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Bastidores: A apresentação não acontece em um passe de mágica

Por Fábio Sena
Fonte: Fábio Sena, O Louco do Baixo
Postado em 22 de agosto de 2014

Quando o público vai assistir a uma performance, de qualquer estilo musical, muitas vezes não tem a menor ideia do processo de preparação dos músicos envolvidos. Chegam ao local do show e está tudo pronto para começar. Se divertem e alguns voltam para casa com a sensação que a apresentação aconteceu em um passe de mágica. Só enxergam a música maquiada e perfumada. Nada além disso.

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Nesse texto, eu quero falar um pouco sobre a preparação antes do show, momentos em que o músico está trabalhando e poucas pessoas presenciam. Vamos aos tópicos:

Preparação Individual: Ao ver um músico tocando bem, tenha certeza: Ele dedica um tempo da sua rotina sozinho, praticando com o instrumento, ouvindo música e assistindo performances de outros músicos. Além disso, muitos estudam música auxiliados por um professor para se aperfeiçoarem. Não há dom em música, há somente PRÁTICA.

Preparação Coletiva: Uma boa apresentação exige ensaio. Ensaio exige espaço. Espaço exige dinheiro. Como tempo é dinheiro, ainda há a dificuldade em alinhar as agendas dos músicos envolvidos. Quando a banda não possui um espaço próprio para ensaiar, aluga um estúdio para que o ensaio aconteça. E, claro, qualquer estúdio cobra determinado valor por hora. Mas o que significa ensaiar? É pegar a sequência de músicas que os envolvidos aprenderam PREVIAMENTE, na preparação individual, e tocá-la efetivamente por todos. Ensaio não é lugar de aprender música. É o momento de colocar as coisas no lugar, combinar timbres e arranjos, definir volumes.

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Equipamento: Quando o músico adquire um instrumento ou equipamento musical, há muita pesquisa. Pesquisa de preços, marcas, produtos que ofereçam a melhor sonoridade e durabilidade por um valor que caiba no bolso. E essa pesquisa toma tempo. Consultas aos sites de pesquisa, visita à lojas, conversas com amigos músicos e planejamento das finanças. A escolha certa evita prejuízo financeiro, afinal, se houver arrependimento da compra e o músico decidir trocar ou vender, automaticamente o produto perde valor.

Agendar show: Agendar o show implica em entrar em contato com casas e bares para marcar datas remuneradas. SEMPRE cobre pelo show em DINHEIRO. NUNCA aceite tocar em troca de bebida, comida ou algo que não tenha valor financeiro. Para estipular um valor para o cachê, converse com amigos músicos que tenham mais experiência para ter uma base de quanto uma banda na sua cidade recebe por show. Por exemplo, apresentações de segunda a quinta-feira pagam menos por atrair menos público, mas pode ser uma boa opção para bandas iniciantes. Na gana de subir ao palco, algumas bandas entram em furadas imensas como vender ingressos, tocar de graça e tantas outras situações. Pessoalmente, eu não aconselho a fazer isso, mas acho válido o músico passar por situações semelhantes para aprender na pele o que não deve fazer. A escolha é sempre sua.

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Divulgação: A banda conseguiu agendar o show. Já tem local, data e hora para acontecer. Mas não basta só a banda e o contratante saberem disso, é preciso atrair as pessoas para o show. E é aí que começa a divulgação. Ter fotos, flyers vídeos de qualidade funciona bem. Isso exige investimento financeiro e, se houver alguém no grupo que saiba fazer edições, investimento de tempo e paciência.

Pré show: Você precisará de um carro para levar os seus instrumentos até a apresentação, principalmente se você for baterista.Chegar no horário combinado mostra profissionalismo e conta pontos positivos com o contratante. A passagem de som deve ser objetiva e a banda já deve saber como quer soar. Entenda que há o som no palco e o som do P.A., que será comandado pelo técnico de som. Ele é um dos responsáveis pela qualidade sonora que chegará ao público.

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Show: Crie um setlist que envolva o público. As melhores músicas devem vir no começo, quando a plateia ainda está sóbria. As vezes não há muita reação nesse momento da apresentação, mas o começo é a parte que a maioria lembrará. O palco é um lugar sagrado. Divirta-se, dance, pule, aproveite o momento e encare sua plateia sem medo.

Pós Show: Depois do show preste bastante atenção ao recolher os seus equipamentos para não esquecê-los no local. Mesmo um simples cabo ou um par de baquetas tem custo e deixá-los pra trás é prejuízo. Seja objetivo ao colocar as coisas no carro e ir embora para evitar o risco de ser assaltado. Aliás, nunca deixa seus objetos no carro e vá para outro lugar.

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Esses são alguns pontos que nós músicos, profissionais e amadores, lidamos no dia a dia. Se você tem alguma experiência para compartilhar, peço que me conte nos comentários. Toda troca de informação é bem-vinda.

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Sobre Fábio Sena

Fábio Sena, O Louco do Baixo é músico profissional. Professor de música, toca na banda Grungeria, Orquestra Filarmônica de Santo Amaro (OFISA), Bass Solo Performer e escreve no blog "O Louco do Baixo".
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