Matérias Mais Lidas


Jethro Tull
Stamp

Joy Division: documentário legendado no You Tube

Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 10 de fevereiro de 2015

Manchester, nos anos 1970, era pálida lembrança dos dias de Elizabeth Gaskell. A melhor tradução urbana da Revolução Industrial cedera lugar a uma cidade arruinada e suja. A demolição de velhos prédios semi-bombardeados ensejou a construção de desumanizadores conjuntos residenciais. Desemprego, pobreza e criminalidade abundavam.

Joy Division - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Em junho de 76, os SEX PISTOLS tocaram no Free Trade Hall, num show hoje mitológico. A partir dele, muitos jovens manchesterianos sacaram que criar uma banda era alternativa pra sair do marasmo. Uma delas foi a JOY DIVISION, definidora de muito do que se convencionou chamar pós-punk. Em termos de Brasil, basta escutar o álbum de estreia da LEGIÃO URBANA, pra saber do que falo.

O documentário Joy Division (2007) introduz muito bem neófitos e apresenta curiosidades a velhos fãs.

Ian Curtis (vocal e letras), Bernard Summer (guitarra), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria) fãs de IGGY POP e THE VELVET UNDERGROUND, que mal sabiam tocar seus instrumentos, mas que, com o produtor Martin Hannett, inventaram uma sonoridade. Esparsa, fantasmagórica, com o baixo lugubremente pesado, mas por vezes, dançante, sem deixar de ser lúgubre; a guitarra que às vezes parece serra (Atrocious Exhibition é modelar nesse quesito) e a bateria de outro planeta. Som solene, arrastado, mas não destituído de delicadeza (confira o teclado de Atmosphere, com seu rastro de cacos de cristal). JOY DIVISION somou boa produção à fúria punk. Sons de elevadores e até mesmo potencial dançante (Transmission pré-data em anos o estilo discoteca pra zumbis, do SISTERS OF MERCY ou FIELDS OF THE NEPHILIM).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

JOY DIVISION, o documentário, traz os sobreviventes da banda e figuras como Tony Wilson, dono da influente Factory Records, falando sobre a trajetória desse grupo fundamental. Juntamente com imagens e recortes de jornal, aprendemos como Summer, Hook e Morris não souberam lidar com o torturado Ian Curtis, que se enforcou em 18 de maio, de 1980, 24 horas antes de tomar o avião que levaria a já criticamente idolatrada JOY DIVISION pra sua primeira turnê norte-americana.

O epilético Curtis, com sua espasmódica presença de palco e referências literárias que vão de Dostoievsky a William Burroughs, compôs letras expressando profunda depressão e desespero, pedidos de socorro que ninguém ouviu. O programa relata a inspiração pra alguns clássicos. She’s Lost Control nasceu depois que o cantor viu uma moça ter um surto de epilepsia e saber de sua subsequente morte. Love Will Tear Us Apart é fruto de sua dúvida angustiante entre o casamento falido e a namorada francesa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

JOY DIVISION deixou 2 álbuns – Unknown Pleasures e Closer – e um legado que somado a bandas como os SMITHS, faria de Manchester uma das cidades-referência do pop/rock oitentista. Se o neoliberalismo de Thatcher remodelou sua infraestrutura, em parte foram suas bandas que a tornaram centro de excelência cultural.

Depois do suicídio de Ian Curtis, a JOY DIVISION metamorfoseou-se em NEW ORDER, pérola synth-dance-pop, um dos produtos de exportação cultural mais valiosos da Grã-Bretanha 80’s. O documentário e atitudes recentes de Summer e Hooky atestam pra obtusidade de seu caráter. Mas, como não respeitar suas contribuições pra cultura pop?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

O documentário pode ser visto no You Tube, com legendas em português.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Summer Breeze 2024
Bruce Dickinson

Em 18/05/1980: Ian Curtis, líder do Joy Division, comete suicídio

Joy Division

NME: as 60 melhores músicas dos últimos 60 anos

Joy Division: a referência aos terrores do nazismo


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Roberto Rillo Bíscaro

Roberto Rillo Bíscaro é professor universitário e edita o Blog do Albino Incoerente desde 2009.
Mais matérias de Roberto Rillo Bíscaro.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS