Beatles: John Lennon comeu que nem um porco pra ficar sóbrio
Por Felipoud Tramparia
Fonte: BEATLES - Peter Dogget
Postado em 24 de abril de 2018
O ex-besouro JOHN LENNON, que já voou para os céus, teve uma época de sobriedade com a ajuda das consultas de seu terapeuta Dr. Janov.
LENNON trocou as drogas ilícitas por chocolates e uma "droga" lícita, chamada Dr. Pepper, a qual, por experiência própria, tive o desgosto de experimentar.
Acompanhe a fase de desintoxicação de JOHN LENNON, no trecho retirado do livro A Batalha pela Alma dos BEATLES, do autor Peter Doggett.
Quando LENNON voltou para a Inglaterra, em agosto, estava com cerca de 15 quilos a mais do que na primavera. Vinha vivendo, segundo disse, 'à base de chocolate e Dr. Pepper'.
Sua aparência remeteria à sua 'fase de ELVIS gordo', em meados dos anos de 1960, quando uma combinação de fama e sedentarismo lhe afetou o físico. Agora atingira novamente um peso que considerara tão desprezível.
'Parte da [Terapia do grito primal] era não ter nenhum tipo de autocontrole', explicou, 'então eu simplesmente comia e comia e comia. E foi tudo muito bom para a mente, mas para o corpo foi terrível.
Mas a ideia era: muito bem, eu sou um artista, não um modelo, então que se f*a, quem é que estou tentando agradar? Era a mim mesmo que eu queria agradar, foi o que descobri tarde demais.'
Iniciando o processo de desmistificação dos ídolos, ele viu que seria difícil de parar. A devoção a uma nova paixão, seguia rapidamente pela rejeição total a ela, era um padrão em seu comportamento adulto.
Estendera-se desde a fama, que foi o primeiro impulso inicial a todos os quatro BEATLES, passara pelas relações sexuais (groupies demais), drogas (muitas bad trips), Maharishi (desilusão) e 'Mágico' Alex (ainda mais desilusão). Apenas YOKO ONO e Allen Klein permaneceram intactos, porque até mesmo um LENNON totalmente limpo precisava de alguém que o apoiasse.
Janov foi a mais recente adição à lista. O terapeuta relembrou que quando LENNON estava de partida, 'ele quis colocar um anúncio no jornal San Francisco Chronicle, declarando: "Terapia primal: é o que há." Eu disse a ele: "Não quero que você faça isso. Esta terapia é muito mais importante do que os BEATLES, no longo prazo, e acho que ela tem que se sustentar por si."
Lentamente, porém, foi se estabelecendo o processo familiar a LENNON: duvidar daquilo em que acreditava. A força da terapia de Janov era inegável, mas seria possível confiar nele? LENNON começou a se perguntar por que todas as sessões tinham sido gravadas (uma prática comum, disse Janov) e algumas delas até mesmo filmadas (falso, de acordo com Janov).
Poderia ele confiar noutra figura paterna quando tantas delas o decepcionaram? Afinal, ele decidiu separar o homem e a mensagem, declarando: 'Janov era um idiota, mas não era mau. Sua terapia era boa. O problema é que era um pé no saco.'
No final de setembro de 1970, LENNON entrou num estúdio de gravação pela primeira vez em quase oito meses. PHIL SPECTOR já aceitara produzir o álbum, mas ninguém na Apple conseguia contatá-lo, e como último recurso Allen Klein teve que colocar um anúncio de página inteira na revista Billboard, o qual dizia simplesmente: 'PHIL'! JOHN está pronto neste fim de semana'.
Quando SPECTOR finalmente apareceu, o álbum estava praticamente pronto, e o produtor não fez mais que supervisionar a mixagem e tocar uma parte de piano numa das canções. LENNON insistiu que o som devia ser tão esparso e obsedante quanto o conteúdo das letras, de modo que não houve oportunidade para SPECTOR demonstrar seu talento em orquestrações luxuosas.
Com efeito, LENNON recrutou apenas três músicos para o projeto: BILLY PRESTON, que fez uma participação rápida em apenas uma sessão, KLAUS VOORMANN e RICHARD STARKEY. Simplicidade musical à parte, as escolhas refletiram a consciência de Lennon de que só na presença de amigos íntimos ele poderia gravar um material tão revelador.
O impacto da terapia de Janov logo ficou evidente para Voormann e Starkey, ambos recordando que 'de repente, estávamos no meio de uma faixa e JOHN simplesmente começava a chorar ou gritar o que nos apavorou no início'. VOORMANN acrescentou: 'Ele era muito vulnerável, de certo modo.
Muito feliz e animado boa parte do tempo mas realmente emotivo, capaz de chorar muito. Ele ainda estava vivenciando e expressando aquelas experiências.
Chorava na sala de controle, ouvindo as músicas, conversando com Yoko, lembrando coisas das letras. Era visível o quanto ele estava comovido'. E apesar de STARKEY nunca baixar a guarda, VOORMANN revelou que o baterista não passou ileso das sessões. 'Ringo estava muito triste.
O velho JOHN se fora, aquele era um JOHN diferente. Não era mais o cara com quem ele estava acostumado. Para ele, isso significava bastante coisa. RINGO me disse isso depois de uma sessão o quanto aquilo estava difícil para ele.
Essa matéria faz parte da categoria Trecharias BioRockers no Portalblog Misterial.
Álbum: JOHN LENNON/Plastic Ono Band Album (1970) | Produtores: JOHN LENNON, YOKO ONO, PHIL SPECTOR | Gravadoras: Apple/EMI
Faixa 1: Imagine | Álbum: Imagine (1971) | Produtores: JOHN LENNON, YOKO ONO, PHIL SPECTOR | Gravadora: Apple
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
O melhor cantor de baladas de todos os tempos, segundo Bob Dylan
Plantão Médico Deep Purple: 6 membros atuais e antigos que convivem com problemas de saúde
O riff do Guns N' Roses que Slash acha bem melhor do que o de "Sweet Child O' Mine"
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
A postura passiva de filho de Bon Jovi com esposa que foi alvo de críticas na web
Manowar anuncia turnê celebrando álbuns "Fighting the World" e "Kings of Metal"
Com Tesla e Extreme, Mötley Crüe anuncia turnê celebrando 45 anos de carreira
Steve Vai presta homenagem a David Coverdale após anúncio de aposentadoria
O que Chorão canta no final do refrão de "Proibida Pra Mim"? (Não é "Guerra")
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
O guitarrista de jazz que largou John Lennon no estúdio; "Poderia ter sido muito legal"
O instrumento original que Paul McCartney assumiria nos Beatles, segundo o próprio
O megahit dos Beatles que inspirou Bon Jovi a lançar novo álbum: "Por que não?"
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
As dez músicas dos Beatles que eram preferidas de Ozzy Osbourne
A banda que Alice Cooper recomenda a todos os jovens músicos
A banda feminina que foi grande fonte de inspiração para os primeiros anos dos Beatles
A banda que serviu de inspiração para o Eagles: "Até os Beatles curtiam o som deles"
30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
Guns N' Roses: como foram gravados os "ruídos sexuais" de "Rocket Queen"
Bandas de Heavy Metal esquecidas (ou desconhecidas) do público brasileiro


