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Andre Matos: "Não encaro como um recomeço, mas como uma continuação!"

Por Maurício Dehò
Postado em 19 de maio de 2008

As mudanças são uma constante na carreira de Andre Matos. Viper, Angra e Shaman, cada um com uma trajetória, mas com a característica de sempre manter a qualidade em alta, quaisquer que sejam os companheiros e situações. Em 2007, foi a vez de o vocalista se lançar em sua carreira solo. Com a banda que leva o seu nome e traz velhos conhecidos (Hugo e Luís Mariutti, André Hernandes, ex-Angra, e Fabio Ribeiro), além do garoto Eloy Casagrande nas baquetas, ele revive sua história e a retoma com o álbum "Time To Be Free". Disco à altura de tudo o que já fez, ele deu liberdade para a criação de novas parcerias e sons. É sobre isso que conversamos com Andre e Hugo, num papo no estúdio Brainless Brothers, em São Paulo, espécie de Q.G. (Quartel General) da banda. Andre comentou o CD, a banda, falou de presente, passado e futuro, que pode reservar até uma parceria com orquestra sinfônica.

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Como está sendo recomeçar pela segunda vez? O que vocês sentiram com o novo disco lançado?

Andre Matos: Eu não encaro isso como um recomeço, mas como uma continuação. Desta vez não há um novo nome de banda, a coisa está concentrada no meu nome e isso já engloba toda a minha carreira. É como se fosse uma seqüência de tudo o que foi feito, e ao lado de pessoas que participaram como o caso do Hugo, do Luís, do Fabio e do André, menos do Eloy. Todos eles compartilharam de muitos momentos, então não é um apanhado apenas da minha carreira, mas acaba sendo deles também. Isso é para ser encarado como uma banda, não um projeto solo; existe um trabalho de equipe, uma elaboração e uma história juntos. Mais do que um mero projeto solo é uma banda solo, com esta característica mais sólida e duradoura.

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Vocês já falaram muito sobre o álbum, mas gostaria de saber um pouco como é o processo de composição e como você, Andre, costuma escrever?

Andre Matos: Principalmente de madrugada, porque eu não durmo (risos)! No meu caso eu tenho as idéias independentemente de onde esteja. Costumo andar com um gravadorzinho para guardar as idéias. Então, não tem hora nem local, tenho que estar preparado para registrar seja em papel, gravador, ou mesmo no celular. E depois vem o processo de elaboração, que precisa de mais dedicação, de tempo para pensar a respeito e, feito isso, eu trago a idéia para os outros, algo que gosto muito. Se você tem confiança nas pessoas a faixa pode melhorar muito e dessa interação que saem as melhores coisas. De toda forma, as idéias são submetidas à apreciação dos outros, para ver se funcionam na prática. Outras partem espontaneamente nas jams.

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Hugo Mariutti: É uma minoria, mas aconteceu também. Foi o caso da "How Long" e da "Time To Be Free".

E como foi a decisão de fazer parcerias para escrever, como no caso de Pit Passarel, do Viper?

Andre Matos: Eu não tinha nada pré-definido no sentido de compor tudo sozinho. A preocupação era que tinha que sair o melhor disco possível e agradar a todo mundo. Isso independe de quem iria participar. O interessante de ter a banda solo é que abre um leque de opções para você escrever com pessoas que não precisam estar no grupo, sem que isso seja negativo. Quando você tem a banda, fica meio restrito, tem de se mostrar que sabe compor sozinho, que sabe fazer tudo. Neste caso, se eu tenho afinidade com um compositor ou músico de outro país, posso me dar ao luxo de convidar. É o que aconteceu com "How Long", que o Roy Z compôs junto com a gente, numa jam session em que pegou a guitarra e começou a tocar. Também ocorreu em "Face The End", que tem parceria do Alberto Rionda, guitarrista do Avalanch, da Espanha. Ele é um grande amigo e sugeriu uma idéia quando eu estava na Espanha e nós a compomos à distância. E o Pit Passarel, meu amigo de décadas, participou da etapa inicial como uma espécie de pré-produtor. Ele tem muito talento para isso, valeu muito a pena, e teve a participação na autoria de duas músicas ("Remember Why" e "Letting Go").

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Eu senti que o disco caminha por um lado bem grandioso, tem muitas orquestrações. Foi uma idéia de direcionamento que você queria seguir para este lançamento?

Hugo Mariutti: Acho que foi mais uma mistura de tudo o que o Andre fez nesses anos todos e o disco solo reflete bem isso.

Andre Matos: E sempre com uma preocupação de não querer copiar o que já foi feito. Isso era uma tarefa difícil, fazer um disco atual, sem ser um xerox do passado, mas tendo os elementos e influências de outros tempos. Neste aspecto, os produtores foram fundamentais, souberam entender a proposta do disco e finalizar isso muito bem. A mistura ficou muito equilibrado: as músicas podem ser grandiosas, atmosféricas, pesadas, rápidas, é um pouco de tudo.

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Até por ter havido essa mistura grande no primeiro, para um próximo trabalho você acha que teria que escolher um direcionamento mais específico?

Andre Matos: É uma boa pergunta, mas uma coisa que eu ainda não posso dizer. Vamos sentir na hora que formos trabalhar. Sem dúvida nenhuma ele terá que seguir uma linha estilística. As pessoas costumam dizer que, pelo título "Time To Be Free", eu estou livre para fazer o que quero. Não é isso, significa que estou livre para percorrer minhas influências por inteiro, mas nunca vou sair daquele estilo que me consagrou. A tendência é manter-se fiel ao estilo, mas sempre procurando inovar, cada vez mais. Este é o grande desafio, a grande arte reside aí.

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Hugo Mariutti: E muda muito quando você escreve um disco. No ano seguinte, suas referências já são outras, não tem como você falar em fórmulas.

Vindo do "Reason" para este, foi uma mudança grande, até porque foi um álbum polêmico. O que vocês pensam deste salto?

Andre Matos: É importante saber isso. O "Reason" teve grande importância na nossa carreira. Estávamos sem saber para onde caminhar e fomos em uma direção. Não podemos negar que o Shaman, na época que estávamos, resolveu adquirir novos elementos. Foi um grande progresso do ponto qualitativo, porque alcançamos uma qualidade que nunca tínhamos alcançado antes e, chegando neste novo patamar, vimos que tínhamos sempre de tentar superá-lo. "Reason" foi importante do ponto de vista artístico mesmo, considero um álbum muito original.

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Hugo Mariutti: Sim, na parte técnica, de gravação, em tudo. Para deixar claro, foram surgindo as músicas e foi um consenso de toda a banda. E não nos arrependemos nenhum pouco do disco, nós gostamos de fazer o som que estamos a fim e, naquela hora, todos estavam em sintonia para sair daquele jeito.

Sobre algumas faixas específicas do "Time to Be Free", gostaria de saber um pouco sobre a "Rio", que teve influência do filme "Cidade de Deus".

Andre Matos: Ela foi a primeira faixa composta, baseada numa idéia do Hugo. Na época que foi para bolar o conceito, eu já estava querendo escrever sobre o "Cidade de Deus", um filme que me impressionou. Foi interessante transformar esta sensação em música. O filme retrata um lado violento do Rio e ao mesmo tempo mostra como a vida na cidade pode ser boa. É algo bem metafórico do bem e mal e que passou para a música. Há partes bem agressivas, outras com muita melodia, atmosferas. Até incluímos alguns toques de música brasileira, mas de forma muito subliminar, sutil, para não ficar banal.

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Teve também "A New Monlight", que é uma continuação da "Moonlight", do Viper, no "Theatre of Fate". Por que regravar esta faixa e de onde surgiu sua nova sonoridade?

Andre Matos: O motivo principal foi este CD ser meu primeiro solo e a "Moonlight" ter sido a primeira música que compus sozinho e que foi lançada em disco, quando eu tinha 17 anos. Era uma grande homenagem à música clássica, eu estava estudando Beethoven e não tinha muita gente que fazia isso, mesclando clássico e Metal. Foi ela a responsável por levar o Viper para fora do Brasil, pois foi a primeira a estourar no Japão. Foi o começo de tudo, e, como agora é uma retomada, era importante de forma simbólica ter esta música. "A New Moonlight" foi a que mais nos deu trabalho, porque tínhamos que chegar numa estrutura e num resultado originais em cima de algo já feito. É como se eu tivesse escrito um livro e feito agora um epílogo. Foi necessário então fazer uma nova parte de letras, para fechar a história, e uma parte musical nova, no meio da música. Fora os arranjos, que desta vez começam num clima mais Progressivo, mais cinematográfico e entram numa parte muito profunda, com corais e lembrando coisas do Queen. A música virou uma grande ópera, com partes diferentes, altos e baixos, e reconta aquela história de forma mais completa e atual.

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Outra que se destaca é a "Rescue", com trechos bem mais pesados que o usual e até uns guturais no meio.

Hugo Mariutti: Esta eu comecei a escrever no meio da turnê do Shaman, depois trabalhei bastante com o Andre, em melodias de voz. O Roy também ajudou, mas a estrutura já vinha de bastante tempo.

Andre Matos: Ela ficou um progressivo mais pesado. E tem os guturais também, que é para ser um personagem, como se fosse um demônio, uma consciência maligna falando para a pessoa. Para isso apelei para um cara que é especialista, que é o Sander (Gommans), do After Forever. Nós nos encontramos na Alemanha, já que participei de um projeto que ele está desenvolvendo e tive a idéia de chamá-lo para o disco. Ficou perfeito, deu o contraste que queríamos.

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Sobre o Hugo, ele foi uma aposta de vocês no "Ritual", por ter de "substituir" a dupla do Angra. Quase uma década depois, ele é um dos seus grandes parceiros, como você vê isso?

Andre Matos: O Hugo é um cara que se superou desde o início, quando entrou para substituir dois guitarristas, na cabeça das pessoas. Desde o começo deixamos claro que o Shaman era uma outra coisa, mas havia essa comparação, até porque tocamos Angra nos shows. A maior comprovação de que deu certo foi a performance no DVD do Shaman. Ele tem um toque dos mais precisos, vindo de uma escola diferente, flertando entre o Thrash Metal e o Progressivo, o que deu a ele características muito únicas. Além disso, o Hugo traz influências interessantes. Ele gosta de música contemporânea, fora do Metal, então é muito importante, servindo como uma espécie de antena para a banda. O interessante é que no Shaman ele conseguiu se desenvolver muito, alcançar o topo, mas agora na banda Andre Matos, ele tem de dividir as atenções com o André Hernandes. Isso é o mais legal. Desde o começo, vimos que precisávamos de duas guitarras, porque, com a idéia de retomar a carreira, a maior parte dela teve dois guitarristas. E isso dá maiores possibilidades de arranjos e composições. O interessante é ver como ele interage com o André de uma forma muito harmônica. Eles são extremamente diferentes mas se complementam.

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E você, Hugo, o que tem achado deste novo trabalho, em dupla, e quais as características que se completaram?

Hugo Mariutti: O André tem um lado mais técnico. O que é legal trabalhar com duas guitarras são os arranjos. No Shaman, gravávamos várias guitarras, mas não se podia exagerar, porque depois não ia conseguir reproduzir ao vivo. Com o André tem essa diferença dos sons, que você percebe bem, de um lado está rolando uma coisa, do outro algo totalmente diferente. E já tínhamos entrosamento porque ele até me deu aula.

Você falou das apostas e teve a terceira agora, com o Eloy, na bateria. O que você pensou na hora de chamar um garoto de 16 anos, na época, para a banda?

Andre Matos: No início ficamos meio receosos. Nós acabamos descobrindo o Eloy e, de início, era até um risco. Eu lembro bem que os covardes da Internet já postaram: "O Andre é maluco, ele está acabando com a carreira dele, que irresponsabilidade". E eu pensei comigo que eles teriam de esperar para ver nos shows, porque se colocamos ele na banda, tinha um motivo. Ele estava esperando por esta oportunidade de tocar numa banda grande, então, foi uma valorização dos dois lados. Foi legal ele entrar com essa idade, porque veio com muito gás. Se estávamos um pouco acomodados em algum sentido, parou na hora, para acompanhar o seu ritmo. Ele está conseguindo provar, show após show, a razão pela qual está aqui.

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Hugo Mariutti: Não precisamos falar nada, a gente só pede para que a pessoa vá aos shows e veja com os próprios olhos, para comprovar.

E na hora de gravar, não pode fazer diferença a falta de experiência?

Andre Matos: Nós temos acompanhado nos ensaios e no palco e o Eloy é um cara muito pé-no-chão na hora de incorporar o baterista. Ele tem uma maturidade musical grande. Acho que não haverá problema na hora de sentar para gravar. O mais difícil sempre é determinar os arranjos, chegar aos resultados antes da gravação.

Outra novidade foi você ter efetivado Fabio Ribeiro, sempre um cara que figurou como músico contratado. Por quê?

Andre Matos: Antes, nas bandas, eu acumulava as funções de vocalista e tecladista, pois além de não haver mais espaço para outros membros fixos, sobrava tempo para me dedicar a essas funções isoladamente. Sempre tive a ajuda de tecladistas externos na hora de gravar, seja em termos de arranjos ou programação - entre eles, mais notadamente, o Fabio Ribeiro e o Miro. Não tenho dúvidas de que o Fabio ocupa o posto de melhor tecladista do Brasil há muitos anos e, coincidentemente, nossas carreiras se cruzaram desde o começo. Agora, com a sua efetivação na banda solo, conseguimos dividir o trabalho de forma inteligente: a ele, coube toda a parte de teclados, sintetizadores, efeitos, vintages e analógicos; a mim, os arranjos de piano e orquestras, que são mais a minha cara. A melhor descoberta foi a do seu lado como compositor, que até então não havia sido posto à prova. "Endeavour" é uma faixa que compusemos lado a lado e que se mostrou uma das grandes surpresas do disco.

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Agora são seis caras bem diferentes na estrada. Como tem sido o convívio em meio de tanta gente?

Hugo Mariutti: Depois de alguns problemas no passado, acho que tem sido uma coisa muito boa. Eu, o Fábio, o Andre e o Luís já passamos muito tempo juntos no Shaman e nunca tivemos problema. O André já conhecemos faz tempo e o Eloy entrou bem agora.

Andre Matos: Tivemos uma preocupação com o Eloy pela diferença de idade, de saber se ia ter uma comunicação boa, se ia ter assunto, ou se ele ia achar a gente muito estranho...(risos) Mas foi ótimo, a gente troca idéia normalmente e ele faz parte do time.

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Como tem sido a turnê, que inclusive já passou pelo Japão?

Andre Matos: Nós tocamos no maior festival de Rock de lá (Loud Park Festival), nas edições de Tóquio e Osaka, sendo que poucas bandas fizeram as duas datas. O disco foi muito bem no Japão, ficou em segundo lugar durante um mês, então houve uma receptividade boa e o público redescobriu nossa música. Fico muito contente de ter esse contato, abriu uma porta que não tivemos com o Shaman. A tendência agora é fazer de lá um dos nossos principais mercados. Fora do Brasil fizemos a promo-tour na Europa, com umas cinco ou seis apresentações. Lá foi um lançamento grande também, em mais de 20 países, chegando a ser quarto disco mais vendido na Rússia e segundo na França. Estamos nos organizando para voltar e fazer uma ou duas turnês na Europa.

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Voltando um pouco ao "Time To Be Free", vocês trabalharam com dois produtores. O Roy Z e o Sascha Paeth. Qual foi o objetivo?

Andre Matos: Isso foi quase acidental, porque em princípio o Sascha ia fazer o CD sozinho, mas não teve tempo de vir para o Brasil na pré-produção. Como não queríamos interromper o processo, disse que ia procurar outra pessoa para cuidar desta parte e da gravação. Combinamos que ele finalizaria o disco. Coincidentemente, encontramos o Roy Z na época do Live N’ Louder, quando a banda foi oficialmente lançada. Conversamos muito e eu disse que gostaria que trabalhássemos juntos. Foi a primeira pessoa que eu pensei então. Ele topou fazer a produção e começou a estudar nossa discografia. O Roy entendeu muito bem o que a gente precisava, foi uma surpresa como produtor e como amigo, um cara extremamente profissional, com talento e uma energia muito positiva, que foi para o disco. Sentou junto, ajudou nos arranjos, compôs e conseguiu extrair o máximo que cada um podia dar. Foi perfeita a combinação dele com o Sascha, porque eles têm características diferentes e o equilíbrio foi importante. O disco teve uma cara moderna e pesada, sem matar o lado atmosférico e de orquestrações.

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Antes de formar esta banda, você não pensou em mudar tudo: banda, estilo?

