Plexus
Postado em 06 de abril de 2006
O embrião da Plexus estava presente na banda Steel Maiden que foi formada em outubro de 1998. A Steel Maiden era uma banda que tocava exclusivamente covers do Iron Maiden. O objetivo maior dos membros da Steel era adquirir experiência em shows ao vivo para futuramente formar uma banda com músicas próprias. A Steel Maiden teve ótima receptividade nos diversos shows que realizou em 1998 e 1999. Tocou com bandas baianas de porte como Drearylands, Malefactor, Pandora, Mercy Killing e Carnified. A Steel Maiden seduziu os fãs do Iron Maiden e foi aclamada pelo público. Um dos momentos mais importantes da Steel Maiden foi um show realizado no Idearium Bar que atraiu um público de 400 pessoas.
Em março de 2000, a banda começa a se dedicar às suas músicas próprias e foi justamente nesse momento em que o vocalista Haggen Kennedy decide sair da banda devido a problemas pessoais. A banda então adota o nome Plexus (sugerido pelo próprio Kennedy) e sai à procura de um novo vocalista. Depois de fazer testes com vocalistas durante 2 meses, a banda encontra Gabriel Melo, que imediatamente começa a atuar.
O nome Plexus foi escolhido porque a banda queria seguir uma linha diferente da maioria das bandas de heavy metal melódico. "Nós não queríamos nada relacionado a temáticas medievais. Desde o começo, queríamos algo diferente, mais urbano e atual", esclarece Marcelo Martins, guitarrista do conjunto. "Plexus é um nome que soa bem e tem um significado interessante: partes entrelaçadas que formam uma estrutura coerente, criativa e funcional. Isso é quase um sinônimo da palavra banda", complementa Gabriel Melo, vocalista.
O primeiro trabalho da Plexus foi realizado em março/abril de 2001 e certamente não é cópia de nenhuma das bandas do atual cenário de heavy metal melódico. O EP "Departure" traz 5 músicas que seguem um caminho distinto da maioria das bandas desse estilo. Ao invés de investir em orquestrações sinfônicas e coros com centenas de vozes, a Plexus se dedica à principal característica do heavy metal: o peso. "Eu gosto muito das bandas atuais de metal melódico, mas acho que algumas não têm guitarras muito pesadas. Quando entramos no estúdio eu falei pra Martin, nosso produtor, que queria um som de guitarra bastante pesado, o mais pesado possível!", explica Martins.
O nome do disco, "Departure", tem dois significados diferentes. O primeiro é "ato de ir embora" que se relaciona com a temática da letra da música. O outro significado é "embarque", no sentido de começar uma jornada, uma viagem. "Como é o nosso primeiro disco, podemos dizer que é o começo da nossa jornada no mundo do heavy metal", filosofa Martins.
O resultado é um trabalho bastante interessante que, além de conter o citado peso, esbanja melodia no vocal e nos duetos de guitarra. O vocalista Gabriel Melo soube dosar momentos de agressividade em Sand and pride e mais melódicos e limpos em Time for resistance. Marcelo Martins e Ricardo Abreu promovem bastante peso em Departure e melodias típicas do heavy metal tradicional em Wings of fire. A cozinha é uma das mais competentes do metal baiano, que conta com Iassa Lima (já tocou em bandas importantes da cena baiana, como a Zona Abissal e a Headhunter D.C.) na bateria e Ricardo Sobrinho (que também é baxista da Carnified e da Megacover, uma banda cover do Megadeth). O entrosamento dos dois é bastante evidente em faixas como Wings of fire e One step into infinity.
Logo após a gravação de Departure, Ricardo de Abreu decide sair da banda, devido a diferenças musicais. Martins comenta a decisão do guitarrista: "Nós estamos planejando o segundo trabalho e percebemos que ele vai ser mais pesado ainda. Ricardo não estava satisfeito com o direcionamento que estávamos tomando e achou melhor se desligar da banda". Iassa Lima, baterista, completa: "Mas nós ainda somos amigos, não houve nenhuma briga entre nós." O novo guitarrista se chama Gustavo Menezes e já tocou em algumas bandas locais, como a Graverisen.
Nada mau para uma banda que tem pouco mais de um ano de vida. Mas o bom resultado só foi possível porque a banda sempre prezou pelo alto profissionalismo. Além da preocupação em contratar um produtor musical (Martin Mendonça, que trabalhou com a Malefactor e com a Headhunter D.C.), a Plexus procurou um designer gráfico (Mauro Barros, da Open Mind Design) para fazer a arte da capa e o logotipo da banda. As fotos de divulgação foram feitas por um fotógrafo profissional, Cláudio David, que, entre outros trabalhos, fez a cobertura fotográfica do projeto "O Que Cabe Neste Palco" e coordenou a editoria de fotografia do Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFBA. Ricardo Sobrinho, Baixista, faz um comentário: "Pode parecer estranho, mas grande parte das bandas brasileiras de heavy metal não se preocupam com o profissionalismo. Acham que é só entrar no estúdio e gravar e ficar esperando que o contrato com a EMI caia do céu." Martins finaliza: "Nós sempre nos preocupamos ao máximo com tudo que diz respeito à banda. Uma banda não se resume ao som. Tudo tem que ser feito com muito cuidado: as fotos, as capas do disco, as letras, o website, o logotipo, o design do encarte e etc."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps