Gang of Four: completíssima biografia da banda britânica
Por André Gustavo Nicoluzzi Vieira
Postado em 23 de setembro de 2009
A banda britânica formada em Leeds (Inglaterra) no final dos anos 70 trouxe enormes influências para outras bandas que fazem sucesso hoje, quase 30 anos depois. A cena inglesa da época apresentava o início da decadência do ápice do punk rock criado pelas bandas como Sex Pistols e The Clash, entre outras. Porém, surgiam nos pequenos grupos acadêmicos grandes músicos inspirados pelo som cru apresentado pelo punk-rock ao mundo! The Fall, Joy Division, Wire, Magazine, Public Image Ltd (este último do próprio John Lyndon, formador e líder dos Sex Pistols) apareceram na cena musical da época como grandes surpresas, um som tão cru quanto o punk rock porém menos agressivo e muito mais melódico, não menos politizado.
O nome da banda surge então de um artigo de jornal, onde era anunciada a história da prisão do quarteto de radicais em Pequim, seguindo ordens das lideranças chinesas da época (1976). Em uma viagem com a faculdade para Nova York, Gill e King, os amigos que eram responsáveis pelas idéias revolucionárias da banda, tiveram a oportunidade de ir à casa noturna CBGB, e conferir shows dos Ramones e Television! A idéia para a banda fora iniciada!
O som do Gang of Four é diferente de seus sucessores e antecessores. É definitivamente algo único, algo inovador, e que infelizmente nenhum outro grupo fará algo igual. O GOF soube como ser polêmico, sem ser banal ou carregar uma imagem esdrúxula e idiota. Apesar da banda não ter recebido o seu devido reconhecimento, é uma das maiores bandas da história do rock!
O grupo foi formado precisamente em 1977, na Universidade de Leeds. Quatro rapazes de vinte e poucos anos, cheios de energia: O vocalista era John King, o lendário guitarrista Andy Gill esbanjando distorções e rifs criativos, Dave Allen foi o responsável pelas incríveis linhas de baixo que caracterizaram a banda e Hugo Burnham a completava com a bateria.
O primeiro disco da banda é a maior obra-prima da história do pós-punk, um dos maiores discos da história do rock. A grande influência pode ser claramente observada nas bandas que se criaram ao redor do mundo inteiro no começo dos anos 80: U2, PIL, Chameleons, New Model Army, entre outras. O som pesado do baixo parecia ser o responsável pelos principais rifs da música, e a guitarra aparecia como um item secundário. Como acontece em Twilight, Jerusalém, Rejoice e New Year’s Day do U2; Notice Me, Running in the Rain, The Price do New Model Army; e o que dizer das exaustivas introduções nos baixos da Legião Urbana em Perdidos no Espaço e Ainda é Cedo?
Em meados de 1978, o grupo consegue lançar o seu primeiro single, em parceria com o selo Edinburgh’s Fast Product. Nas paradas do rock independente inglês, o disco com apenas três músicas (Damaged Goods, Anthrax e Armalite Rifle) aparecia então no primeiro lugar, encabeçando a lista da época. O single era tocado constantemente por John Peel, em seu famoso programa de rádio. Partindo desta grande reprodução em seu programa, John Peel, que costumeiramente trazia as suas bandas favoritas para uma performance ao vivo, permitiu ao Gang of Four não apenas um, mas dois pequenos concertos ao vivo na radio. Com o sucesso do programa, partiram para shows quase que sempre esgotados por diversos lugares na Europa e Estados Unidos! O primeiro contrato então já foi firmado com uma gravadora grande, a EMI.
Com a EMI, a banda lança o single At Home He’s a Tourist, no ano de 1979. A banda mostrou seus sinais políticos ao negar uma participação no programa Top of the Pops, da BBC! Na ocasião, a televisão exigiu a troca de algumas palavras da música At Home He’s a Tourist, alegando teor subversivo para um programa daquele tipo. Com esta atitude, a gravadora começou a deixar o Gang of Four em segundo plano, atirando todas as suas atenções para outra banda que iniciava nesta mesma época: Duran Duran.
O primeiro disco do Gang of Four é amplamente elogiado em todos os segmentos do rock que o tratam. A banda trazia em sua formação: Dave Allen (baixo), Hugo Burnham (bateria), Andy Gill (guitarra) e o vocalista Jon King.
A música mais discreta do disco talvez seja a própria primeira: Ether, onde o ritmo é mais lento, porém é possível perceber tudo o que virá pelo disco: Puramente guitarra, baixo (e que baixo!), bateria e a voz! A letra trata da decisão do secretário do Estado da Irlanda do Norte de posicionar os prisioneiros acusados de crimes terroristas (IRA) em categoria de status especial. Natural's Not In It é a segunda música, e sua composição trata sobre a teoria marxista de alienação. No som é possível já observar grandes expressões e rasgos dos instrumentos de corda. A terceira faixa é Not Great Man, que fala sobre a Teoria do Grande homem! Mais uma canção com a levada funk, misturada com o indie rock da época. O tema sexo ("Às vezes penso que estou te amando, mas eu sei que é só sexo") entra em cena, talvez com o maior hino do pós-punk: Damaged Goods! A música começa com uma introdução de baixo, alternada por uma guitarra e explode com a inclusão das baterias! Em mais uma canção politizada, Return the Gift trata a teoria do comodismo da vida social, também desenvolvida por Marx. A música apresenta um refrão energético, dançante, mais rápida, também uma das melhores músicas do disco! Em mais uma música agitada e speed do disco, Guns before Butter inicia-se lenta, mas logo é acompanhada de distorções de guitarra e o baixo gravado com uma freqüência acima do normal. É um aperitivo para I Found That Essence Rare, que já começa com a velocidade e agressividade de suas antecessoras! O tema tratado nesta letra também é sexo! As duas seguintes são as mais curtas do disco, mas não fogem ao propósito da banda e aos estilos de música apresentados: Glass e Contract; esta última que fala de amor, tradicionalmente. Com a introdução de At Home He’s a Tourist, já cheguei a perder um copo de whisky! Deixei por engano, em cima da caixa de som, enquanto escutava o disco... no último volume, é bem verdade! Porém, a introdução de At Home He’s a Tourist é feita pelo baixo ensurdecedor de Dave Allen, em uma cavalada envolvente. Apenas alguns bons segundos depois é que se tem início de um som de algumas guitarras distorcidas, até que os vocais entrem na música. Quando percebi, o copo espatifara no chão, e eu quase nem ouço o som deste impacto. A gaita faz parte dos arranjos de 5.45, mais uma ótima música do disco, que trata as guerrilhas da América Central que atuavam na cena política daquela época. O amor volta à tona em Anthrax, e as composições lançadas originalmente terminam nesta décima segunda faixa.
O curioso é que, em relançamentos do álbum, muitas músicas boas aparecem como He’d sent to Army, Armalite Rifle e It’s Her Factory (esta última, apenas tocada com bateria, baixo e gaita – além da voz).
A capa do disco também traz aspectos políticos, como pequenos quadros de um índio apertando as mãos de um cowboy, e a narração: "O índio sorri, ele pensa que o cowboy é seu amigo. O cowboy sorri, ele está satisfeito por ter enganado o índio! Agora ele pode explorá-lo!". Considerando o conteúdo lírico do disco, o tema Cowboy e Índio pode significar uma porção dos diversos conflitos sociais retratados.
O single Damaged Goods atingiu o número 39 nas paradas das mais tocadas da Billboard, e At Home He’s a Tourist atingiu o número 58 em vendas no Reino Unido. Em uma matéria da revista Rolling Stone, o álbum foi rankeado em 490 na lista dos 500 maiores discos de todos os tempos! Em outro ranking, a revista Q magazine posicionou a música At home He’s a Tourist em qüinquagésima segunda, em uma lista das cem melhores músicas com guitarra!
Ainda tratado como melhor que seu antecessor por alguns fãs antigos do grupo, Solid Gold (Warner Bros.), o segundo álbum da banda, foi lançado em 1981, depois do sucesso de Entretainment! O estilo musical do disco é praticamente o mesmo, e para quem é fã da alta inclusão dos baixos nas músicas, este álbum ainda será mais apreciado do que o primeiro. Porém, o sucesso alcançado pelo segundo disco não se compara ao primeiro. O single What We All Want, atingiu o trigésimo posto das mais tocadas da Billboard, enquanto que no âmbito "álbuns pop" (álbuns pop?) da mesma Billboard, a banda atingiu a posição de 190 com o lançamento do álbum.