Andre Matos: Poderia ter acontecido, mas neste momento tive certeza de que era hora de resgatar a minha história. Houve convites, antes mesmo do Shaman, de fazer um disco solo. Nunca considerei esta possibilidade, achava que tinha muito a fazer, e talvez não tivesse a maturidade de liderar uma banda. É algo de destino mesmo, uma hora você sente que está preparado para alçar seu vôo solo e parte para isso. A questão era como formatar isso. Teve gente que me disse para formar uma banda com gente nova, outros para fazer um time de famosos. Eu optei por ter um time perfeito de músicos, mas que sejam pessoas com que você conviva. Nas outras opções, não haveria tanta integração, afinidade, e para mim, apesar da banda levar meu nome, ela é de todos nós.

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Pergunto isso também porque você tem influências diversas...

Andre Matos: Mas isso eu deixo para o Virgo, que é um projeto paralelo onde posso explorar outro lado. Como todos aqui, que tem seus projetos, isso é muito saudável. Mas no caso da banda solo, se ela tem o nome Andre Matos, já traz uma bagagem.

Falando no Virgo, já há algo em mente para uma segunda parte?

Andre Matos: Sim, tenho muitas músicas compostas com o Sascha, só falta tempo e as condições para fazer o disco. Precisamos ver como seria lançado, quando poderia gravar. Muita gente comenta e nós estamos muito a fim de fazer. Por enquanto não é hora, mas, quando as coisas se acalmarem, vai acontecer.

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E entre outros projetos, há mais algo acontecendo?

Andre Matos: Agora eu vou para a turnê do Avantasia, que é uma coisa que o Tobias Sammet sempre comentou que queria colocar na estrada. Eu consegui separar um espaço na agenda e vai ser possível, estou muito contente. Participei do começo do Avantasia, todos tinham o sonho de fazer ao vivo. Deve ser gravado um DVD disso, então será bom. Além de estarmos entre amigos, vai acrescentar muito na minha carreira.

Quando eu entrevistei o Viper, o Pit disse que fez um convite informal para você voltar. Isso não te balançou nem um pouco?

Andre Matos: Na verdade o Viper se aproximou de mim mais no sentido de eu indicar alguém para a banda e, eventualmente, ver se estaria disposto a fazer algo com eles naquele momento. Nós somos amigos de muitos anos e, se estivesse em outra situação de vida, talvez tivesse aceitado, porque tenho muito carinho e muitas boas lembranças do início do Viper. Se pudesse reviver isso, seria muito bom e até aconteceu algumas vezes, participando como convidado de shows e do disco deles. Mas, obviamente, eu tinha outros objetivos, não podia pensar em outra coisa que não fosse montar esta banda solo e no esforço necessário para isso. Esse foi o principal motivo de não aceitar este e até outros convites que apareceram.

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Um assunto um pouco diferente Andre. Vocês muitas vezes têm de tocar em condições precárias de saúde. Gostaria de saber se já sofreu com problemas de voz na carreira.

Andre Matos: Para quem não sabe, eu já tive um problema sério de voz, na época de gravar "Holy Land". Logo depois da primeira turnê na Europa, por inexperiência eu acabei forçando a voz. Foi ali que eu aprendi tudo (risos). É como se fosse um estiramento em um jogador de futebol. E quanto mais você força, mais você danifica o músculo e isso acontece na garganta. Chamam isso de hiato nas cordas vocais, é quando o músculo se afrouxa em função de uma estafa. É como uma tendinite, você não consegue controlar o músculo. Foi desesperador, porque eu tinha de gravar o disco logo em seguida e não conseguia, tentava cantar as músicas e não sustentava as notas, não chegava. Eu estava fora do Brasil, consultei vários médicos e não descobriram. Quando eu voltei, meu médico logo diagnosticou. Fui para uma fonoaudióloga e entendi a importância disso tudo. Na verdade, eu aprendi muito mais sobre voz passando por este problema do que em muito tempo de aulas de canto. Claro que a aula é importante, mas o lado fisiológico também. Isso me deu um grande susto, mas nunca mais passei por este tipo de problema.

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E como você se sente hoje em relação à voz?

Andre Matos: Dizem que a plenitude da voz masculina é aos 50 anos, então ainda estou engatinhando (risos). Vide os exemplos de (Luciano) Pavarotti, Plácido Domingo, que estouraram aos 50 anos de idade.

