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Jack Endino: Entrevista exclusiva com o produtor do Nirvana

Por Thiago Sarkis
Postado em 04 de janeiro de 2004

Mudhoney, Titãs, Soundgarden, Nirvana, Bruce Dickinson, Therapy?, L7... alguns destes nomes são, ao menos, familiares a você? Esperamos que sim, seja você um fã de rock ou não. De outra maneira, só podemos concluir que sua estadia nos últimos dezesseis anos se deu em qualquer lugar exceto o planeta Terra.

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Estas bandas e artistas se tornaram partes da história do rock e da música, fazendo-a de uma maneira diferenciada, e atingindo um público expressivo. Para que chegassem a este ponto, contaram com o apoio de muitos meios, dentre eles, revistas, jornais, emissoras de rádio, televisão, e os fãs obviamente. Às vezes, porém, esquecemos de nos perguntar como e através de quem foi possibilitada a chegada destes grandes nomes à mídia e ao público em geral.

Jack Endino pode nos dar ótimas respostas para isso, como um dos responsáveis por construir e viabilizar parte destes momentos marcantes e inesquecíveis.

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Nas mãos dele iniciou-se a história do último verdadeiro fenômeno mundial, o Nirvana. Endino produziu a primeira demo da banda, e também o debute "Bleach" (1989). Seguiu com Kurt Cobain & cia posteriormente e preparou o terreno para o bem-sucedido trabalho de Steve Albini em "In Utero" (1993).

A banda de sua terra natal, Seattle, não foi, contudo, a única grande marca da carreira de Jack como produtor. O Mudhoney também trabalhou com ele em "Superfuzz Bigmuff" (1988), "Mudhoney" (1989) e "My Brother The Cow" (1995). Um ano após o lançamento do último álbum citado, o lendário vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, o chamaria para fazer seu quarto álbum solo, "Skunkworks" (1996).

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A relação com o Brasil é estreita e se deu através do trabalho desenvolvido com os Titãs em discos como "Titanomaquia" (1993), "Domingo" (1995), e até o recente "A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana" (2001).

Com tanta história pra contar e por fazer, só realizando a mais completa entrevista com Jack Endino. Foi exatamente o que fizemos, destrinchando detalhes de sua carreira, dos conjuntos que produziu, tangos, tragédias, e mais.


WHIPLASH! - O que você tem feito ultimamente? Produzindo bandas, tocando? Algum destaque?

JACK ENDINO / Venho trabalhando com muitas bandas de rock ultimamente, de lugares como Utah, Canadá, Washington DC e também uma banda de Suíça que veio até Seattle para trabalhar comigo. A mais famosa no momento é chamada Hot Hot Heat. Eles estão se saindo extremamente bem no Canadá, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Outra banda que vem me empolgando bastante é o Boss Martians. Além disso, comecei a fazer várias mixagens e masterizações, ao invés de somente produções e gravações.

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WHIPLASH! - Você mantém seu trabalho como músico? O Skin Yard lançou o ao vivo "The Perfect Lawn", mas não está com muitas atividades...

JACK ENDINO / O Skin Yard está definitivamente acabado. Este álbum ao vivo é apenas um CD-R que estou vendendo pelo meu website. Eu ainda toco algumas vezes; na verdade, recentemente fiz quatro shows como baixista temporário numa banda de amigos meus. Tenho também um álbum solo que acabo de finalizar. O Barrett Martin, a quem apresentei o Nando Reis, toca bateria no disco. É o estilo de heavy rock do Zeppelin, soando um pouco como o Skin Yard, mas com meus vocais e guitarra. Também continuo gravando minha própria música quando tenho tempo, mas não tenho a perspectiva de estar tocando regularmente numa banda. Não vejo essa situação possível para breve. Eu estou muito ocupado como produtor.

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WHIPLASH! - Algo que me chamou a atenção foi seu envolvimento nessa questão dos MP3, a polêmica da pirataria, e os arquivos WEED que apresenta uma nova solução para estes problemas, certo? Fale-nos um pouco mais sobre isso...

JACK ENDINO / Meu maior projeto é realmente este trabalho com uma empresa de WEED aqui de Seattle para criar um novo método de vender arquivos de música online, de uma maneira em que todos sejam pagos. Os artistas, e os ouvintes também! Tenho um website chamado Jacksweedcafe.com com arquivos de vários artistas com os quais trabalhei. Está online há apenas alguns meses, mas já está começando a espalhar a idéia por aí.
O formato de arquivo WEED é basicamente um WMA seguro que gera um micro-pagamento toda vez que o arquivo é passado para uma outra pessoa. Você faz o download do arquivo, e pode ouvi-lo de grátis por três vezes, aí você terá que pagar para se quiser continuar escutando-o. Tocará apenas no seu computador, apesar de você poder queimar um CD a partir dele. Porém, seguindo o raciocínio, se você manda o arquivo para uma outra pessoa, e a mesma compra a música, você recebe uma comissão de 20%. Qualquer um pode vender qualquer arquivo WEED para uma outra pessoa e receber uma comissão pela venda. A empresa de Weed ganha 15% em cada negociação e o artista fica com 50% sempre. Em outras palavras, eles construíram no sistema um incentivo para as pessoas compartilharem arquivos o máximo possível. Todos ganham com isso. Há a possibilidade de "crackear" o arquivo e torná-lo um MP3, mas então você perde o dinheiro que poderia estar fazendo com vendas por si próprio.

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WHIPLASH! - E o que você acha sobre a questão tão discutida dos MP3?

JACK ENDINO / MP3? Não sei se podemos culpar o MP3 por todos os problemas da indústria da música. O CD-R, na verdade, é o problema maior. Basta você descer andar pelas ruas do Rio de Janeiro e de São Paulo para ver isso. A maioria das pessoas no mundo não tem sequer telefones, ou Internet, ou especialmente uma Internet de banda larga. Mas qualquer um pode ter um CD player. Acho que as gravadoras deveriam abaixar o preço dos CDs, até porque o custo para fazê-los diminuiu. Agora todos sabem que eles custam menos de um dólar para serem feitos. Mas as gravadoras mantêm preços altos, porque agem como um cartel. Essas empresas pensam que são imunes aos princípios básicos da economia de oferta e demanda. Se a demanda despenca, os preços deveriam abaixar. Ninguém quer pagar vinte dólares por um CD.

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WHIPLASH! - É verdade. Vamos mudar um pouco de assunto, e falar do seu trabalho com os Titãs. Como tudo começou? Como foi a produção do primeiro disco com eles, o "Titanomaquia"?

JACK ENDINO / A primeira vez que ouvi falar dos Titãs foi quando a Warner aqui dos Estados Unidos me contatou e disse que a banda gostaria de conversar comigo. Senão me engano, creio que falei com o Tony (N. do E.: Tony Belloto) ao telefone. Então a gravadora me mandou o disco "O Blesq Blom". Esse foi o primeiro CD dos Titãs que ouvi. Meu primeiro pensamento foi: "Por quê eles me querem como produtor? Este álbum não tem nada a ver com qualquer coisa que já fiz". Digo, é um bom disco com ótimas músicas, mas é um tipo de produção no estilo pop dos anos 80. Foi quando eles me mandaram as músicas nas quais estavam trabalhando, e aí sim soou como uma banda totalmente diferente! Ficou claro que eles realmente queriam fazer rock ‘n’ roll com guitarras fortes, e o mais perto que haviam chegado desta idéia, até então, era com "Cabeça Dinossauro". Fui ao Brasil e comecei a perceber exatamente o que eles pretendiam fazer, e o disco foi mais para um lado "hard rock". Lembro-me da festa de audição no estúdio assim que finalizamos o trabalho, e as feições do pessoal da Warner. Não tenho muita certeza se eles sabiam o que fazer de "Titanomaquia". Contudo, fiz o disco da forma exata que eles queriam que eu o fizesse. É o que sempre faço. Sei que dividiu os fãs dos Titãs, mas muitos deles, dez anos depois, ainda querem que os Titãs gravem outro álbum de "hard rock" como aquele. Tenho certeza, pois recebo muitos emails dos fãs.

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WHIPLASH! - Sua chegada foi logo após a saída de Arnaldo Antunes. O clima estava, de alguma forma, tenso na época?

JACK ENDINO / Eles não pareciam muito preocupados com a saída de Arnaldo. Apesar de falarem sempre com muito carinho dele. Mas ainda restavam sete outras pessoas na banda, então havia muita idéia e material, como sempre acontece com os Titãs. Como o Charles (N. do E.: Charles Gavin) disse, os Titãs são uma besta de muitas cabeças.

WHIPLASH! - No geral, como você analisaria os trabalhos mais antigos da banda - antes de sua chegada obviamente?

JACK ENDINO / Para ser sincero acho que os discos mais antigos dos Titãs têm um som meio fraco, pelo menos no que concebo o rock ‘n’ roll. Boas músicas e melodias, mas freqüências muito altas, reverb demais, muita "produção", enfim, nada que realmente pudesse fazer suas caixas de som se mexerem. Senti que poderia fazer um disco mais forte. Mas não tive a oportunidade de ouvir os discos mais antigos até chegar em casa depois de fazer "Titanomaquia" e realmente sentar e escutar "Cabeça...", "Go Back", "Tudo Mesmo". Foi quando entendi que os Titãs eram realmente uma banda de pop rock, no melhor sentido desta palavra. Uma banda clássica de pop rock, nem punk, nem metal, nem dance, apenas uma banda de rock com boas músicas e um toque brasileiro único. Com eles, a música é sempre a primeira coisa, a mais importante. Este é o segredo do sucesso deles, como o de todas as bandas de rock realmente grandes: cada álbum tem identidade própria.

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WHIPLASH! - Anos depois de "Titanomaquia", lá estava você produzindo "Domingo". Já havia uma diferença, coesão de pensamentos? Como foi este segundo disco?

JACK ENDINO / Quando começamos a discutir sobre a gravação de "Domingo", eu disse a eles: "há sempre boas músicas de pop e rock em seus álbuns. Vocês não são uma banda de heavy metal, e sim uma banda de rock com boas músicas. Vamos fazer um disco de rock sólido que todos possam curtir. Vamos tentar algo diferente, mas tendo a certeza de que será bom". Eles já estavam pensando a mesma coisa. As músicas de "Domingo" são mais variadas e há duas das minhas prediletas no disco, "Brasileiro" e "Uns Iguais Aos Outros". É o álbum dos Titãs que mais gosto e ainda guardo ótimas memórias de todo o processo de trabalho.

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WHIPLASH! - Depois disso, os Titãs tiveram muitos problemas com os antigos fãs e a mídia especializada com "As Dez Mais". Um álbum que vendeu muito, mas que trouxe controvérsia pelo direcionamento pop completo. O que você acha deste álbum e qual seria a sua parte nesse processo e no conseqüente resultado?

JACK ENDINO / Como sempre, eu faço o álbum que a banda quer que eu faça. Você vai se lembrar que a banda fez o "Acústico" e o "Volume Dois" antes destes álbuns, e ambos são totalmente pop. O "Acústico" foi o disco dos Titãs que mais vendeu, então alguém tem que ter gostado dele. Lembre-se dos sete álbuns da banda antes de "Titanomaquia" e "Domingo": em sua maioria músicas pop tocadas por uma banda de rock. Estes são os Titãs. Sou um rockeiro, mas gosto bastante de músicas boas. Se uma música tem boa pegada e boas letras, ritmos, energia, inteligência e emoção, então não é necessário que ela tenha uma "muralha de guitarras". De qualquer maneira, o conceito para as "As Dez Mais" não foi idéia minha. Fiz o melhor álbum que pude, considerando que não eram músicas dos Titãs. Eu te digo que ainda fico bastante feliz com a forma como este álbum soa. Eu não queria as "cordas" adicionadas às músicas, não foi minha idéia, mas o Eumir Deodato fez um bom trabalho, especialmente em "Fuga 2". Como um fã de Titãs, eu teria preferido novas composições deles, mas não era o que a banda queria na época.

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WHIPLASH! - "A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana" amenizou um pouco as coisas, pois tem uma levada mais rock...

JACK ENDINO / "A Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana" é um compacto de tudo os que os Titãs podem fazer. Nós o queríamos no som antigo do grupo, soando como uma banda real tocando junta novamente. Charles e eu colocamos as músicas rock soando realmente como rock. Nando e eu trabalhamos mais do que nunca para fazer com que suas músicas funcionassem como músicas dos Titãs. Ninguém esperava que "Epitáfio" fosse surgir como o maior hit. "A Melhor Banda" foi um dos álbuns mais difíceis que já produzi, num ano terrível, mas senti que finalmente fizemos um álbum dos Titãs soando como uma banda de rock novamente. Gosto muito do disco, mas me traz lembranças muito tristes.

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WHIPLASH! - Você se refere ao trágico acidente que matou Marcelo Fromer provavelmente...

JACK ENDINO / Sim, mas não só a isso. Nós perdemos o Marcelo no primeiro dia de gravações, o que simplesmente destruiu a todos. Todo o trabalho parou. Parecia que o mundo inteiro havia parado. Mas depois de uma semana os Titãs decidiram que tinham que continuar. A melhor maneira de lidar com a tragédia foi trabalhar muito duro. Era o que Marcelo nos diria para fazer, e todos sabiam disso. Mas foi muito difícil naquelas condições. Para mim, particularmente, uma das razões foi que toquei várias partes de guitarra que eram do Marcelo. As partes mais rock. Eu havia assistido todos os ensaios, sabia as músicas e como o Marcelo as tocava. Foi muito estranho fazer aquilo. Normalmente não gosto de tocar em álbuns que estou produzindo, mas parecia ser algo que eu tinha que fazer. O Tony não queria tocar as partes do Marcelo. Ele e o Charles me disseram: "Jack, se havia alguma hora para você tocar conosco, então está é a hora." Eles não queriam um pessoa de fora tocando as partes do Marcelo. O Nando até me encorajou a tocar baixo em algumas músicas, para que ele se concentrasse no violão. Tenho uma forma de injetar energia positiva numa banda quando estou tocando um instrumento, e acho que eles precisavam disso. Tive que ser muito cuidadoso para que soasse como os Titãs, e não como eu. Eu conhecia o Fromer muito bem e sentia que ele estava olhando por mim o tempo inteiro. Sinto saudades dele... era muito legal e engraçado. Uma ótima pessoa.

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WHIPLASH! - Você disse que não só isso dificultou o trabalho. O que mais ocorreu?

JACK ENDINO / Meu pai morreu no meio das gravações aos 84 anos de idade e fiquei triste por não poder estar ao lado dele. Voltei e fiquei uma semana em Seattle, enquanto o Paul Ralphes (N. do E.: produtor do álbum solo de Sérgio Britto) me substituiu. Depois, o Charles foi à Nova Iorque para a masterização do disco e ele ainda estava lá em 11 de Setembro, quando os atentados terroristas ocorreram. Fiquei muito preocupado até ele me ligar dias depois.

WHIPLASH! - O que você conheceu da música e das bandas brasileiras a partir do trabalho com os Titãs?

JACK ENDINO / Recebi muitos CDs brasileiros de rock e pop durante minhas visitas ao país. Alguns que posso mencionar são os de Chico Science & Nação Zumbi, todo o catálogo dos Mutantes, e Caetano Veloso, o qual tive o prazer de conhecer depois de um fantástico show dele. Ele merece muito respeito, é um músico magnífico. Estou lendo o livro dele, que agora ganhou tradução em Inglês. O Nando Reis me deu também uma caixa do Gilberto Gil que é ótima. E é claro, você não pode esquecer do Sepultura e dos Ratos de Porão. Conheci todos eles!

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WHIPLASH! - E qual a sua opinião sobre a música brasileira em geral?

JACK ENDINO / Após passar um tempo no Brasil, e ver tantas bandas, e ouvir tanto a música brasileira, cheguei a uma grande conclusão: os Estados Unidos e o Reino Unido são um deserto rítmico comparados ao Brasil. O senso de ritmo dos músicos brasileiros é inacreditável. Eles sabem como dar balanço à música. Toda a música pop rock nos EUA ou Inglaterra é basicamente em tempo 4 / 4, e algumas incluindo baterias eletrônicas, o que fica ainda pior.
O Brasil tem toda uma história de ritmos interessantes ligado a um senso brasileiro maravilhoso de melodia e harmonia. Você passa um tempo no Brasil e quando volta pra cá percebe que ninguém sabe nada de ritmos. Essa falta de imaginação da música por aqui me enlouquece. Corram para o Brasil!

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WHIPLASH! - Bom, vamos falar de Nirvana. Você trabalhou bastante com a banda, por um longo período. Conte-nos essa história, como foi o primeiro contato com o Nirvana, o que chamou sua atenção na música deles, etc...

JACK ENDINO / Eles me ligaram um dia, e disseram que eram amigos dos Melvins e queriam que eu gravasse uma demo. Eu pensei: "amigos dos Melvins, então meus amigos" e disse a eles para virem ao meu estúdio. Nós gravamos e mixamos dez músicas em cinco horas, porque eles tinham pouquíssimo dinheiro, e também teriam que sair rapidamente para fazer um show naquela mesma noite. Achei-os fantásticos e até então, eu havia trabalhado apenas como engenheiro de som por um ano e meio, mais ou menos.

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WHIPLASH! - Você produziu o primeiro disco completo deles, "Bleach". Sinceramente não acho que este seja, nem de perto, a melhor produção que você já fez. Como você analisaria seu trabalho e da banda nessa gravação e produção? Na sua opinião, há alguma música que o Nirvana não gravou e deveria tê-lo feito na época?

JACK ENDINO / Bem... o trabalho inteiro levou apenas trinta horas, numa máquina de oito canais. Seria bastante improvável surgir como minha melhor produção. É por isso que está escrito apenas "gravado por mim". Concordo com você e não vejo nada de pejorativo em seu comentário. É realmente irônico que meu trabalho mais conhecido seja provavelmente o menos produzido. Não havia tempo para muita produção na verdade. A maior parte do meu tempo em "Bleach" foi sentado apenas apertando o botão "record", e conferindo se eles estavam tocando com todos os instrumentos afinados. A banda sequer usou todos os oito canais. A maioria do disco é de quatro canais de bateria, um para o baixo, outro na guitarra, e um no vocal. Considerando isso e a bateria e instrumentos terríveis que eles possuíam na época, acho que o álbum é fantástico. É o máximo que se pode fazer com um orçamento menor que seiscentos dólares. Sobre outras músicas, eu gostaria que eles tivessem feito uma boa gravação de "Blandest", mas concordamos que a primeira não ficou legal e a apagamos para dar espaço a outra música na fita - para você ter uma idéia do pouco dinheiro que eles tinham. Eles não puderam nem comprar outro carretel. Depois disso, eles nunca voltaram a pensar em gravar a música de novo. Nem se lembraram. Também havia uma música chamada "Anorexorcist" que eu gostaria que eles tivessem gravado. Também "Help Me I'm Hungry."

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WHIPLASH! - Depois do "Bleach", veio o estouro com o "Nevermind". Em sua opinião o que fez com que este álbum vendesse tanto e se tornasse algo tão grande?

JACK ENDINO / A produção é bastante adequada às rádios, alta, límpida, coesa. Mas o mais importante, as melodias das músicas são excelentes. Também a forma como a voz de Kurt tocou as pessoas. O cantar dele soa muito genuíno. De outro lado, na posição de "advogado do diabo", acho que apenas uma metade do álbum é boa. Algumas das músicas eu raramente chego a me lembrar como "Lounge Act". "Territorial Pissings" e "Stay Away" são músicas pela metade. Aos meus ouvidos é como se Kurt nunca as tivesse finalizado. "Come As You Are" é uma música do Killing Joke e com aquele toque exato de chorus dos anos oitenta na guitarra. Há cerca de seis composições fantásticas em "Nevermind": "Smells Like Teen Spirit", "Lithium", "In Bloom", "Breed", "On A Plain" e "Drain You". Obviamente, isso é muito melhor que a maioria dos álbuns. Eu poderia dizer o mesmo sobre "Bleach". Ninguém se lembra de "Swap Meet" ou "Scoff".

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WHIPLASH! - Você teve participação também no álbum de "raridades" "Incesticide". Como foi essa participação? Você chegou a se reunir com a banda na época?

JACK ENDINO / Na verdade todas as sete músicas com créditos dados a mim são de material muito velho. "Sliver" foi um single da Sub Pop que gravamos com Dan Peters do Mudhoney. "Big Long Now" era um ‘out-take’ de "Bleach" que estava há muito tempo nos meus arquivos, e tive que lembrar à banda que ela existia ou provavelmente ela nunca sairia daquela fita. As outras cinco músicas "minhas" no "Incesticide" são todas da primeira demo do Nirvana que te falei, gravada em cinco horas, no dia 23 de Janeiro de 1988. Como eu disse anteriormente, gravamos dez músicas naquele dia, e mixei-as em cerca de uma hora, em outras palavras, seis minutos por música. Foi a demo que fez com que eles conseguissem o contrato com a Sub Pop. O que sempre me irritou nisso tudo é que eles usaram as mixagens originais da demo no "Incesticide e eu nunca tive a chance de fazer mixagens melhores para estas músicas. Mas o Kurt não parecia muito interessado nessa idéia. Ele queria apenas satisfazer a gravadora, a qual estava desesperada por um álbum logo na seqüência de "Nevermind".

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WHIPLASH! - Poucas pessoas sabem, mas você participou de alguma forma de "In Utero". Vocês gravaram algumas demos, certo? Quais músicas que saíram dessas demos foram parar no "In Utero"? Você sentiu alguma diferença na sonoridade e direcionamento das músicas, em comparação com aquilo que eles apresentaram a você na época de "Bleach"?

JACK ENDINO / Havia seis músicas e não me lembro agora quais eram elas, mas todas lançadas no "In Utero" de forma praticamente idêntica àquela de como foram gravadas. Eles não gravaram vocais nessa demo, exceto para "Rape Me", e espero que um dia essa gravação possa sair num Box Set do Nirvana. A banda soava praticamente igual àquela que veio até mim no início de carreira, mas tocando bem melhor certamente. Apesar de sinceramente, pela ausência dos vocais, não me lembrar muito bem de ter uma opinião formada sobre as músicas. Sem ouvir as melodias vocais de Kurt, elas simplesmente não eram músicas ainda. Isso aconteceu em Outubro de 1992 e Pat Smear ainda não estava na banda. Considero "In Utero" o álbum com as músicas mais fortes e também com as melhores letras. Até as músicas lado B de "In Útero" são boas: "Hate Myself...", "MV", "Sappy", "Gallons Of Rubbing Alcohol"... e até mesmo a de David Grohl, "Marigold".

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WHIPLASH! - O álbum acabou sendo produzido por Steve Albini posteriormente. Você já sabia disso?

JACK ENDINO / Já, eu sabia que eles iriam trabalhar com o Steve Albini, porque eles conversaram sobre ele enquanto estávamos gravando a demo. Gostei do que ele fez no "In Utero". Sabia também que Steve seria polêmico, porque ele provavelmente não gostaria de fazer um "Nevermind 2". E ele realmente não o fez.

WHIPLASH! - Eu sei como é difícil para você - e conversamos isso antes da entrevista – falar sobre coisas de Kurt Cobain, questões particulares. Então vamos apenas com duas perguntas. Se não quiser, obviamente, não responda. Todos os rumores, os livros que saíram sobre Cobain e as coisas que as pessoas escreveram sobre ele... o quão confiáveis são essas informações? O que você diria sobre Kurt Cobain, os hábitos dele, relacionamento com a imprensa, mudanças na personalidade?

JACK ENDINO / Acho que ele mudou. Nas poucas vezes em que estive por perto dele nos seus últimos anos de vida, vi que ele estava diferente, era uma outra pessoa. No início, ele era apenas um cara de uma cidade pequena com uma guitarra e uma voz fabulosa. Uma excelente pessoa. Lembro-me quando ele veio até mim para me dar uma de suas guitarras e outras coisas deste tipo que ele fazia. Depois podemos dizer que ele teve sérios problemas lidando com a fama. As drogas também afetaram muito a sua personalidade. Quando fizemos as demos de "In Utero", ele sequer veio ao estúdio no primeiro dia e não havia surgido até a noite do segundo dia. Isto nunca aconteceria na época em que o Nirvana começou.