Claro que nenhum som produzido pelo Gang of Four seria pop, nem aqui nem na Europa ou Estados Unidos. Quanto aos temas deste segundo disco, continuam sendo tratados os paradoxos da guerra, do trabalho e do lazer! O disco contém dez faixas em sua versão original, contendo mais cinco no relançamento em formato CD, inerentes ao EP Another Day/Another Dollar. Como já dito antes, com a mesma formação, o GOF não perde em qualidade, e produz mais um disco memorável! Uma alternância nos vocais é perceptível entre John King e Andy Gill, assim como no primeiro disco! A primeira faixa, Paralysed, envolve os instrumentos de maneira mais cadenciada, como uma das músicas mais lentas do disco, porém cria um clima sombrio e nostálgico (Jon King quase não canta, ele apenas recita os trechos da letra). Um dos grandes sucessos da banda é What We All Want, a única a ser lançada em single antes do lançamento do disco! Mais uma vez a habilidade de Dave Allen e seu baixo será venerada, além de seu dom em todo o disco! A gaita aparece novamente em Why Theory, que tem um ritmo mais cadenciado e rifs bem definidos.
A primeira baixa da banda ocorreu após a turnê americana deste segundo álbum, quando o excelente baixista Dave Allen resolve deixar a banda para juntar-se ao grupo mais pop/dançante Shriekback, em Londres, 1982. A perda de Allen significava também uma perda de química entre os membros da banda. A reposição, em termos de habilidade com o instrumento, foi quase que à altura! Quem se juntou à banda neste ano foi a primeira peça feminina do grupo, Sara Lee. Lee, que era secretária na gravadora Polydor, conseguiu uma chance de tocar com Robyn Hitchcock, e pelo jeito, se deu muito bem. Lee se juntou ao League of Gentlemen, liderados pelo ex-King Crimson Robert Fripp, antes de aparecer ao Gang of Four.
Desta forma, segundo opiniões daquele pós punk cru que nascera uma vez na Inglaterra, no final dos anos 70, o Gang of Four terminava logo ali a sua saga de influências e discos, no mínimo, maravilhosos! Na minha opinião, e na opinião ainda de muitos fãs da banda, o GOF ainda trouxe muito para a música! Realmente, nada como nesta primeira fase da banda!
Um exemplo claro disto é que, para as gravações do terceiro disco, Songs of the Free (Warner Bros.), não apenas Sara Lee foi adicionada à banda, mas junto dela, mais duas backing vocals! É isso mesmo, duas backing vocals! A banda aderiu ainda características extras de estúdio, sintetizadores, teclados, eletrônica, essas coisas. Não mais fazia parte da banda apenas a guitarra, o baixo e a bateria (e às vezes aquela gaita)! A música acompanhava a evolução dos anos 80. Em contra partida, aqueles fãs que pulavam sem parar ao ouvir Damaged Goods, agora, deveriam dançar. A banda colocava um pé no mundo pop da música! Para os bons admiradores dos sons produzidos pelo baixo, o disco ainda é um prato cheio! Diversas introduções são feitas com o instrumento, que ainda era tratado como frente da banda! A inclusão das frases do baixo são ainda maravilhosas, na grande maioria das músicas do disco!
De maneira irônica, o disco atingiu o número de 175 nas mesmas paradas de álbuns pop da Billboard (repare que em uma colocação melhor do que Solid Gold). Porém, mais ironias aparecerão! Do ponto de vista lírico, as letras produzidas trazem os temas já famigerados pela crítica. A banda critica a mentalidade consumista na primeira faixa, Call Me Up, a nostalgia vivida naquela época com It is Not Enough e o machismo militar em I Love A Man In Uniform. Assim como muitas bandas da época, o GOF também deixou sua crítica para a guerra que ocorria naquele momento, entre os ingleses e argentinos, nas ilhas Falklands. New Model Army e Clash também foram alguns dos quais apresentaram críticas ao movimento militar inglês na América do Sul. A música I Love a Man in Uniform foi logo banida das rádios, exatamente pelo cunho crítico à política militar.
Sobre a sonoridade, como dito anteriormente, o álbum já não é unanimidade! Muitos adoram, muitos desgostam! A verdade é que esta nova conquista do GOF com um novo público surtiu um certo efeito! A música mais famosa da banda torna-se então I Love a Man in Uniform, tocada a exaustão pelas discotecas inglesas que emergiam em número nos anos 80. No ranking das mais tocadas da Billboard (Club play singles), aparecia entre as 30 mais executadas! E no ranking de vendagem, o número de 65. A grande verdade é que, com qualidade ou não, o disco não aponta para a mesma direção de seus dois antecessores.
