Por que Axl Rose, do Guns N' Roses, ainda é "O Cara"
Por Nacho Belgrande
Fonte: Site da Revista Inglesa GG
Postado em 01 de abril de 2010
MICK WALL, lendário jornalista de rock inglês, editor da revista Classic Rock e ex-editor chefe do semanário Kerrang! - além de escrutinado publicamente pelo GUNS N' ROSES na faixa "Get In The Ring" do disco "Use Your Illusion II" e ameaçado de morte pessoalmente por AXL ROSE, reafirma sua admiração pela seminal banda de Los Angeles em um texto publicado no website da revista GG Magazine desse mês.
Segue a tradução do texto na íntegra.
O vocalista do GUNS N' ROSES, W. Axl Rose me disse uma vez, "Nós não somos como aquelas outras bandas." Ele estava se referindo ao tipo de fantasias fabricadas que dominavam o cenário do rock no fim dos anos 80 – os Bon Jovis e Poisons da vida. Mas o que Axl estava dizendo poderia igualmente se aplicar a agora – talvez seja por isso que eles tenham sido escalados para serem a atração principal para os festivais de Reading e de Leeds em 2010.
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Quero dizer, sinceramente, quem em 2010 pode proporcionar até mesmo uma fração da vibração eletrificante que o Guns N' Roses original do fim dos anos 80 chegava a ignorar? Algumas podem até misturar sexo e drogas com o rock n' roll deles, mas quantas só aparecem pra tocar quando o vocalista tem vontade, deixando plateias esperarem muitas vezes até alta madrugada até que eles dêem as caras no local do show, do jeito que Axl Rose sempre fez?
Quantos carregam armas, circulam em limusines folheadas a ouro e pagam para ter os bastidores decorados como a Roma antiga, repleto de orgias, leões enjaulados e seguranças vestidos com togas, como o Guns N' Roses supostamente o fez no começo dos anos 90? Quantas demoraram 12 anos e gastaram quase $15 milhões para fazer um disco e então lançaram apenas um single pra ele, recusaram-se a fazer um vídeo-clipe para promovê-lo, ou até mesmo a excursionar para promover a porra da coisa, como o Guns N' Roses fez com seu trabalho de 2008, "Chinese Democracy"? Resposta: nenhuma.
E é por isso que o Guns N' Roses permanece como algo a ser visto – se você puder. Sim, seria melhor se Slash ainda estivesse com eles (e não descarte isso acontecer de novo, não com várias centenas de milhões de dólares na mesa esperando pra que eles o façam) mas em Axl Rose eles ainda possuem a autêntica voz do rock n' roll como ela foi concebida originalmente: brutal, fodona e nunca pedindo desculpas.
Como é que os shows de Leeds e Reading ficarão à altura dessas lendárias performances do GN'R?
Hammersmith Odeon, Londres, Outubro de 1987
A primeira grande apresentação da banda como ato principal em Londres, a reputação deles os precedia e as expectativas eram altas, mas eles corresponderam. Um Axl sem camisa e suado movendo-se como uma cobra pronta pra dar o bote; Slash, seu rosto coberto pelo chapéu e pelo cabelo, apoiando uma bota pesada nos monitores de retorno. De repente, toda outra banda da época parecia tão inofensiva quanto leite da vovó.
Castle Donington – Festival Monsters of Rock, Inglaterra, Agosto de 1988
Contratados como atrações menores do elenco no começo daquele ano, na hora que a banda chegou até lá, eles eram maiores que a atração principal, o IRON MAIDEN. Sendo assim, a enorme plateia acotovelou-se ao palco quando eles entraram, resultando em dois fãs sendo pisoteados até a morte. Ninguém soube disso até que o show tivesse acabado, no que a despedida de Axl à multidão, 'Não se matem!' soou particularmente cabalística.
Coliseum, Los Angeles, Novembro de 1989
Abrir esse show em estádio para os ROLLING STONES deveria ter sido a afirmação da maturidade da banda. Ao invés disso, Axl parou o show no meio para explicar como ele sairia da banda caso "certos membros da banda" não parassem de "dançar com Mr. Brownstone!" - uma referência sutilmente velada aos vícios em heroína de Slash, do guitarrista Izzy Stradlin e o baterista Steven Adler.
Hammersmith, Apollo, Londres, Junho de 2006
Local de seu triunfo no Reino Unido em 1987, agora o momento de seu muito (muito) aguardado retorno ao palco de Londres, resultado: pandemônio total. Axl recusa-se a entrar no palco quase até meia-noite, a plateia ameaça amotinar-se, muitos indo embora amargamente infelizes, para pegarem ônibus e trens pra casa, seguido pelo melhor show de rock em qualquer lugar da cidade naquele ano; Axl com seus dreadlocks costurados à cabeça e feições cheias de Botox ainda incendeia com paixão raivosa.
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