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Bangers Open Air

Frontman do The Haunted é um sujeito simples

Por César Enéas Guerreiro
Fonte: Blabbermouth
Postado em 09 de junho de 2007

Karma E. Omowale, do webzine FourteenG.net, entrevistou recentemente o frontman do THE HAUNTED, Peter Dolving. Alguns trechos desse papo:

FourteenG.net: A maior parte de suas letras giram em torno de um entendimento profundo de si mesmo. Você se sente muito vulnerável quando fala sobre suas idéias, seus pensamentos?

Peter: "Bem, sou vulnerável como qualquer ser humano. Alguns podem achar que são invulneráveis, mas isso é mentira! [Dá uma gargalhada] Não há ninguém assim! [Ri] Se você é um psicopata, você está de qualquer maneira muito afastado de qualquer tipo de conhecimento emocional ou sentimento. Não acho que sou mais vulnerável do que os outros. Tenho sorte por [pausa] ter um conhecimento razoável de algumas coisas que acontecem dentro de mim e como eu reajo a isso. Acho que isso é uma coisa boas mas, quando eu era criança, era horrível. Você sabe, quando as pessoas ficam dizendo: ‘Oh, você é tão sensível, Peter!’ Para mim, aquilo era horrível! Sensível? Eu sou homem, não posso ser sensível. Mas, conforme ficava mais velho e ia me tornando lentamente um homem de verdade, eu ia percebendo que isso é uma coisa muito, muito boa! Isso é realmente um dom!"

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FourteenG.net: Bem, essa é uma grande história. Com o lançamento de "The Dead Eye", a banda conseguiu produzir um som tipo "HAUNTED" [fazendo aspas no ar] muito mais maduro. A que você atribui essa evolução tão grande, como músicos?

Peter: "Nós fazemos muitas turnês e acho que a química entre nós cinco, que estamos na banda agora, é muito, muito boa. O que quero dizer é que as coisas sempre foram muito boas entre nós, mas com Per [M. Jensen, baterista] também na banda e comigo de volta. Somos bem tranqüilos, abertos e, você sabe, não usamos 'máscaras' entre nós. Somos quem somos e temos muito amor e respeito uns pelos outros. E isso vem da vontade de fazer o que fazemos! O fato de termos tanta coisa em comum fez com que analisássemos a nós mesmos profundamente como banda. E isso mudou a nossa maneira de fazer música. Não se trata apenas de... não estamos tentando superar uns aos outros; estamos tentando fazer algo juntos, então cada um acaba contribuindo, ao invés de tentar ser melhor que os outros, porque na banda não cultivamos egos. Somos apenas cinco pessoas fazendo algo que nos sentimos realmente preparados para fazer, nós cinco, entende? É um trabalho de grupo".

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FourteenG.net: O fato de ser aceito e admirado pelos seus companheiros na indústria musical é importante para você?

Peter: "Não! Bem, vou dar uma resposta ambígua. É claro, somos seres humanos e temos nosso lado vaidoso. Mas o que importa é que vivemos com essas músicas e tocamos muitas e muitas vezes. Então para nós é mais importante fazermos a música que nos satisfaça e que gostemos de tocar porque não importa se é para quinhentas, cinqüenta ou cinco mil pessoas. O que importa é que seja agradável e que nos dê satisfação, entende? Você pode ter muitas opiniões sobre a indústria musical, há o lado bom, há o lado ruim. É muito bom poder fazer isso por tanto tempo quanto a gente porque você acaba conhecendo os problemas e consegue evitá-los. ‘É, estou vendo eles!’ Se não quero ir até lá, não vou até lá. Por que fazer coisas que você não gosta? Sujeitar-se a, você sabe, certas pessoas ou ter que ir a certos lugares que você não precisa ir. Temos o direito de escolher e isso é muito bom!"

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FourteenG.net: Isso é incrível! Apesar de todos os álbuns que você já gravou, você ainda sente que precisa provar alguma coisa a cada lançamento devido ao clima no Metal hoje?

Peter: "Não, eu não acho que nós devemos provar alguma coisa; nós temos que agradar a nós mesmos. Como eu disse, somos uma banda, fazemos turnês e isso tudo também é um negócio, mas é nosso ganha-pão. Mas estamos passando por bons momentos e gostamos da música que fazemos. Nós acreditamos que... você sabe, acreditamos nas pessoas. Temos muita confiança nas pessoas enquanto seres humanos. E se estamos gostando [pausa] não somos diferentes de ninguém. Se estamos gostando, alguém mais provavelmente vai gostar também. É muito estranho se você olhar pelo outro lado e ver o que as outras bandas estão fazendo. Eu penso: Não! Nós somos o que somos, fazemos o que gostamos!"

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FourteenG.net: Logicamente, quando cria uma música, você precisa ficar preso a certos limites do "padrão THE HAUNTED". Qual é o melhor momento de explorar outras bandas para exercitar a sua liberdade musical? Como isso acontece?

Peter: "Acho que estamos experimentando mais, não em termos de usar uma variedade maior de assuntos, mas para nós mesmos. Somos bastante rígidos quando se trata de fazer música. Gostamos de melodias e de bons refrões. Isso é algo que nos agrada. Mas acho que cada vez mais estamos gostando de fazer as coisas de uma maneira mais imprevisível, pelo menos para nós. Bem, não somos o ‘THE DILLINGER ESCAPE PLAN’ e nunca seremos. Mas gostamos quando encontramos coisas que são ‘estranhas’. Coisas que são estranhas e legais, que tenham um toque especial. E gostamos muito do SLAYER e de bandas como KING CRIMSON our YES, coisa desse tipo. E percebemos que há muita coisa da música dos anos 70 naquilo que fazemos e, por alguma razão, isso sempre esteve lá! Isso tem a ver com a melodia e tem a ver com... você sabe, mesmo se fazemos uma música mais estruturada, o que realmente importa é a melodia. O que realmente importa é algo que possa criar um certo tipo emocional de construção para manter isso e, provavelmente, levar a algo também dentro da criação da música. Você sabe, dentro dos limites de cada música. De muitas maneiras, acho que temos um jeito bem europeu de enxergar o drama de uma música".

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FourteenG.net: Há alguma coisa que as pessoas não sabem sobre você e que não você não se importaria de dizer... além de seus blogs e outros assuntos?

Peter: [Pensando] "Algumas pessoa sabem muito sobre mim mas outras não sabem porcaria nenhuma sobre mim! Sou REALMENTE um cara tranqüilo, simples e muito gentil. Ao contrário do que muita gente possa pensar, isso é o que realmente sou; e gosto de ser assim! [Rindo] Eu realmente gosto de ser assim! É, não vejo razão para essas atitudes de machão e coisas desse tipo; isso não presta! [Risos] Vocês sabem quem são... aquelas pessoas metidas. Você já encontrou gente assim! Você já encontrou gente assim, que fica falando de seus sentimentos e é tudo besteira! Porque isso tudo não se trata de algo real, trata-se de querer dominar alguém ou arrancar seu dinheiro. E isso é tudo muito... eu não espero nada de ninguém. E qualquer coisa que surja de encontros com pessoas ou de fazer coisas com elas é um bônus para mim e isso é algo que não acho que muitas pessoas saibam sobre mim. [Risos]"

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Leia a entrevista completa (em inglês) no fourteeng.net.

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Sobre César Enéas Guerreiro

Nascido em 1970, formado em Letras pela USP e tradutor. Começou a gostar de metal em 1983, quando o KISS veio pela primeira vez ao Brasil. Depois vieram Iron, Scorpions, Twisted Sister... Sua paixão é a música extrema, principalmente a do Slayer e do inesquecível Death. Se encheu de orgulho quando ouviu o filho cantarolar "Smoke on the water, fire in the sky...".
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