Logo após as gravações do disco, a segunda baixa veio por parte do baterista Hugo Burnham. Agora, sem o baterista original, a banda entraria em um novo universo, porém, nada com um impacto tão enorme após Songs of the Free.
Desta forma, a banda entrou no estúdio pela última vez sob o comando da Warner, no ano de 1983. Necessito a atenção do leitor para o ano de 1983. A New Wave era o ritmo do momento na época, e as maiores bandas atuantes lançavam seus discos de acordo com a sonoridade: Alphaville colocava no forno o Forever Young; David Bowie lançava China Girl e Let’s Dance; Jimmy Sommerville aparecia com seu Bronski Beat e sua Smalltown Boy; o Culture Club já lançara o seu Kissing to be Clever; o Cure estava com o seu Japanese Whispers; Dead or Alive com o seu Sophisticated Boom Boom; o Duran Duran lançava Rio; os Romantics e seu Talking in your Sleep; Major Tom de Peter Schiling; sem falar de bandas como Ultravox, Spandau Ballet, Icehouse, Flock of Seagulls, Tears for Fears, etc. O quarto disco da banda, Hard, é uma soma de tudo isso!
Mais uma vez, é possível encontrar em lojas virtuais, fóruns de música e artigos de revistas críticas negativas pesadas para o rumo no qual a banda tomou. Realmente, o quarto disco não tem nada a ver com o primeiro e/ou o segundo, parece um pouco mais com o terceiro, mas é algo único e diferente.
Em uma opinião particular, Hard é um dos melhores discos do Gang of Four. A explicação é simples: gosto pelas bandas supracitadas. Este disco do Gang of Four trouxe ao público um ambiente completamente triste, melancólico, de fazer frente a bandas como Joy Division. Desta vez as virtudes da baixista Sara Lee estão ao extremo, é perfeitamente exaltado o som produzido pelas linhas de baixo (é possível encontrar na internet formações que gravaram este disco com dois baixistas). As canções, conforme dito anteriormente, tem um clima triste e sombrio, e as letras tratam de tons amorosos, em sua maioria. A percussão utilizada é eletrônica, o que dá o ar mais oitentista às canções!
A primeira faixa é característica do disco: Is it Love, que o nome fala por si só. Uma das melhores (quiçá a melhor) música do disco é I Fled, onde os vocais femininos responsáveis pelo refrão transmitem um sentimento triste, pelo timbre da voz ecoada. Em Silver Lining, mais uma vez à frente as linhas de baixo de Sara Lee, com a cara dos anos 80. Woman Town tem um ritmo dub, e apesar de tudo, de muito boa qualidade, com um refrão cantado também por vozes femininas marcantes! Em A Man With a Good Car, o estilo segue recheado de toques de New Wave. Uma breve bateria acompanhada de um baixo nostálgico iniciam It Don’t Matter, completada com vocais femininos e de Andy Gill e Jon King. Arabic também é um dos pontos altos do disco, com a melodia muito bem elaborada. As últimas duas canções trazem um cenário mais feliz, por sua sonoridade: A Piece of My Heart e Independence. Talvez as duas piores do disco, mas sempre é bom salientar que o disco em si é muito bom.
A banda então resolve dar um bom tempo depois das gravações de Hard, em 1983. Apenas alguns poucos shows se seguiram pelos anos 80, Jon King e Sara Lee apareceram em projetos paralelos até o fim da década, mas nada que chamasse a atenção! Foi esta a última gravação dos anos 80 da banda!
