Blog Audio & Rock'n'Roll: bandas femininas, tabu no Metal
Por Mário Megatallica
Fonte: Blog Audio & Rock 'n' Roll.
Postado em 04 de dezembro de 2011
No Orkut conheci uma comunidade chamada "Mulheres no Metal". Nome interessante e instigante... e logo fui participar para poder conhecer seu conteúdo. Convite aceito e então a surpresa: poucos tópicos haviam sido abertos, apesar do número razoável de participantes. Então resolvi criar um para iniciar uma discussão com as "mulheres do metal" dessa comunidade. E não foi qualquer tópico não! Aliás, nem eu imaginava o quanto esse tópico poderia gerar de discussões no meio Metal.
Enfim... abri um tópico chamado "Tabu no Metal?" em que perguntei o(s) motivo(s) que explique(m) o fato de bandas exclusivamente femininas não progredirem no meio musical do Heavy Metal. Por que até hoje, depois de 40 anos de história do Metal, não vemos nenhuma banda constituída somente por garotas seguir uma carreira sólida?
Até agora poucas garotas responderam essa pergunta - infelizmente. Entretanto, as poucas respostas já apontam indícios interessantes para explicar esse fato tão intrigante. Entre elas, uma me chamou mais atenção: a da headbanger Larissa Hvenegärd. Seu comentário foi, na verdade, um relato bastante pessoal de sua experiência de vida dentro do chamado "estilo de vida Metal", no qual ela fala sobre o preconceito, a discriminação, a indiferença, e tantas outras situações que ela sentiu na própria pele desde que começou a ouvir (e viver) o Heavy Metal.
Confira abaixo como ela respondeu a pergunta que fiz naquele tópico:
"As mulheres do metal - estou me referindo às ouvintes, não às mulheres de bandas - sempre são rotuladas e tratadas com preconceito, até mesmo pelos próprios homens do metal. Eu mesma vivencio isso ao extremo, pois sou do Metal desde a infância por influência dos pais, e deste modo sempre fui solitária e tratada como esquisita, como anormal, e até como marginal.
Para ilustrar, no meu novo emprego, há uma semana, nunca sofri tanto preconceito e fui tão agredida psicologicamente em tão pouco tempo, já que eu trabalho no ramo Jurídico. As pessoas me perguntam se eu uso drogas, me criticam e me olham com deboche e jogam indiretas, e estou sempre fadada ao isolamento social forçado - nem que eu queira, eu consigo preservar uma amizade por mais de uma semana.
Entretanto, devo ressaltar que algumas mulheres do metal apelam muito para comportamentos clichês, não perdem tempo desenvolvendo personalidade e um estilo próprio de ser. Algumas apelam para uma sensualidade desnecessária, são excessivamente sexualizadas e se esquecem do essencial, que é sentir a música e entender a música como algo que move pensamentos.
Deve-se ressaltar que o tabu feminino no Rock em geral se deve à época das groupies, época em que as mulheres ainda não tinham se emancipado, e elas acabavam por se infiltrar na contra-cultura de maneira negativa.
As mulheres devem deixar de lado a preocupação excessiva em se adequar aos clichês. Mesmo que a sociedade nos pressione, e mesmo que estejamos sofrendo agressão de pessoas cada vez mais intolerantes, ainda há tempo e razão de provarmos o contrário do que pensam de nós."
A questão do papel feminino no Metal foi abordada por Sam Dunn em seu documentário de 2005, "Metal: a headbanger´s journey", no qual, apesar da profundidade de suas questões, foi possível perceber a superficialidade das respostas obtidas por "groupies" e ex-integrantes de bandas femininas.
Parece mesmo que estamos diante de um tabu! Acho que é hora de discutirmos essa relação!
Este artigo ampliado e com imagens pode ser conferido na íntegra no blog Audio & Rock ´n´ Roll (link abaixo).
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