O Metal Melódico, por si só, tem uma grande rejeição. E, dentro disso, tem rejeição a você também, como tem com o Edu Falaschi, do Angra, por exemplo. Como você lida com isso?

Andre Matos: É interessante porque, quando eu comecei a cantar na década de 80, com 13 anos, não havia isso. Era tanta escassez de informação para quem gostava de música pesada, que a gente curtia de tudo. Para se ter uma idéia, eu cantei Venom no meu primeiro show com o Viper, cantei Metallica, Iron Maiden, Motorhead. Era um pouco de tudo, porque você não tinha o acesso que se tem hoje, então, tinha de aproveitar o que chegava. Esse acesso acabou provocando uma segmentação de estilos que acho uma grande besteira. Existem coisas legais em todos os sub-estilos da música pesada. Você vai encontrar Death Metal bom, Thrash bom, Melódico bom. As bandas que ouço atualmente são Rammstein, Paradise Lost, coisa que não tem nada a ver com minha banda, mas é ali que encontro qualidade. A cena do Melódico está muito repetitiva, é difícil achar algo original e que chame a atenção. Essa é a nossa proposta, dentro deste estilo inovar e renovar. Eu abomino esta segmentação, devia ser algo mais global. O grunge venceu em Seattle porque era uma cena, com todas as bandas unidas, como foi no Thrash da Bay Area. Com isso, você vence barreiras.

Bem, para o futuro da banda, quais os próximos planos de lançamento?

Andre Matos: Agora estamos concentrados nesta questão de shows, a turnê está engrenando e depois do Avantasia a coisa vai pegar fogo não só no Brasil, mas na América Latina e Europa. Neste meio tempo, vamos achar um espaço para começar a colocar as idéias novas no papel, até para termos mais chance de elaborá-las. Ano que vem entramos em estúdio para o segundo disco.

Andre, você tem uma grande influência da música clássica. Há vontade de trabalhar mais adiante com uma orquestra?

Andre Matos: Claro, isso é um projeto antigo. Eu tive esta experiência agora quando fiz o Tommy, ópera rock do The Who, que foi inesquecível. Tinha uma banda de rock junto com a orquestra e a combinação foi perfeita. Desde este momento, já despertou uma vontade de fazer algo parecido com minha banda, e é um projeto que pode acabar acontecendo e surpreendendo muita gente. A idéia é juntar o que há de parecido entre as duas coisas, todo o lado pesado do Metal com este mesmo lado da orquestra, as melodias no meio disso... Acho que dará muito certo.

Por fim, vocês passaram por muitos problemas e mudanças. No fim das contas, foi algo positivo?

Andre Matos: Sem dúvida...

Hugo Mariutti: A gente aprende muito.

Andre Matos: Não me arrependo de nenhuma decisão, foi isso que construiu minha carreira e minha vida até agora, assim como a deles. Chegamos num nível de consciência e maturidade que nunca teríamos alcançado sem ter a coragem de passar pelo que passamos. Muitas vezes é mais fácil manter e omitir uma situação, é mais cômodo. O difícil é ter a coragem de enfrentar quando as coisas não estão muito claras. E isso clareia quando você mostra sua nova música, sempre foi assim na minha vida. Espero que agora possamos colher os frutos de tudo o que passamos e que nos fez mais fortes.

Hugo Mariutti: Música é energia, se você não estiver com vontade de tocar com aquelas pessoas, esquece.

Leia também a entrevista com Eloy Casagrande no link abaixo.

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Sobre Maurício Dehò

Nascido em 1986, é mais um "maidenmaníaco". Iniciou-se no metal ao som da chuva e dos sinos de "Black Sabbath", aos 11 anos, em Jundiaí/SP. Hoje morando em São Paulo, formou-se em jornalismo pela PUC e é repórter de esportes, sem deixar de lado o amor pela música (e tentando fazer dela um segundo emprego!). Desde meados de 2007, também colabora para a Roadie Crew. Tratando-se do duo rock/metal, é eclético, ouvindo do hard rock ao metal mais extremo: Maiden, Sabbath, Kiss, Bon Jovi, Sepultura, Dimmu Borgir, Megadeth, Slayer e muitas, muitas outras. E é de um quarteto básico que espera viver: jornalismo, esporte, música e amor (da eterna namorada Carol).
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