WHIPLASH! - Como você recebeu a notícia do suicídio de Kurt? Conhecendo-no como você o conhecia, poderia imaginar que ele seria capaz de fazer isto? Sendo mais direto, você acredita que ele realmente cometeu suicídio?

JACK ENDINO / Eu fiquei muito mal com a notícia do suicídio. Não levei aquilo na boa. Fiquei triste, e com raiva ao mesmo tempo, um sentimento muito difícil de descrever e de lidar com. Agora, como você pode não acreditar que ele realmente cometeu o suicídio? Não é preciso ser um gênio para perceber isto. Tudo o que você precisa fazer é assisti-lo com atenção no vídeo clip de "Heart Shaped Box" e então ouvir "You Know You're Right". É a imagem, a face, o som de alguém com um forte desejo de morte.

WHIPLASH! - Como combinado, mudemos de assunto então. Em 1996, você produziu o "Skunkworks" de Bruce Dickinson. Essa é uma das suas poucas produções de metal realmente, não? Como foi essa experiência para você e o contato com Dickinson?

JACK ENDINO / Não foi tão diferente assim do que ter trabalhado com o Soundgarden. Trabalhei com algumas bandas de metal anteriormente, mas nenhuma realmente famosa, apesar de achar "Grinning Like An Undertaker" do Accused um dos melhores álbuns que já fiz. O Bruce veio especificamente com a idéia de gravar um álbum que não se parecesse com o Iron Maiden. Ele queria um disco de sonoridade moderna e pesada, mais ou menos no estilo de Soundgarden ou King’s X. Fiquei feliz em ajudá-lo a fazer isso. Consegui fazê-lo tentar coisas que ele nunca havia feito antes, e não chegou a fazer depois novamente. Eu gosto particularmente da primeira e da última faixa do CD, "Space Race" e "Strange Death". Também me lembro de "Meltdown", a música na qual usamos a caixa original de bateria usada nas gravações de "Back In Black" do AC / DC. O Nicko McBrain a adquiriu. Foi ótimo trabalhar com Bruce, tínhamos um bom estúdio, ótimo equipamento, e estávamos repletos de tempo para gravar. Infelizmente, alguns dos fãs não gostaram de "Skunkworks" por não soar mais como Iron Maiden. Acho que foi um experimento para o Bruce, mas pouco depois, ele demitiu a banda que tocava com ele, chamou Adrian Smith, e seus poucos trabalhos solos após isso soaram exatamente como o Iron Maiden. E agora, ele está de volta ao Maiden. Resumindo, foi um disco que não marcou muito minha carreira, tampouco a dele. Porém, acho que é um ótimo álbum.

WHIPLASH! - Por falar em Maiden, o que você achou do retorno deles?

JACK ENDINO / Fico feliz por eles estarem de volta. Porém não ouvi os novos lançamentos desde que Bruce voltou à banda. O que é mais legal na minha opinião é a agência que os gerencia, a Sanctuary, trabalhando fenomenalmente como gravadora na Sanctuary Records. Eles acabaram de lançar um álbum do Ween. Isso é o máximo!

WHIPLASH! - Vamos relaxar um pouco com algumas questões mais tranqüilas, pessoais...

WHIPLASH! - As melhores produções que você já fez...

JACK ENDINO / Hot Hot Heat "Make Up The Breakdown"; Therapy? "Shameless"; Titãs "Domingo"; Accused "Grinning Like An Undertaker"; Mark Lanegan "The Winding Sheet"; The Black Halos "The Violent Years"; Mudhoney "Mudhoney"; Dirty Power "Dirty Power". Estas são as que consigo me lembrar por agora.

WHIPLASH! - Uma banda que você adoraria produzir e por quê?

JACK ENDINO / Os Rolling Stones porque aí eu poderia tentar fazê-los tocar e gravar como uma banda de rock de verdade novamente. Se ninguém pode fazer isso, eu posso! Mas é difícil quando todos eles vivem separadamente em suas ilhas tropicais.

WHIPLASH! - Uma frase que vem à sua mente quando você lembra do trabalho com o Mudhoney.

JACK ENDINO / Sempre muito, mas muito divertimento mesmo.

WHIPLASH! - Complete estas frases...

WHIPLASH! - A cena de Seattle atualmente...

JACK ENDINO / ...É muito legal. Há bandas de todos os estilos possíveis.

WHIPLASH! - As garotas do L7...

JACK ENDINO / ...Precisam urgentemente lançar outro disco de rock realmente bom. Elas deveriam me chamar (risos).

WHIPLASH! - Se eu recebesse uma proposta milionária para produzir um álbum do Hole...

JACK ENDINO / ... Eu jogaria uma moedinha para o alto. Cara, e eu produziria o álbum. Coroa, eu cometeria suicídio.

WHIPLASH! - Dave Grohl é...

JACK ENDINO / ...o novo Ringo Starr, e o Foo Fighters é a melhor banda de todos os tempos liderada por um baterista famoso

WHIPLASH! - Para concluir, comentários sobre estes produtores e seus trabalhos...

WHIPLASH! - Rick Rubin (Red Hot Chili Peppers, AC / DC, Roy Orbison, Slayer, etc)

JACK ENDINO / Eu gosto e respeito imensamente muito do que ele fez, especialmente com os Chili Peppers. Mas às vezes seus discos soam um pouco "secos" para mim, como o "Ballbreaker" do AC / DC... simplesmente não tem carne nos ossos.

WHIPLASH! - Robert John Lange (AC / DC, Def Leppard, Foreigner, Shania Twain, etc)

JACK ENDINO / Não ouvi nada gravado por ele desde o "High ‘N’ Dry" do Def Leppard. Gosto muito dos discos do AC / DC que ele produziu, mas não sou um grande admirador das loucas super produções com as quais ele se envolveu mais tarde.

WHIPLASH! - Brian Eno (David Bowie, Talking Heads, U2, etc)

JACK ENDINO / Acho que ele deveria se manter longe da produção de bandas de rock. Exceto por "Remain In Light" do Talking Heads, que é um disco brilhante.

WHIPLASH! - Bob Rock (Metallica, Mötley Crüe, Bon Jovi, etc)

JACK ENDINO / Não ouvi "St. Anger". Mas Bob Rock usa de produção demais pro meu gosto. Tudo é excessivamente perfeito, preciso. Não sobra nada. Gosto muito do Metallica, mas é uma banda totalmente improdutiva agora.

WHIPLASH! - Alguns produtores que são do seu agrado...

JACK ENDINO / Ah, isto é engraçado, por quê você não falou antes? Martin Birch (Deep Purple, Iron Maiden, Black Sabbath, etc), Glyn Johns (The Who, The Rolling Stones, Joe Satriani, etc), Jimmy Page (Led Zeppelin, Page & Plant, Screaming Lord Sutch, etc), Terry Date (PanterA, Soundgarden, White Zombie, etc), Eddie Kramer (Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Kiss, etc) George Martin (Beatles, Paul McCartney, Peter Gabriel, etc), Brendan O'Brien (Pearl Jam, Rage Against The Machine, Bruce Springsteen, etc) ...Estes são alguns produtores que realmente respeito.

WHIPLASH! - Bom Jack, longa entrevista... muito obrigado pelo tempo...

JACK ENDINO / Obrigado a você. O prazer foi meu, estas foram ótimas questões.

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Sobre Thiago Sarkis

Thiago Sarkis: Colaborador do Whiplash!, iniciou sua trajetória no Rock ainda novo, convivendo com a explosão da cena nacional. Partiu então para Van Halen, Metallica, Dire Straits, Megadeth. Começou a redigir no próprio Whiplash! e tornou-se, posteriormente, correspondente internacional das revistas RSJ (Índia - foto ao lado), Popular 1 (Espanha), Spark (República Tcheca), PainKiller (China), Rock Hard (Grécia), Rock Express (ex-Iugoslávia), entre outras. Teve seus textos veiculados em 35 países e, no Brasil, escreveu para Comando Rock, Disconnected, [] Zero, Roadie Crew, Valhalla.
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