Manowar: Uma opinião sobre o baterista brasileiro na banda
Por Diogo Azzevedo
Postado em 20 de novembro de 2017
O metal é um gênero internamente levado muito a sério, mesmo quando bandas usam corpse paint, escrevem letras sobre espadas e dragões ou vestem trajes de guerreiros. De vez em quando, porém, surgem formações que nos lembram de que o metal também pode ser divertido - Brujeria, Gwar, Tankard e SOD são alguns exemplos - e até mesmo autodepreciativo sem soar ofensivo a músicos e fãs - vide os grupos-paródia Spinal Tap e Massacration. E existe o Manowar.
Desde o início fadada ao segundo escalão do panteão metálico, a trupe comandada a ferro incandescente pelo baixista Joey DeMaio sempre teve uma queda pelo épico, seja sensualizando com tanguinhas e segurando espadas (hummmm) nas capas dos discos, se autoproclamando "Reis do Metal" (rs rs rs) ou subindo no palco com motocicletas ("Que original", teria dito Rob Halford). Tudo muito macho, muito viril, muito metal. Em outra jogada de marketing, quando decidiu que seria a banda mais barulhenta do planeta, o Manowar apenas atestou, tocando a sei lá quantos decibéis, o quão genérica é a música que produz - além de ferir os tímpanos (e o bom gosto) dos incautos que os assistem sem protetor auricular. Todos esses episódios transformaram o quarteto estadunidense numa piada involuntária, já que os caras parecem se levar a sério. E rolamos de rir quando constatamos que os fãs/súditos - residentes principalmente no Brasil, Itália e Grécia - realmente engolem o discurso barato do conjunto.
Então, eis que nos chega a notícia de que um brasileiro é oficialmente o novo baterista do Manowar. E daí? Celebrar tal fato apenas reforça nosso complexo de vira-lata, como se fosse preciso o sujeito tocar numa banda gringa - ainda que de reputação duvidosa - para ser reconhecido como grande músico. Fabio Lione é hoje vocalista do Angra, será que os italianos sentem orgulho disso?
Vou repetir: Joey DeMaio e cia pertencem ao segundo escalão, à série B do metal, com alguma relevância apenas nos países supracitados; os "homi da guerra" que se deixam melindrar por uma horda cover feminina sob o pretexto de causarem confusão por causa dos logos parecidos (saiba mais no link abaixo). Não é Eric Adams que canta, em "Pleasure Slave", que a mulher está esperando para beijar a mão dele? Apenas desconfio que DeMaio tenha se intimidado pelo Womanowar (a tal banda cover) por ser um conjunto esteticamente mais atrativo que o seu, velhos narcisistas desesperados em exibir - vide as fotos oficiais com camadas e mais camadas de Photoshop - uma jovialidade que há muito se foi - que o diga os fotógrafos que só tiveram 30 segundos para clicá-los no último Monsters of Rock, em 2015.
Se um dia foi involuntariamente engraçado, hoje o Manowar desperta somente compaixão. Ter um brasileiro na banda não significa nenhum avanço para o cenário metálico nacional - pelo contrário, acho que voltamos algumas casinhas. Por sorte, Marcus Castellani toca no fundo do palco - assim, aparece menos e não queima tanto o próprio filme.
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