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24/06/17 - Black Embers Festival IV (São Paulo - SP)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Fonte: Ceará & Rock
Postado em 18 de junho de 2017

O próximo final de semana em São Paulo atrairá headbangers de todo o país para conferir o show de KING DIAMOND no Liberation Festival (que ainda tem LAMB OF GOD, CARCASS, HEAVEN SHALL BURN e TEST no elenco estelar). E a apresentação de domingo do rei do horror não será apenas a única no país, como também será uma das únicas que o rei e sua banda farão este ano (São Paulo, Las Vegas e Cidade do México são as únicas datas confirmadas até agora antes do lançamento do novo álbum).

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Quem chegar um pouco antes à cidade, no entanto, vai poder participar de mais um festival, este só com bandas brasileiras. Celebrando a pluralidade, o BLACK EMBERS FESTIVAL IV, trará bandas dos mais variados estilos (Indie, hardcore, death metal, shoegaze, grind core) e também de vários estados de Norte a Sul do Brasil (de São Paulo, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná), tudo no melhor estilo Faça Você Mesmo. O festival acontecerá na Trackers, na Rua Dom José de Barros, 337 a partir das 17h do dia 24 de junho, com as bandas GURO (Londrina/PR), HEAVENLESS (Mossoró/RN), SIEGE OF HATE (Fortaleza/CE), APHORISM (Salvador/BA), CVLPA (Porto Alegre/RS- SÃO PAULO/SP), FRIEZA (Goiânia/GO), TRAVELLING WAVE (Piracicaba/SP), CAVE WAVE (São Paulo/SP), HORACE GREEN (São Paulo/SP), SURRA (São Paulo/SP), O CÚMPLICE (São Paulo/SP), KID FOGUETE (São Paulo/SP), ANTI-GOD SQUAD (São Paulo/SP), QERBERO(São Paulo/SP).

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A Trackers fica ao lado da galeria do rock e os ingressos custarão R$ 20,00 e a programação é a seguinte.

PALCO 1

17:00 - Qerbero
18:00 - Surra
19:00 - CAVE WAVE
20:00 - Travelling Wave
21:00 - Heavenless
22:00 - Frieza
23:00 - Siege of Hate (S.O.H.)

PALCO 2

17:30 - Cvlpa
18:30 - Horace Green
19:30 - Anti-God Squad
20:30 - Kid Foguete
21:30 - O Cúmplice
22:30 - Aphorism
23:30 - Guro

HEAVENLESS: O poder corrompe, corrói e destrói. Extingue todas forças da terra e transforma em dígitos de crédito tudo que poder vendido. A filosofia dos sonhos, nos deu um norte a esperar, e o capital alegrias plásticas a serem cobiçadas. A mão do espírito nos afaga, e a mão da realidade com luva de chumbo nos golpeia. Ao povo, marcado e sofrido, resta a contatação de que Deus não está mais entre nós. O senhor dessa terra apenas comanda tudo, sem expor sua face ou nome. A terra da desesperança, tem um outdoor apontando um paraíso vazio. Heavenless é uma silhueta de sangue, sobre o asfalto. Um dia foi alguém. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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KID FOGUETE: Imprevisibilidade, sentimento e busca de razão são o asfalto das relações. De uma janela escondida vemos os passantes. Fechados em nossos espelhos negros que esquentam nossas mãos, rolamos, seguimos, perseguimos, nos irritamos e choramos. Um entre milhões, ninguém na multidão dos protagonistas. Enrubescemos no silêncio, temendo ser vistos. Lutamos como leões na virtuália escondendo nossa fragilidade gritante. Até que o pulso, volte a saltar. Até que o sol nos aqueça. Até que os olhos não sejam queimados por monitores. Kid Foguete, canta a dor dos relacionamentos contemporâneos. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

SURRA: Os cães tomam as ruas. Fazem a segurança do patrimônio privado e mantêm a população no controle. Dentro de seus capacetes, mentes atrofiadas, só entendem a linguagem do aço e da borracha. Todo aquele que se levanta é esmagado, alvejado antes de lançar as pedras. Entre os escombros corremos, nos protegendo e armando o próximo golpe. Nosso alimento é a revolta, nosso sangue, a raiva. Do topo dos prédios e palácios de vidro os porcos assistem com as pernas trêmulas. Sabem que seu tempo está perto de acabar. Surra, dói como um dente inflamado. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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ANTI-GOD SQUAD: A lâmina rasga o ar antes de encontrar o impacto. Dilacerando camada a camada, passa por etapas. Pele, nervos, veias até trincar os ossos. O enigma do aço vem do fogo, da forja que molda metais criando os medos. Deformidade e retorção, ácido e corrosão. O aço é metáfora do que somos. O metal da morte dilacera e tritura. Seu tilintar reverbera nas grutas escuras. Sempre a espera dos poucos que podem se erguem ao som de seu chamado. Um zunido elétrico que vem das entranhas do pesadelo. Anti-God Squad faz death metal. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

TRAVELING WAVE: Existem uma porção de corpos em movimento. Em uma cinemática específica. Desconexa. Caótica. Que trás uma ordem própria que não somos capazes de decifrar. Os códigos voam em elípses que desafiam geometria e linguística. Céus sem zênite. Abismos sem fundo. Solo e céu no mesmo plano. Movimento é vida e chave do existir. Fluxo do inerte, caminhos dos afoitos. No meio de tudo isso vagamos. Em arrogância nos tomando como embaixadores do conhecimento, sem tomar ciência da totalidade. Ínfimos somos, e sempre seremos, sem a mínima condição de saber qual a curva adiante. Travelling Wave faz da melancolia, o remo que cruza a galáxia dos tormentos. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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GURO: Nossos traumas mais profundos, são nossas câmaras de tortura. Nos aprisionam, nos sufocam. Nelas são gestadas nossa fobia, o medo e a resignação. É lá que pequenos vermes, tornam-se monstros, que nos devoram de dentro para fora. O medo torna-se carne, construído sobre os ossos do desespero. Ele desenha-se sobre a pele repuxada entregando em expressão, tudo que esta escondido. Desregula nossas funções, faz que nossos fluídos se revertam atuando fora do normal. Alimentam cânceres que são a parte final de nossa existência. E o que nos mata, nos alimenta. Guro tritura horrores com dentes partidos. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

O CÚMPLICE: A nuvens negras que chegam, cobrem todos. Assassinos e usurpadores, refugiados da guerra e párias sociais. A tempestade se avizinha, acumulativa e voraz. Enquanto debatemos a base de cabeçadas, vemos a erudição ser substituída pelo senso comum. Damos voz aos chucros, que talham axiomas do lixo das piores ideologias. Fechados em nós mesmos, negamos o debate da rede, deixando de construir o diálogo. Falamos mais que ouvimos. Lendo quem concorda, que dizem o que nos agrada. Acabamos fugindo da dissonância. Temendo conhecer o poder do inimigo, nos tornamos os coxos que lutam com as próprias muletas. A democracia torna-se uma construção perversa a serviço do privilégio. Do poder do dígito. Matéria do direito, a quem lhe paga e convém. Verdadeira cidadela do ódio, que detrás de altos muros, verte para baixo o óleo quente da cólera. E nosso escudo é apenas o amor, em meio aos raios e trovões. O Cúmplice caminha no vale da sombra e nada teme, pois ninguém está a seu lado. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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QERBERO: Sartre disse que o inferno são os outros. E nessa percepção se encerra a ideia, de que todos somos imensos universos ensimesmados. Carregados de dores e alegrias. Com nossos vícios e segredos, fechados no cofre da vergonha. Ao mesmo tempo erguemos máscaras, como muros nos separando e protegendo nossas fragilidades. Essa salva guarda evidencia como todos somos fracos. Mas ocultando nossos demônios, também os estamos levando para todo lado. Qerbero são três cabeças observando um único horizonte escuro. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

FRIEZA: A terra arrasada tem a aridez que é herança dos homens. Em todos tempos foi maltratada e feita cenário desolado e amorfo. Nela reside uma memória que ninguém consegue captar nem tampouco transcrever. Ninguém a requer como propriedade, ninguém é seu dono. É apenas o cobertor de todos. Pousa sobre ricos, pobres, reis, executivos, pedreiros, mendigos. Ela os afaga em sua escuridão, na temperatura inexistente apagando todos da realidade. E nos aguarda, pois sabe que vamos ao seu encontro. Frieza assiste a corrosão dos ossos do tempo,de cima da rocha da decepção. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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APHORISM: As palavras acumulam poder. De construir a vontade que move os exércitos e erguer as bases mais sólidas do conhecimento na argumentação convicta. Fazem parecer que santos possam descer dos céus. Contam dos monstros que se movem nas sombras e da razão enquanto corpo, esquartejada em praça pública. Existem múltiplas camadas entre sílabas agrupadas e códices tão velhos que ignoram o tempo que flutuavam no ar. Mas são essas as teias do conhecimento e dos significados. Poucos se dão conta o quanto isso se transforma e perece nos nossos dias. Aphorism canta o desespero e a decadência, encadeamos no lirismo dos abismos. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

CVLPA: Existem energias que se corporificam de diferentes formas. Quebram as barreiras de tempo e espaço irradiando manifestações além da explicação. Nossa compreensão ainda é limitada para compreender o que nossos sentidos captam sem saber decodificar. Entidades vem, espíritos são rasgados, sentimentos viram corpos maciços. Cvlpa é uma entidade trans dimensional, que ocupa diferentes espaços em tempos sem sincronia. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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HORACE GREEN: A música é a plataforma dos sentidos. Torna-se ponte no fluxo constante da troca com quem ouve. Conecta emoções e percepções. Invade mentes. Presente em toda natureza, tanto nos anéis que contam a idade das árvores, quanto no suspiro final das estrelas que já morreram. Tudo e nada. Horace Green faz da música, o alicate que desata os corações doloridos. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

CAVE WAVE: Viagens distópicas são o paradigma de uma realidade fragmentada. O conforto torna-se solidão, no vortex aceptico que conduz dias exatamente iguais, um atrás do outro. O homem e a máquina dançam em movimentos síncronos, um desprovido de alma, o outro transbordando vivacidade. Cave Wave é névoa pesada, em uma noite negra no centro velho de São Paulo. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

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SIEGE OF HATE (S.O.H.): Vivemos o tempo do retrocesso, canibalizamos uns aos outros nos alimentando de ódio e rancor. As fendas no solo são regadas pelo sangue de justos e injustos, pois chegamos no fim do ciclo de decadência. Encontramos nossa igualdade bestial no animal incontrolável que temos dentro de nós. Siege of Hate traz seu grindcore de Fortaleza. Eles tocam dia 24 de junho no Black Embers Fest IV.

SERVIÇO:

Black Embers Festival
https://www.facebook.com/events/756077977882675/
24/JUN/2017
Trackers
Rua Dom José de Barros 337 17hrs –
R$20,00

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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