Matérias Mais Lidas


Resenha - Carnaval - Barão Vermelho

Por Rodrigo Cavalcanti da Rocha
Postado em 19 de julho de 2003

Você tem uma banda de rock, seu vocalista é festejado como um dos grandes letristas da nova geração do rock, sua banda arrebenta e se consagra num dos maiores festivais de música de todos os tempos (Rock in Rio, 85). Então, esse vocalista, após várias brigas internas, cai fora, levando todos os holofotes. Você resolve seguir em frente, mas lança dois discos que, apesar de não serem um fiasco total (embora sejam no máximo medianos) são massacrados pela crítica. O que fazer?

Barao Vermelho - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

a) Desistir;

b) Fazer concessões pra poder tocar nos "Globo de Ouro" da vida;

c) Todo mundo tentar repetir o sucesso do vocalista e seguir carreira solo;

d) Reafirmar seu amor ao rock and roll e que se dane.

Graças ao bom Deus, o Barão Vermelho optou pela letra "d". Numa época difícil, com seus álbuns vendendo pouco, fazer um disco de rock autêntico e com poucas concessões ao pop era algo como "matar ou morrer". E com Carnaval, o Barão matou a pau! Vale lembrar que, naquela época, o Barão Vermelho, quando muito, só conseguia se apresentar em feiras agropecuárias Brasil afora (o que Guto ironicamente chamou de "Barão rural"), e conseguia reunir um ou outro gato pingado. Ao chegarem para um show no interior do RJ, vendo que a fila de pessoas mal chegava a 100, Guto Goffi pensa: "Não dá pra cair mais. Ou é aceitar e morrer, ou bater o pé pra subir de novo". Nesse clima, começaram as sessões do que viria ser o "Carnaval".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Gravado em menos de três meses (Frejat, sobre esse disco: "disco bom é disco rápido"), com o auxílio de velhos amigos / parceiros como Arnaldo Antunes (Lente), Arnaldo e Paulo Miklos (Não me Acabo) e Humberto Gessinger (O que você faz a noite), a banda entrou com fome de bola, e saiu com um grande disco.

LENTE, com uma letra no melhor estilo Arnaldo Antunes, abre o disco e dá o tom: um rock visceral, beirando o hard, com a bateria marcando e as guitarras dando o peso. Emenda com o mega sucesso PENSE E DANCE, que ressaltava a conhecida receita de rock com suíngue do Barão. Seguida da pedrada "titânica" NÃO ME ACABO, outro grande momento. Dali pra outro show de suíngue, O QUE VOCÊ FAZ A NOITE, parceria entre Dé e Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii), em que a percussão faz a festa (cortesia do então "convidado" Peninha).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Fechando o lado "A" (saudades do vinil!) a balada NUNCA EXISTIU PECADO, que peca pela letra pouco original, apesar do bom arranjo.

O lado "B" inicia com a empolgação de COMO UM FURACÃO, daquelas pra acordar no sábado de manhã com um sorriso largo na cara – ainda mais que é sucedida por QUEM ME ESCUTA, rockão dos bons que segue na linha mais "alegre".

A coisa pesa com a stoneana (no sentido rock da coisa) SELVAGEM, com sua letra falando até em casacos de couro com armadura contemporânea.

A faixa título CARNAVAL é outro momento que a cozinha rítmica do Barão deixa levar. A letra amada OU odiada do poeta Chacal dá uma imagem de um carnaval surreal, mas ainda assim convidativo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Fecha o disco uma antiga parceria com Cazuza, o ROCK DA DESCEREBRAÇÃO, com uma letra irônica e bem feita, com uma avalanche sonora. Um final rock and roll para um autêntico disco de rock and roll.

Cru e pesado, emulando ora Stones, Clash e até mesmo Santana dos bons tempos, é um disco capital tanto na carreira do Barão como do rock nacional – da época em que sobravam bons discos no rock brasuca, e nem todos eram meras variações sobre o mesmo tema. Ou como diz a letra de Lente: "depende do ponto de vista; depende do ângulo certo". Esqueça os CPM’s, os Tihuana’s e os Raimundos da vida: vá atrás do rock brasileiro bem feito e original.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS