Review de Show: Clássicos do Skid Row e novidades também em Porto Aleg
Resenha - Sebastian Bach (Bar Opinião, Porto Alegre, 17/11/2005)
Por Ricardo Finocchiaro
Postado em 21 de novembro de 2005
Após um show maravilhoso no Rio de Janeiro na noite do dia 15/11, a banda de Sebastian Bach vai para Porto Alegre para seu último show em terras brasileiras. Mais uma vez a venda de ingressos foi prejudicada pela falta de divulgação. Muita gente só ficou sabendo do show no dia ao ver a fila dos fãs na porta do Bar Opinião.
Que Porto Alegre teve um ano fantástico em termos de shows internacionais isso é verdade. Ao longo de 2005 tivemos na capital Lenny Kravitz, Placebo, Strokes, Scorpions, entre vários outros, fazendo deste um ano movimentadíssimo e, conseqüentemente, de muito gasto para os amantes do rock. Tudo isso, somado a uma divulgação fraca e valor de ingresso exorbitante – R$60,00 - fizeram com que pouco mais de 400 pessoas prestigiassem mais um excelente show em terras gaúchas: Sebastian Bach, ex- vocalista do Skid Row, uma das vozes mais aclamadas do hard rock de todos os tempos.
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O tempo ajudou, as nuvens que pairavam no céu de Porto Alegre ficaram calmas e não despejaram a chuva prometida pelos meteorologistas. O show programado para começar às 23h iniciou às 23h25min, o que não dá para considerar um atraso. Ficamos posicionados ao lado esquerdo do house mix – onde fica o técnico de som – e preciso salientar uma coisa: a reforma que o Bar Opinião fez facilita muito a visão quando a casa está cheia. Antigamente aquele ‘pré’ mezanino antes da pista acabava por tapar a visão do palco de quem ficava mais para trás. O novo formato, com alguns níveis na pista, proporciona que dificilmente se fique sem a visão do palco.
Eis que a banda sobe ao palco com Metal Mike (guitarrista), Bobby Jarzombek (baterista) - ambos ex-integrantes da banda solo de Rob Halford (vocalista do Judas Priest) - Steve DiGiorgio (baixista) - que já tocou com Testament e Death – e o californiano Johnny Chromatic (guitarrista). Os acordes ouvidos são de nada mais nada menos que "Slave To The Grind", clássico absoluto do Skid Row que faz com que todos os presentes comecem a pular, quando entra em cena o dono da noite Sebastian Bach acompanhado de gritos histéricos das meninas presentes – que eram com certeza metade do público – e urros do macharedo.
Inicialmente o som estava embolado, mas no decorrer do show foi melhorando. Além disso estava excessivamente alto, mas fazer o que, você está em um show de hard rock, se quer volume baixo vá ouvir MPB. A banda segue o baile com músicas da ex-banda de Sebastian e contando todos os integrantes com muita empolgação. Aliás, o vocalista é a simpatia em pessoa, o tempo todo pulando, correndo de um lado para o outro, distribuindo beijos e sorrisos para todos.
Eis que o festival de músicas do Skid Row dá lugar à uma composição solo de Bach: American Metal Head. Muito boa por sinal e mostra que o homem pretende continuar fazendo o bom e velho hard rock que fazia em sua ex-banda. Outras quatro composições de sua autoria em carreira solo viriam a ser tocadas, mas sem sombra de dúvida a melhor de todas, e uma das melhores da noite, é Rock and Roll. Com um riff de guitarra marcante, viradas de batera fortes e refrão empolgante ("Can you feel it gettin' stronger everyday? Turn it louder, can't get no kick if you got no soul, i'll never turn my back on rock'n'roll!") que na tradução seria algo mais ou menos assim: "Você pode sentir isso ficando mais forte a cada dia? Aumente mais, não poderá bater se não tiver alma, eu nunca darei as costas para o rock and roll!".
Depois de um recado destes poderíamos imaginar que muitos outros petardos viriam pela noite. Um solo do excelente baterista Bobby Jarzombek deu tempo para o restante da banda descansar e voltar para tocar mais uma composição solo chamada "Blade" e, logo em seguida, com Sebastian e DiGiorgio fazendo uma brincadeira com a música "Balls To The Wall" do Accept incendiarem tudo novamente com "Monkey Business". Para descansar da bateção de cabeça que estava acontecendo desde o início do show, a primeira balada da noite – não prevista no set list divulgado – "Wasted Time" fazendo os famosos isqueirinhos acenderem no Bar Opinião. Gritaria, choradeira e, é claro, revival, afinal, a maioria dos presentes devia ter entre 12 e 18 anos quando esta música estourou nas rádios.
Após "Take You Down With Me" mais um momento ‘reunião dançante’ na noite de quinta-feira: "I Remember You" rendeu novos gritos histéricos, choros e casais dançando apaixonadamente. Não pensem que apenas meninas choravam, podia ser visto um marmanjo de quase 1.80m, barrigudo e careca, emocionadíssimo cantando a música. Coisas que só o hard rock proporciona. Mas segundo o próprio Sebastian Bach, e com os presentes pedindo em uníssono, não podia se despedir sem "Youth Gone Wild". Refrão berrado forte pela galera e cantado por um muito emocionado Sebastian.
Eles saem do palco mas retornam para detonar a verdadeira saideira da noite: "Living On A Chain Gang". Depois de muito hard rock, de "Hello Porto Alegre", "Brasil Brasil" e até "Filho da puta! Filho da Puta" – esses ditos pelo baixista com ajuda do público – depois de Sebastian escalar os PA’s de retorno do palco e por lá ficar cantando e depois mesmo até de um banho de cerveja proporcionado por Metal Mike, Bach e sua banda se despedem com a sensação de missão cumprida, tanto da banda que desfiou os clássicos da fase Skid Row e mostrou composições novas empolgantes para o público, quanto deste mesmo público, que retribuiu a simpatia da banda, cantando as músicas, dando berros emocionados e passando um enorme calor humano, na expectativa de que em um futuro próximo eles retornem à capital gaúcha.
Por Rafael Tavares
Às 23:30 as luzes se apagam e a música de introdução começa a tocar, para o delírio dos fãs de Porto Alegre que esperaram 13 anos para poder ver Sebastian Bach novamente. Então a banda entra no palco e começa a tocar "Slave to the Grind" para delírio dos fãs que pularam como nunca haviam feito na vida. Em seguida vem "Big Guns", "Here I Am" e "Frozen". O set list foi basicamente o mesmo do show no Rio de Janeiro e a banda parecia não estar nem um pouco cansada por conta do show anterior.
"Piece Of Me" é tocada e foi uma pena o som estar muito alto, pois pouco deu para ouvir da voz de Sebastian que, em vários momentos do show, foi abafada pelo volume dos instrumentos, apesar de que no palco tudo estava soando perfeitamente bem. E isso estragou mais ainda o espetáculo quando a banda começa a tocar "18 And Life" que levou muitos às lágrimas no Bar Opinião.
A banda, que conta com Johnny Chromatic e Metal Mike nas guitarras, Bobby Jarzombek na bateria e Steve DiGiorgio no baixo, estava muito melhor neste show e, aparentemente, mais animados também, principalmente Metal Mike que derramou cerveja em todo o palco e público. Em seguida são executadas "American Metal Head", música inédita que estará no próximo CD de Sebastian, ainda sem nome ou data de lançamento definidos, e "The Threat", música do "Slave To The Grind" que foi seguida por outra inédita chamada "Stuck Inside", composta por Johnny Chromatic. "Rock N’ Roll" do disco "Bring ‘Em Bach Alive" é tocada, seguida de um solo de bateria de Bobby Jarzombek que, assim como no show do Rio de Janeiro, emendou com a faixa "Blade" do CD "An Absence of Empathy" que Bach gravou com Henning Pauly no projeto Frameshift2.
Antes de tocar o clássico "Monkey Business" Bach começa a cantar "Macaco Business", que foi repetido pelos fãs enquanto Johnny Chromatic imitava um macaco no palco. Novamente "Wasted Time" foi tocada com maestria e arrancou lágrimas do público que estava assistindo uma performance que teria tudo para ser perfeita se não fosse a desigualdade de volume entre vocal e os instrumentos.
"Take You Down With Me", outra música inédita, foi executada e, assim como as outras faixas novas, foram muito bem aceitas pelo público feliz em ver um Sebastian Bach muito mais voltado ao Metal. "I Remember You" é tocada, com alguns problemas no violão de Metal Mike, mas nada que comprometesse. Novamente o público grita por "Youth Gone Wild" enquanto Bach aponta para sua tatuagem. Durante a música, Bach sobe em umas caixas de som e aponta para os fãs que estão na parte superior do Bar Opinião onde também estava o Edu Falaschi (Angra) que foi à Porto Alegre somente para ver o show.
A banda deixa o palco, e o público, totalmente insano, começa a gritar pelo nome de Sebastian Bach. Eis que a banda volta e toca "Living On A Chain Gang" com perfeição.
Sebastian Bach se despede, enquanto Metal Mike derrama cerveja em todo mundo, e promete voltar novamente em 2006, assim que a banda lançar seu novo CD.
Fim de show e fim de mais uma noite maravilhosa, cheia de rock n’ roll que só não foi perfeita devido aos problemas relacionados ao som da casa e à divulgação. Agora é esperar 2006 chegar para ver se Sebastian Bach volta novamente ao Brasil para repetir a dose.
SET LIST
01. Slave To The Grind
02. Big Guns
03. Frozen
04. Here I Am
05. Piece Of Me
06. 18 And A Life
07. American Metal Head
08. The Threat
09. Stuck Inside
10. Rock & Roll
11. (Solo de Bateria)
12. Blade
13. Monkey Business
14. Wasted Time
15. Take You Down With Me
16. I Remember You
17. Youth Gone Wild
18. Living On A Chain Gang
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