio às alturas, e o grande responsável pela sua fama!
C'EST LA VIE!
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