Walpurgis: as raízes da inspiração de "War Pigs"
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 25 de novembro de 2017
"Paganismo: Designação dada outrora às religiões não cristãs. Nome dado pelos antigos cristãos ao politeísmo, religião a que continuaram fiéis os camponeses"
Na qualidade embrionária de um processo cultural-religioso, o paganismo é recheado de elementos que fornecem subsídio à criatividade roteirística dos estúdios Hollywood ao metal; de especiais da Discovery Channel à best sellers para adolescentes. Solstícios, sacrifícios, caça as bruxas se embrenham de modo muitas vezes anti-histórico, adequando-se muito mais ao fantasioso do que às práticas originadas em períodos pré-cristiniazação- e permanecem até os dias atuais.
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De todo o arcabouço folclorístico, ao paganismo anglo-saxão é reservado um espaço privilegiado na estante da "história/estória". Influenciado pelas caças as bruxas e outras práticas bárbaras pré-Iluministas, nosso imaginário foi bombardeado (especialmente pela mitologia nórdica e céltica, dois exemplos de práticas pagãs), desde priscas eras e tomou um volume arrebatador com a criação e difusão das grandes mídias. Dentre esses não-sistemas de culto, alguns eventos pontuais transcenderam sua importância local.
Comemorada como celebração à chegada da Primavera (e posteriormente apropriada em homenagem a Santa Valburga, canonizada no ano de 870 e, como muitos eventos pagãos, uma provável tentativa de escapar de perseguições cristãs), a Noite de Santa Valburga (Walpurgisnacht). Assim como o Samhain (parece familiar??), a festa tem por objetivo (em alguns momentos velado, pelos motivos religiosos expostos), de estabelecer contato com o mundo espiritual e, o acendimento de fogueiras, carregavam o simbolismo de afastar espíritos malignos.
"A Grã-Bretanha estava à beira de entrar no conflito, havia protestos na rua, todos os tipos de coisas anti-vietnamitas acontecendo. A guerra é o verdadeiro satanismo. Os políticos são os verdadeiros satanistas. Foi o que eu estava tentando dizer"; segundo a descrição de GEEZER BUTLER para a Mojo em 2017, a iminência política de uma aproximação do Reino Unido na Guerra do Vietnã (1955 -1975) foi o catalisador que aproximou a temática celta ao temor de umas nova entrada em conflito em menos de três décadas após o final da Segunda Guerra Mundial. Do ponto de vista de um baby boomer, BUTLER se permitiu até mesmo a algumas "transgressões" líricas: quando questionado o porquê repetiu a palavra masses ( massas) nos dois versos iniciais, respondeu de forma bem britânica: "Eu simplesmente não podia pensar em nada mais para rimar com ele", admitiu ele. E completou: "Na verdade não me incomodava. Não era uma lição de poesia ou nada."
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