Guns N' Roses em Las Vegas
Postado em 03 de janeiro de 2001
Esta é a tradução do mais completo (pelo menos até o presente momento) dentre todos os reviews do show do GUNS N'ROSES no House of Blues em Las Vegas na noite de Ano Novo, cujo original em inglês pode ser visto aqui.
Axl Rose impressiona Las Vegas com novo Guns N'Roses
by Carrie Borzillo-Vrenna
Guns N' Roses - Mais Novidades
Após longos sete anos de espera e debaixo de uma série de especulações sobre como estaria o vocalista e como soaria sua nova banda, Axl Rose fez um retorno triunfal aos palcos a frente de um novo GUNS N'ROSES que chocou, agradou e até deixou os fãs literalmente perplexos.
Mas, ao contrário do que muitos esperavam - talvez no fundo até desejassem - o choque não foi causado por um rock star inchado e acima do peso, cujas atitudes típicas de um "bad boy" foram a causa de muitos shows interrompidos, mas sim por um novo e desmistificado W.Axl Rose. Bastava olhar para o rejuvenescido vocalista que soou exatamente igual há 12 anos atrás, ao mesmo tempo em que denotava ser o estereótipo do astro de rock, que por sinal muitos adoram odiar.
E o show? Após ter sido divulgado que a banda não tocaria após as três da manhã (as portas se abriram a 1:00, e na realidade o show terminaria às 3:38), e que eles planejavam tocar todo o repertório ensaiado, a primeira impressão é que este seria um show auto-indulgente. Mas ao invés disso, o que tivemos no local foram duas horas de clássicos, acrescidos de quatro canções novas.
Na introdução, um divertido e curto vídeo animado (similar à animação do filme "Heavy Metal", onde o vocalista surge com o visual que usava na década de 80), cuja imagem e som não estavam bons, mas ao que foi possível entender, Axl aparece dizendo: "Olá garotos. Aqui é o tio Axl", e prossegue desejando Feliz Ano Novo para todos, dizendo algo sobre ter estado "adormecido por sete anos" e concluindo com uma frase enigmática onde diz que "limpeza é igual a... bem, adquira o quadro". No vídeo, imagens de uma Coca-Cola Diet e uma enfermeira sensual, entre outras coisas.
Após o vídeo, inicia-se o show, obviamente montado de forma a agradar os fãs, com uma sucessão de petardos tais como "Welcome to the Jungle", "It's So Easy", "Mr.Brownstone" e "Live and Let Die", antes de se arriscarem em material novo, incluindo a calorosamente bem-recebida "Oh My God". A estréia de quatro novas canções - "Bluess", "Chinese Democracy" (provável título do novo álbum), "Silk Worms" e "Oklahoma", foi recebida com menos excitação, e soaram a primeira audição ainda bem distantes dos velhos clássicos.
Axl não se arriscou, e as canções soaram exatamente como foram registradas, tanto que os ouvintes desavidos que fechassem os olhos poderiam jurar que se tratava da formação original da banda tocando no Troubadour de Los Angeles em 1989. O único risco que Axl correu foi o de haver reunido músicos com características tão distintas entre si, tal qual o pessoal do Village People. Ao invés do policial, vaqueiro, índio e assim por diante, o GUNS N'ROSES atual conta com alguns poucos "rockers", o "alien", o "new waver" e o "freak". Vamos a uma descrição desta nova versão da banda:
W. Axl Rose: Parecia grandioso, soou grandioso, retornando como uma pessoa humilde com uma nova atitude, adotando o estilo "auto indulgente" com muito bom humor, tratando de forma amigável seus companheiros de banda, com uma aparência saudável, cabelos vermelhos (talvez marrom claro), trajando calças Adidas e uma camisa chinesa. Rose está de volta, melhor ainda do que sempre foi.
Robin Finck: O guitarrista "alienígena" em seu terno branco e preto e com cabelos e maquiagem oriunda do planeta Romulac pode fazer sentido na sua banda anterior, o NINE INCH NAILS, mas parece totalmente deslocado no Guns. Ele e Buckethead estavam claramente competindo entre si para ver quem conseguia "agitar" mais os fãs da banda - afora Axl, é claro.
Buckethead: O guitarrista-prodígio da Bay Area se valeu de sua marca registrada, ou seja, o bizarro: na cabeça, um balde da "Kentucky Fried Chicken" (rede de fast-food americana) e uma máscara branca com olhos pretos no rosto (lembrando um pouco a do "Fantasma da Ópera"), enquanto dançava de forma a imitar um robô, literalmente apavorando o público.
Paul Tobias (a.k.a. Paul Huge ou PHT, amigo de longa data de Axl, natural de Indiana nos EUA): Rose concedeu ao seu velho amigo a mais generosa introdução, ao chamá-lo de "o guitarrista original que batalhou muito para estar aqui". Paul conseguiu se sair bem comparado aos outros guitarristas presentes, bem mais experientes. Os solos e as bases entre os três demonstraram haver um bom entrosamento entre eles.
Tommy Stinson: Baixista do REPLACEMENTES desde os treze anos de idade, com uma recente passagem pelo PERFECT, banda de Los Angeles, onde além de tocar baixo atuou nos vocais. Enquanto a primeira vista seu terno xadrez e suspensórios tipicamente "new-wavers" destoassem da ocasião, ele possui maneirismos (e cabelos) bastante parecidos com o baixista original do Guns, Duff McKagan. Indiferente a tudo, Stinson, que cantou boa parte dos backing vocals, foi um dos mais ovacionados pela platéia, e um dos poucos que interagiam com Axl no palco, embora brevemente.
Brain (nome verdadeiro: Brian Mantia): O baterista original do PRIMUS demonstrou ser peça-chave da banda, e demonstrou tanta habilidade nas baquetas quanto Steven Adler ou Matt Sorum (que o precederam).
Dizzy Reed: Membro mais antigo da banda depois de Axl, pois está no Guns desde 1991, além de atuar nos teclados, bongos e piano, ainda ajudou nos backing vocals.
Chris Pittman: Já tocou com o TOOL, LUSK, REPLICANTS e O BLINKER THE STAR. Vestido como um motoqueiro, principalmente pela jaqueta, o segundo tecladista também toca um pouco de percussão e atua nos backing vocals. Na realidade, se trata apenas de um músico contratado para os shows, aparentemente desnecessário, haja visto a banda contar com sete membros.
Contrariando as perspectivas mediante a improvável mistura que havia no palco, o público - que contava com jovens de todas as tribos (desde drag queens até "boyzinhos" típicos, com um ou outro ocasional "old-rocker") - deu boas vindas a Axl e sua nova banda com alegria desenfreada. Em canções como "Live and Let Die", "You Could Be Mine", "Sweet Child O'Mine" e "Patience", os gritos da platéia sobrepujavam os vocais de um sorridente e feliz Axl Rose. Um côro uníssono gritando "Bem-vindo" dos fãs havia impresso aquele sorriso feliz no rosto do vocalista, que duraria toda a noite.
O único momento que quebrou momentaneamente esta ocasião festiva aconteceu quase no final do show quando Axl cedeu espaço para Buckethead divertir, ou melhor, confundir o público com uma "perfomance" como percussionista, onde ele se vale do que parece ser um bastão chinês para golpear o instrumento, seguido de um solo de guitarra muito mal recebido. Apesar de algumas vaias e um grito solitário advindo de um fã na platéia clamando por Slash, o público foi bastante tolerante com as bizarrices de Buckethead, que após o término da "perfomance", retirou do balde em sua cabeça o que pareceu serem rosas de chocolate.
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Levando-se em conta que a banda ensaiara o show completo apenas dois dias antes desta apresentação (em 29 de dezembro), tudo correu de forma absolutamente impecável. Axl e sua nova e extravagante banda fizeram uma atuação bem acima das expectativas gerais.
Eis o setlist:
Welcome to the Jungle
It's So Easy
Mr. Brownstone
Live and Let Die
Oh My God
My Michelle
Think About You
You Could Be Mine
Sweet Child O' Mine
Knockin' on Heaven's Door
November Rain
Out Ta Get Me
Rocket Queen
nova canção
Chinese Democracy (incluindo a perfomance de Buckethead)
Patience
nova canção
Nightrain
nova canção
Paradise City
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