No começo do ano de 1991, a banda (Jon King e Andrew Gill) se reúne novamente para tentar mais uma tacada: "Mall", lançado em maio de 1991. O álbum ainda traz algum legado de Hard, porém parece entrar de cabeça no college rock que aparecia aos montes na cena musical do rock nesta época. A composição lírica retorna às críticas políticas, retornando a banda no cenário politizado da música. As faixas são mais previsíveis do que nos outros discos, os temas são "adivinháveis", o Gang of Four talvez tenha gravado o seu pior álbum até então! A faixa F.M.U.S.A, por exemplo, critica abertamente a guerra do Vietnã. Cadillac, a primeira faixa, tem a levada mais punk rock, porém adaptada ao cenário atual da banda. Motel, que vem em seguida, é romântica à lá REM, e muito bem executada. Satellite também traz os estilos college rock da época, com um ar de romantismo teen, assim como grande parte do disco. Também cabe uma versão cover de Soul Rebel, de Bob Marley, comprovando o gosto da banda pelo reggae e dubs anteriormente apresentados. O sucesso do disco foi bastante limitado, assim como os agrados aos fãs também. A segunda parada da banda é anunciada, e os rapazes restantes junto de Sarah Lee e as vocalistas, resolvem dar um tempo com o Gang of Four.
A penúltima re-reunião da banda conta agora apenas com os dois membros mais dispostos a levar o rock do Gang of Four para frente: John King e Andy Gill. Mas agora o Gang of Four contava com mais integrantes, como baixistas e bateristas, que alternadamente completavam a banda para a gravação de algumas músicas. Estas músicas viriam compor o sexto disco da banda, intitulado Shrinkwrapped, lançado pela gravadora Castle Records, no final do ano de 1995. O álbum é tido como um pouco melhor do que Mall, de quatro anos antes. A banda parece não se preocupar mais em retomar as grandes gravações que os consagraram no começo dos anos 80!
A formação original da banda retornou aos palcos em 2004, fazendo turnês internacionais. Nesta época, a banda resolve lançar em 2005 Return the Gift, uma coletânea com os maiores clássicos da banda no seu auge. O interessante é que trata-se de uma regravação das músicas que fizeram sucesso no final de década de setenta e começo da década de oitenta. Sendo assim, para os grandes fãs da banda, é uma ótima pedida para matar a curiosidade. A esmagadora maioria das músicas faz parte dos dois primeiros discos da banda. Desta forma, pude conferir com meus próprios olhos a turnê deste disco, na casa de shows Via Funchal, em setembro de 2006. A banda viria tocar junto dos Cardigans, banda sueca, em um festival para uma empresa de bebida. O curioso é que os Cardigans abriram o show, e após o show destes, alguns grupos de pessoas foram embora sem ver o quarteto inglês. Nesta ocasião, o membro original Hugo Burnham foi reposicionado por Mark Heaney. O show foi incrível, o som perfeito! Um dos melhores que eu já pude ir aqui no Brasil (considerando a dificuldade inexplicável que nós temos de adequar uma boa passagem de som para certos shows aqui).
Assim foi até maio de 2008, quando novamente Allen deixou a banda. Hoje em dia, sempre com Jon King e Andy Gill como presença garantida, o Gang of Four continua a sua aparição em público participando dos maiores festivais europeus, sempre com outros músicos de apoio.
Ao longo da sua história, alguns fatos curiosos cercaram a banda em relação a sua produção de sons! O primeiro disco, como já disto antes, é uma das maiores, senão a maior, obra prima do pós-punk! Porém, ao longo do tempo a banda destoou desta sua característica marcante! Em 1984, por exemplo, o GOF apareceu ao lado de artistas como o Survivor, Commuter, Joe Espósito e Broken Edge na produção da trilha sonora do famosíssimo filme (pelo menos em terras tupiniquins) Karate Kid (The Karate Kid), com a música Desire.
Outra questão é que, nos anos 80, era bastante comum as gravadoras lançar no mercado coletâneas de diversas bandas do mesmo gênero. Por exemplo: em 2000, a banda participou da coletânea Doublé Shot, Punk!, ao lado de bandas como Vandals, Bad Religion, Black Flag, entre outras. Em 1994, a banda participou de uma coletânea chamada Just Can’t Get Enough (Talvez uma referência para a música do Depeche Mode): New wave hits of the 80’s, com os artistas Tommy Tutone, Soft Cell e Japan! Em mais uma destas contradições da indústria da música, uma grande coleção chamada No Thanks! The 70’s Punk Rebellion trazia, além do Gang of Four, Ramones, Clash, Buzzcocks, Television, Stooges, X Ray Spex, Wire, NY Dolls e Dead Kennedys. Em outra, com estranho nome de Hit That Perfect Beat (a tradução de algo parecido com "Toque a batida perfeita"), o GOF aparecia ao lado de Erasure, Yazoo, New Order e Trans X.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps