Rock Progressivo Italiano: Quarto Passeio pelo Sub-Gênero
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 07 de março de 2015
Os anos 1970 polvilharam a Itália de bandas progressivas. A maioria gravava um álbum, sumia e nos anos seguintes alguma gravadora lançava algum "álbum perdido" ou o grupo se juntava e lançava trabalho, sempre inferior ao setentista.
Vamos dar mais alguns passos nesse nosso passeio pela bota macarrônica, mas caso você queira ver por onde já passamos, acesse os links
A faixa final do primeiro álbum do QUELLA VECCHIA LOCANDA apontava o caminho pelo qual o grupo enveredou espetacularmente em seu segundo e derradeiro trabalho, Il Tempo Della Gioia (1974). Deixando de lado aspirações hard rock e melhorando os vocais, o QVL apresentou 5 complexas peças com influência de música erudita, rock e jazz. As 2 primeiras são mais influenciadas por música clássica, como A Forma Di que dá vontade de correr por corredores palacianos ao som de seu coro, violino, harpiscórdio, flauta; executados com maestria não encontrável nem em sucessos britânicos tipo ELP. Puro Vivaldi elétrico. As 3 faixas restantes fundem e/ou sucedem momentos jazzy, rocker ou eruditos. Por vezes temos uma guitarra que soa jazz, seguida por piano clássico, sucedido por guitarra com registro rock. Tudo integrado à perfeição. A abundância de instrumentos e harmonizações vocais desincumbe o uso de órgãos a mancheia pra produzir efeito prog, então, quem só goza com jorros de Hammond ou Moog pode se frustrar: os teclados são bem discretos em Il Tempo Della Gioia. Joia; nem sempre uma palavra do título descreve tão bem um álbum.
Terra in Bocca (poesia di unn Delittlo), lançado em 1971 pelo I GIGANTI é notável em mais de um sentido. É um dos grandes álbuns esquecidos do prog italiano, composto relativamente cedo quando se tem em mente o contexto de lá. Tem vocais muito bons; a voz foi o ponto fraco de diversos grupos itálicos. Os 4 membros revezam-se ou sobrepõem-se pra contar a história dum garoto assassinado pela Máfia na Sicília. O tabu do tema na época ocasionou boicote ao I GIGANTI, que desiludido, se desfez. Denso e repleto de lindas melodias, Terra in Bocca não segue o padrão de longos solos. Existem momentos instrumentais nas 2 longas suítes – cheque a impressionante abertura -, mas a mistura de rock, folk, momentos suaves quase pop serve de base pra história dessa ópera-rock. Cheio de mudanças de andamento e efeitos sonoros é um álbum impressionante pela coesão e pela muralha instrumental
Dos 2 álbuns do ERRATA CORRIGE, o primeiro é o que importa. De 1976, Siegfried, il Drago e Altre Storie atua no lado suave da força progressiva. 6 canções com delicados vocais em italiano e riqueza instrumental com uso de violoncelo, flauta e passagens muito belas de violão. Teclados discretos com poucos momentos de predominância, Mais pro final, o clima fica musculoso, mas nunca "barulhento". Pra contar a lenda germânica, os italianos usam efeitos sonoros de floresta, mar, bastante influência sinfônica, folk e até pop. Arranjos complexos pareiam a obra com congêneres tipo PFM e CELESTE. Fãs do GENESIS fase Peter Gabriel têm grandes chances de apreciar.
Nem só de profusão de instrumentos e constante alternância de ritmos e texturas vive o rock progressivo. O filho único homônimo do AUTOMAT (1978) consiste de repetição de estruturas mediante uso do mais moderno sintetizador da época resultando em sonoridade influenciada por JEAN MICHEL JARRÉ e em muitos momentos clonada do KRAFTWERK. Com influência da batida disco, o AUTOMAT fez o som como fantasiávamos que seria no futuro dominado por máquinas e informática. Quem viveu a época provavelmente reconhecerá The Rise, The Advance, The Genus e Droid – as mais aceleradas – usadas em reportagens televisivas sobre cibernética ou em comerciais de cigarro e cursos de informática que ensinavam Basic e Cobol.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
Guns N' Roses fará 9 shows no Brasil em 2026; confira datas e locais
As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
O grupo psicodélico que cativou Plant; "Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos"
Com mais de 160 shows, Welcome to Rockville anuncia cast para 2026
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
Quem é Alírio Netto, o novo vocalista do Angra que substituiu Fabio Lione
Abandonado pela banda em posto de gasolina, músico pede dinheiro para voltar pra casa
Sweden Rock Festival anuncia line-up com Iron Maiden e Volbeat entre os headliners
Sepultura anuncia último show na Europa
Bangers Open Air acerta a mão mais uma vez e apresenta line-up repleto de opções
Bill Wyman conta que era um "pesadelo" financeiro ser membro dos Rolling Stones
Descoberta a identidade do misterioso homem da capa do Led Zeppelin IV
O que significa "Cegos do Castelo", cantado por Nando Reis no megahit dos Titãs
A música que Angus Young diz ser imbatível; "Coloque qualquer coisa de hoje e ela vence"
Mötley Crüe: a ousada tattoo de modelo paulista em tributo à banda
Rock e Metal: todo artista tem uma fase vergonhosa
Fãs pediam que membros do Metallica transassem com suas namoradas?
Dire Straits: Mark Knopfler revela pra Brian Johnson quem são os "Sultões do Swing"
"Como eles ficarão putos se são bilionários?", diz líder do Destruction sobre Metallica



