Resenha - Scantropolis - Scanner
Por Leandro Testa
Postado em 28 de fevereiro de 2003
Nota: 7
A banda que por questão de dias não pegou Ralf Scheepers (Primal Fear) "pelo rabo", retorna cinco anos depois de Ball of the Damned (1997), seu quarto álbum, sempre trazendo à frente o guitarrista, produtor e compositor Axel Julius (entretanto, como de praxe, com um ‘line-up’ quase-que-totalmente reformulado). A perda do último vocalista, e o conseqüente esmero para achar um substituto, fizeram com que boa parte do grupo debandasse, afinal, bem se sabe que uma definição infeliz para um cargo como estes causaria a ruína de qualquer equipe. Felizmente, Lisa Croft revelou-se uma escolha extremamente bem feita, não só por ser muito mais cantora que o ex-‘frontman’ Haridon Lee, mas também por nos proporcionar um aditivo necessário às canções, ora boas, ora muito boas...
A proposta aqui praticada pouco lembra o típico Power/Tradicional germânico de outrora (com alguns toques de Hard), principalmente especial nos dois ‘plays’ iniciais, e assim, investe-se num estilo bem ‘light’ do metal, quase rock, com muitos elementos do progressivo, como alguns riffs secos (nem sempre tão bem encaixados), bastante evidentes na ótima "The Gambler" (que abriga duas estrofes em francês). Ironicamente ou não, é nela que se esbarra num ponto inversamente benéfico no início de carreira: os ‘backing vocals’. Se no excelente debute, Hypertrace (1988), o Scanner contava nos apoios com nada menos que o próprio Scheepers, aqui eles se mostram um tanto desnecessários, um dos raros deslizes de Lisa.
Algo parecido ocorre com os teclados, principalmente quando executados pelo mentor do conjunto, a exemplo de "Hallowed be my Name", a qual, ainda que adicionadas novas influências (como no pacífico – e simpático – refrão), é a única que poderia ser comparada ao antigo material, por imprimir uma velocidade mais manifesta. E por se tratar da especialidade de antes, estranho esta ser justamente a faixa-vacilo do Scantropolis...
Por outro lado, posso destacar a cativante "Turn of the Tide", a dançante "R.I.P.-Rest in Pain, o finalzinho da bonita balada "Always Alien" e a imponente "Till the Ferryman Dies" (a porta-estandarte, que também vem numa versão ‘ao vivo’, cheirando a ‘overdub’). Nesta última, como já era de se esperar, o ouvinte identificará os famosos excertos que permeiam um trabalho do Scanner - neste caso, um trecho do tema "Missão Impossível". "Engel Brechts", um poema de sua terra-natal agora musicado, foi inspirada por "Suite Sister Mary" do Queensryche, mas eu lhes digo: definitivamente não estou acostumado a escutar nada em alemão... portanto, minha afeição para com esta canção foi praticamente nula.
Parodiando aquele frase "qualquer semelhança NÃO é mera coincidência", isso serviria para o título de "Sister Mary" (viu?!?), e chega a ser impressionante o fato de ela estar anos-luz das suas companheiras, por reunir tudo o que desejo de uma bela barulheira: uma introdução emocional, a explosão regada a seis cordas acústicas, o ‘bridge’ apropriado para um estribilho pra lá de empolgante (e pesado), só vindo a decair próxima ao solo, e em seus momentos derradeiros. Assim, não chega nem perto da literal perfeição, mas, meu amigo, que capricho!!! Por esse e pelos motivos demonstrados no começo da parágrafo anterior, creio que seja no mínimo interessante dar uma conferida nos ‘samples’ disponíveis no website oficial (www.scanner4u.de) , caso o leitor não seja um adepto exclusivo duma constante pancadaria e tenha a mente aberta, assim como eu...
Duração – 48:45 (9 músicas + 1 ‘ao vivo’)
Material cedido por:
Hellion Records – www.hellionrecords.com
Rua 24 de Maio, 62 – Lojas 280 / 282 / 308 – Centro
São Paulo – SP – Brasil - CEP: 01041-900
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