Woodstock Festival: Em 1969, uma Utopia eternamente jovem
Por Cauê Del Valle
Fonte: Texto Pessoal
Postado em 17 de agosto de 2012
Tido como o maior festival de música já realizado o Woodstock Music & Art Fair, reuniu mais de 500 mil pessoas entre 15 e 17 de Agosto de 1969, para dar voz à ''Utopia Hippie'', visão dos jovens perante a Guerra do Vietnã (ou segundo os vietnamitas, Guerra Americana) que acontecia simultaneamente ao festival. A música foi a principal arma desses jovens, para se opor à guerra e o capitalismo. Realizado entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos.
Anunciado inicialmente como "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", originalmente iria ocorer na cidade de Woodstock, mas incitados por preceitos políticos e o moralismo da época, a idéia de milhares de jovens aglomerados sob o lema ''Sexo, Drogas & Rock n' Roll'' fizeram com que os moradores locais proibissem o festival, o que o levou para a pequena Bethel, a uma hora e meia de distância. Woodstock expressou a era hippie e a contracultura do final dos anos 1960 de uma forma pura, retratada pela juventude da época. 32 dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um chuvoso, mas histórico final de semana. Vários eventos posteriores tentaram algo maior, mais grandioso, mas o evento original provou ser único, históricamente reconhecido como um dos maiores momentos da música popular.
Os principais idealizadores foram Michael Lang, John Roberts, Joel Rosenman e Artie Kornfeld. Roberts e Rosenman, que entrariam com a parte financeira, colocaram um anúncio sob o nome de Challenge International, no The New York Times e no Wall Street Journal "Jovens com capital ilimitado buscam oportunidades de investimento legítimas e interessantes e propostas de negócios". Lang e Kornfeld responderam o anúncio entusiasmados, reuniram-se inicialmente para promover a criação de um estúdio de gravação em Woodstock, mas a idéia evoluiu para um festival. Mesmo correndo riscos, visando o retorno financeiro, o projeto foi montado.
Os ingressos começaram a ser vendidos em lojas de disco de Nova York, ou via correios. Custavam cerca de 18 dólares, ou 24 dólares se adquiridos no dia. Inicialmente 186.000 ingressos foram vendidos antecipadamente, então eles estimaram um público aproximado de 200.000 pessoas. No entanto, não foi isso que aconteceu, cerca de 500.000 pessoas invadiram a pequena cidade e chegando ao festival derrubaram as cercas e tornaram o evento público. Transformando Bethel em uma "área de calamidade pública", provocaram congestionamentos imensos e bloqueios na via expressa estadual. A organização do festival visou retorno financeiro imediato, sem um planejamento adequando para providenciar saneamento, primeiros-socorros e alimentação para todos. Centenas de pessoas tiveram que lutar contra mau tempo inesperado e condições mínimas de higiene.
A música não fez jus à organização, os principais ícones jovens da época marcaram presença de forma excepcional, durante os 3 dias de festival nomes como Santana, Janis Joplin, Creedence Clearwater Revival, Joan Baez, Mountain, Grateful Dead, Joe Cocker, Johnny e Edgar Winter, Jefferson Airplane entre tantos outros, deram voz ao público e chamaram a atenção das grandes potências políticas e sociais. O Festival termina com a histórica apresentação de Jimi Hendrix, entoando o hino nacinal americano, em sintonia com os milhares de olhares e as esperanças idealísticas daqueles jovens.
Sem dúvidas, o destaque do festival foi mesmo o retrato comportamental exibido pela harmonia social e a atitude de seu imenso público, que mesmo após 43 anos, nós deveriamos tirar de exemplo.
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