Cinco dos melhores shows do Summer Breeze Brasil 2024
Resenha - Summer Breeze Brasil 2024 (São Paulo, 26/04/2024)
Por Emanuel Seagal
Postado em 02 de junho de 2024
Fotos do In Extremo e Mercyful Fate por Fernando Yokota
O Summer Breeze Brasil já deixa saudades, confira alguns dos melhores shows da segunda edição brasileira do festival.
Realizado nos dia 26, 27 e 28 de abril de 2024, o festival foi um upgrade em relação à primeira edição. Além de mais atrações, por ter um dia a mais do que sua edição inaugural, o "Summer" ofereceu uma experiência completa para os fãs, trazendo uma experiência de festival europeu em terras brasileiras.
Enquanto em 2023 o palco Waves, localizado em um auditório, era exclusivo para portadores do ingresso "Summer Lounge", desta vez ele passou para a área externa, dando mais opções para o público e melhor acesso aos shows. Se o fã conseguia achar um tempinho entre as atrações que se apresentavam nos quatro palcos do festival, teve também diversas opções de comidas e bebidas espalhadas pelo Memorial da América Latina, espaço kids, e claro, merchandise das bandas e do Summer Breeze Brasil.
Em um pavilhão mais atrações aguardavam os fãs com a Horror Expo Experience, que trouxe diversas atrações temáticas e me fizeram levar para casa alguns itens de horror e camisetas da Black Chapter. Ainda na mesma área interna havia algumas lojas e gravadoras com o melhor do rock e metal em CD, vinil, DVD e livros, e também a feira de tatuagem Summer Expo Tattoo, liderada pelo estúdio Venice Ink Tatttoo, que contou com a participação do DJ Motorflavio e diversas palestras.
Hoje é dia de relembrar cinco dos melhores shows do Summer Breeze Brasil 2024.
Hammerfall
Os suecos conseguem navegar com maestria pelo mundo dos clichês do power e heavy metal. Embora não tenham fotos "quero ser o Conan" como o Manowar ou o humor de um Nanowar of Steel, os clichês estão lá, das frases de efeito ao refrão grudento e os momentos para cantarolar com os músicos, sem se levar a sério demais. O show foi tão divertido quanto a primeira vez que os vi ao vivo em 2007.
Fizeram uma escolha acertada ao começar o show intercalando "Brotherhood", do recente "Hammer of Dawn" (2022) e sua faixa-título, com as excelentes "Any Means Necessary" e "Heeding the Call", em um set repleto de hits como "Blood Bound" e "Renegade". Ao se aproximar do fim do show, o vocalista Joacim Cans fez uma enquete com os fãs para ver quem estava no seu primeiro show do Hammerfall, e em seguida questionou os novatos: "Se eu digo Hammer, vocês dizem…?" E o público respondeu: "Fall." Com todos instruídos, começaram "Let the Hammer Fall". Em seguida celebraram o cenário musical do seu país com "(We Make) Sweden Rock", uma homenagem louvável que ocorre em quase todos seus shows, mas que não funciona tão bem quanto seus diversos hits. Difícil justificar essa posição privilegiada no set ao invés de qualquer música do "Legacy of Kings". Felizmente fecharam com "Hail to the King" e a grudenta "Hearts on Fire", um showzaço!
Infelizmente nem tudo foi alegria no show, pois enquanto o público se deslocava após o fim do show do Lacuna Coil no palco "Ice", encontrava o público à direita no palco "Hot", aguardando o Hammerfall, e com o grande volume de gente, houve empurrões e discussão entre fãs. Esperamos que para 2025 a produção consiga uma solução para melhorar a circulação do público.
In Extremo
Enquanto o Within Temptation encantava um público gigante no palco principal, encerrando o segundo dia de festival, o Sun Stage recebia o In Extremo, que mostra que um festival como o Summer Breeze pode surpreender qualquer um. Assim como os conterrâneos do Lord of the Lost fizeram no ano anterior, conquistando até os fãs do metal mais extremo, a mistura de rock medieval com influências de folk e metal e uma miríade de instrumentos como gaita-de-fole, flauta e sanfona atiçaram a curiosidade do público, que se divertiu bastante e manteve o bar bastante ocupado durante o show, com filas para a cerveja.
Carcass
Mesmo com suas várias ramificações, há um número limitado de bandas que podem ser chamadas de pioneiras. O Carcass conseguiu este feito no final dos anos oitenta, ao lançar "Reek of Putrefaction", considerado como a origem do goregrind, e mais tarde tiveram pioneirismo no death metal melódico. Com este histórico e mais de 30 anos de experiência, não foi surpresa que realizaram um dos melhores shows do Summer Breeze, embora enfrentaram um grande desafio.
O vocalista e baixista Jeff Walker, de 55 anos, sofreu bastante com o calor de 30 graus de São Paulo, sendo obrigado a tocar sentado por alguns períodos e mostrar seu equilíbrio passando músicas inteiras com um saco de gelo na cabeça. O set foi encurtado, mas apesar das dificuldades, quando o quarteto manda "Keep On Rotting in the Free World" ou "Heartwork" já vale o ingresso.
Amorphis
Embora o horário seja nobre, sendo a última banda do festival a se apresentar no Sun Stage, o Amorphis teve a ingrata tarefa de começar seu show no mesmo momento que o Anthrax começava a tocar no palco principal, e em seguida viria o Mercyful Fate, obrigando os fãs da banda a se posicionarem cedo para garantir um bom lugar, um dos dilemas de um festival com tantas bandas boas para assistir.
Em meio a estes desafios foi possível conferir uma parte do show dos finlandeses, que fez um set contemplando os recentes "Halo" (2022) e "Queen of Time" (2018), e alguns hits de sua extensa discografia. Apesar das colisões de horário com as outras atrações, ganhei o dia vendo "The Castaway" e gastando a voz na maravilhosa "Black Winter Day". Um ponto negativo que merece ser citado é a decisão de manter parte do show na penumbra, um desserviço não só para os fotógrafos que trabalharam no show, mas também para os fãs.
Mercyful Fate
A data do show foi alterada quando anunciaram Gene Simmons, que fez um bom show, sem maquiagem ou estruturas gigantescas como as que usufruia no Kiss, mas quem o público queria ver mesmo era a banda de King Diamond, que entregou exatamente o oposto. Quando a cortina do Hot Stage caiu, o que vimos foi um palco espetacular com direito a cruz invertida, pentagrama invertido, arcos adornados com 666 e mudanças na vestimenta, que começou o show com uma máscara de crânio de bode e o tradicional microfone com ossos humanos.
Se em outro momento do festival o tempo mostrou seu peso para o cinquentão Sebastian Bach, para o vocalista dinamarquês que co-fundou o Mercyful Fate em 1981, e está beirando setenta anos, é justo dizer que ele ainda tem muita lenha para queimar, e não é à toa que está prometendo novos discos. Além do guitarrista Mike Wead, e o baterista Bjarne T. Holm, o rei diamante foi acompanhado do seu parceiro de longa data, o guitarrista Hank Shermann, e a novata Becky Baldwin, no baixo, que deu uma energia extra ao grupo e tirou de letra a responsabilidade assumida.
O set começou visitando o passado com "The Oath", do clássico "Don't Break the Oath", de 1984, e "A Corpse Without Soul" do EP homônimo, seguida da nova "The Jackal of Salzburg", mas o ponto alto foi a trinca "Black Funeral", "Evil" e claro, "Come to The Sabbath", que colocou todo mundo para cantar junto. Para fechar o festival com chave de ouro, o rei diamante anunciou o bis com uma faixa longa, é claro, "Satan's Fall".
[an error occurred while processing this directive]A terceira edição do Summer Breeze Brasil será realizada nos dias 3 e 4 de maio de 2025, e desta vez terá um Warm-Up no dia 2 de maio, ambos no Memorial da América Latina.
Summer Breeze Brasil 2024
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