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Resenha - Greyhound Afternoons - Royal Fingerbowl

Por Márcio Ribeiro
Postado em 24 de setembro de 2000

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

O Royal Fingerbowl é um curioso trio formado em Nova Orléans com Alex McMurray, Andy Wolf e, neste CD, Carlo Nuccio substituindo o habitual Kevin O'Day. Tocam respectivamente guitarra, baixo e bateria. A música que sai desse trio é temperada com jazz, blues, rock, e em alguns casos pitadas de latino, tudo da cozinha de Nova Orléans. Greyhound Afternoons é o segundo CD da banda, recém-lançado.

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A primeira canção, "Fine-Ass Chemise", é um dos números mais ásperos, bem rock/jazz e inclui um solo de guitarra razoavelmente complexo, além de um lap steel - preenchendo os espaços vazios - tocado por Keith Keller, que também produz o álbum. A curiosa "Bandrowski's Turban", repleta de imagens complexas, parece inicialmente um tango inquietante. Humor aguçado de músico, ao se considerar que o "turbante" de Bandrowski é uma camisa-de-vênus.

As canções revelam letras que evocam personagens geralmente desgraçados pela sorte, em situações esdrúxulas ou chegando lá. A voz de McMurray, que canta e narra essas histórias, lembra por vezes a de Tom Waits. McMurray, o compositor de todas as faixas, explica sua fórmula de forma simples: "eu escolho as pessoas mais fodidas possíveis e imagináveis, e conto uma história a partir daí."

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Assim, temos "Bad Apples", que oferece um violão atiçador e uma letra igualmente canalha...

They call us trash but we don't mind
Eles nos chamam de lixo mas não nos importamos
Just come over here with that big behind
Apenas traga pra cá esse seu bundão
And grease your daddy
E unte o papai aqui
like your serving him a hot lunch
como se estivesse servindo almoço
We're just a couple of bad apples
Somos apenas maçãs podres
spoiling the bunch
estragando a cesta

"Blurry" é uma canção com letra reflexiva, iniciando-se como uma balada mas, quando uma guitarra rancorosa aparece, ilustra bem a densidade das emoções...

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Today was to be the day,
Hoje era pra ser o dia,
a pretty girl sat down next to me
uma menina bonita sentou-se ao meu lado
She glides down the aisle with her summer smile
Ela desliza pelo corredor com um sorriso de verão
I've seen fortune smile,
Eu já vi a fortuna sorrir
and I've seen him nashing his teeth
e já o vi mostrando os dentes
But he's swallowing, swallowing all the while.
Ele está engolindo, engolindo todo o tempo

E o final conclusivo...

Trouble hides like a snake
Problemas se escondem feito cobra
You spin the wheel, a wish to make
Você gira a roda, faz um desejo
Luck’s pocket never deep
O bolso da sorte nunca é fundo
You reach in and maybe...
Você busca lá e talvez...
All your dreams disperse like
Todos os seus sonhos dispersam-se como
Butterflies and maybe
borboletas e talvez...
Everything that seems so cut and dry is blurry
Tudo que parece transparente fica embaçado

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"Someday's Coming" oferece um naipe de sopros (trumpet, trombone e sax) pontuando os finais de frases, e um coralzinho. Gostosa melodia e ritmo que dão vontade de dançar ou pegar o carro e dirigir por aí. Em "Los Peregrinitos" cai o tempo, bem bluesy/jazz, a bateria com escova e o narrador com uma voz tristonha, questionando a esposa, lamentando as contínuas viagens deste casal de andarilhos.

"Baby, baby, we ain't getting any younger
Meu bem, não estamos rejuvenescendo
Ain't it time we settle down?"
Não está na hora da gente sossegar?

"Sweet Sixteen," tristonha, amargurada e depressiva, lembra uma canção do mar em seus lamentos saudosistas. Conta a história de um adolescente bruta-montes e solitário, peregrinando mundo afora...

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Sweet sixteen and I never been kissed
Doce dezesseis e nunca fui beijado
But I can throw two men twice my size
Mas posso arremessar dois homens do dobro do meu tamanho

... e a saudade que ele sente de casa.

I miss my mom, I miss my dad
Tenho saudades da minha mãe, e do meu pai
Mine's not a heart made of stone
Meu coração não é feito de pedra
But I can't fight this feeling
Mas não consigo me livrar do desejo
I've here in my bones
Que tenho nos ossos
That makes me want to run all the way home
De correr de volta para casa

"No Man Is An Island" levanta o astral e "Way Up Yonder In New Orléans" é uma ode de amor à cidade-capital do jazz. "Mr. Corn" encerra o disco com otimismo:

You got the script, I got the money
Você tem o roteiro, eu tenho o dinheiro
Old Mr. Corn makes the whole day sunny!
O velho Sr. Milho faz o dia todo ensolarado

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O disco não é para quem procura hard rock. Agora, para quem gosta e procura elementos e misturas interessantes para aquela "velha batida", e não dispensa uma guitarra dentro do contexto, deve achar este material válido. Lenta mas firmemente, The Royal Fingerbowl está atraindo a atenção do público e crítica com dois discos bem feitos e apresentações ao vivo convincentes. Certamente vale a pena dar uma ouvida neste CD, como também no primeiro, "Happy Birthday, Saboo!".

GREYHOUND AFTERNOONS
Lançamento datado de 29 de agosto de 2000

1. Fine-Ass Chemise
2. Bandrowski's Turban
3. Bad Apples
4. Echoes In My Mind
5. Blurry
6. Long, Tall, Cool
7. Someday's Coming
8. Los Peregrinitos
9. Sweet Sixteen
10. No Man Is An Island (On The Other Hand, I'm An Island)
11. Way Up Yonder In New Orléans
12. Mr. Corn

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Produzido por: Keith Keller, Jim Dickenson e Rene Coman
Todas as canções compostas por Alex McMurray

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Sobre Márcio Ribeiro

Nascido no ano do rato. Era o inicio dos anos sessenta e quem tirou jovens como ele do eixo samba e bossa nova foi Roberto Carlos. O nosso Elvis levou o rock nacional à televisão abrindo as portas para um estilo musical estrangeiro em um país ufanista, prepotente e que acabaria tomado por um golpe militar. Com oito anos, já era maluco por Monkees, Beatles, Archies e temas de desenhos animados em geral. Hoje evita açúcar no seu rock embora clássicos sempre sejam clássicos.
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