Warfire: entrevista para o Headbanger's Life
Por José Carlos
Fonte: Warfire
Postado em 06 de maio de 2012
A banda "Warfire" concedeu recentemente uma entrevista para o blog Headbanger’s Life. Na entrevista, conduzida por Alexandre Assassim, o guitarrista da banda, Andrews Neander, conta um pouco da trajetória da banda nesses 2 anos de existência e aborda assuntos como início da banda, shows, processo de composição, gravação no estúdio Mr.som, a amizade com Heros Trench e Marcello Pompeu, propostas no exterior, entre outras coisas. Confira abaixo a entrevista.
Headbangers Life: Primeiramente gostaria que vocês me respondessem, quando e quem teve a ideia de formar a Warfire?
Andrews: Eu e o Loiz somos amigos há 17 anos, começamos a curtir som na mesma época, e sempre tivemos a ideia e vontade de montar banda, porém éramos alheios à cena, não éramos "do rolê", o Gamba, o Cerbo e o Paulo já eram mais conhecidos, já tinham tocado em várias bandas aqui na cidade. Mas aí por meio de rede sociais o Loiz começou a conversar com o Gamba, e no início de 2010 a banda em que eles (Cerbo, Gamba e Paulo) tocavam teve uns problemas e terminou, então rolou o convite do Gamba, e coincidentemente eles estavam precisando de um vocalista e um guitarrista.
Headbangers Life: Como rolou o grande primeiro encontro de vocês?
Andrews: O Loiz me enviou uma mensagem dizendo que precisava falar comigo, cheguei em casa e liguei pra ele, ele disse que os caras tinham nos convidado e era para nós irmos na casa do Cerbo para tocarmos umas músicas e conversar. Foi um sábado, era dia 27 de Março, por isso comemoramos o aniversário da banda nesse dia, e a primeira impressão não foi das melhores, eu e o Loiz somos uns caras um pouco difícil de lidar, somos sistemáticos, temos umas opiniões meio "fortes", resumindo, somos chatos (Risos), e fizemos questão de deixar bem claro nossas ideias e modo de pensar, que queríamos fazer uma coisa séria, ter banda como profissão e não como hobby, para eles já saberem com o que estavam lidando, o próprio Paulo confessou um tempo depois em meio a cervejas e churrascos que não foi com a nossa cara em um primeiro momento e pensou até em sair, mas depois reconsiderou...
Headbangers Life: Quem é o responsável pelas letras da banda e quem bola a parte instrumental matadora nas músicas?
Andrews: Eu o Gamba compomos tanto letras como também instrumental, creio pelo fato de tocarmos guitarra temos mais facilidade, podemos fazer um riff e a partir dele ir colocando baixo e bateria. Nós sempre enviamos a música pronta, gravamos no computador e fazemos a linha de baixo e bateria, porque quando você ouve o "todo" fica mais fácil assimilar a ideia da música. O Loiz também toca um pouco de guitarra, e ás vezes ele trás a ideia e me mostra, me explica uma ideia que teve de uma letra, um tema e a partir daí fazemos a música, ou canta o riff e eu passo pra guitarra. Depois eu faço as linhas que faltam, gravo no PC e mando pra galera, se todo mundo gosta pelo menos um pouco levamos para o ensaio e lapidamos, fazemos alterações, se ninguém curte vai pra gaveta. As músicas do Gamba quase sempre vêm com letra, as que eu componho na maioria das vezes eu deixo para o Loiz fazer a letra.
Headbangers Life: Quais as principais influências da banda dentro e fora do heavy metal?
Andrews: Cada um tem uma influência diferente e dificilmente concordamos, mesmo as bandas que todos curtimos como Judas Priest, Black Sabbath, preferimos em períodos diferentes. As únicas que concordamos são as unanimidades como Motorhead, Iron Maiden, Grave Digger... Fora do heavy metal é samba-enredo e hino de igreja (Risos).
Headbangers Life: Como rolou a vibe da gravação da 1ª demo do Warfire, que conta com músicas que devo considerar verdadeiros hinos do underground como é o caso de "Bang your head" e "Teutonic Pride"?
Andrews: Agradeço pela parte dos "hinos" (Risos). Foi tranquilo, eu confesso que estava meio apreensivo, porque como o Loiz diz: "Os caras tem de carreira o que nós temos de idade", e eles fazem parte da história do metal nacional, então você fica meio ansioso. Nossa ideia de gravar em um estúdio que é referência era, além de conseguir um material de qualidade, sentir essa "pressão", ter uma crítica de quem realmente conhece o assunto, porque ás vezes a galera começa a elogiar e você meio que perde a noção, então eu esperava e queria que eles nos dessem um choque de realidade. Quando eu conversava com o Pompeu pelo telefone para acertar os detalhes da gravação ele me perguntava se nós tocávamos bem, se a banda estava ensaiada, e eu não sabia o que responder, pois não sabia o que era a concepção de bom pra eles. Mas no fim foi tudo tranquilo, eles nos deixaram bem à vontade, explicaram como funciona o processo gravação e tudo mais, deram alguns conselhos, e o melhor, curtiram e elogiaram nosso som.
Headbangers Life: Como rolou o conhecimento com Marcello Pompeu (Korzus) já que ele é quem esta na produção da demo "It´s time to War" junto com o Heros Trench?
Andrews: Eles são como qualquer cara que curte som, conversam sobre bandas, tiram sarro, contam histórias de shows... Na época em que decidimos gravar começamos a procurar referências de estúdios e até visitamos alguns, conversamos com produtores, e até houve conversas sobre gravar em outro lugar que não fosse o Mr. Som, mas eu e o Loiz "batemos o pé" e acabamos convencendo os outros. Eles são um dos melhores, se não forem os melhores do país em se tratando de gravar metal, essa seria a primeira impressão que as pessoas teriam da Warfire, e queríamos que fosse a melhor possível.
Headbangers Life: Temos mais músicas na agulha já para um futuro lançamento? Se tiver prévia para quando?
Andrews: Sim, já temos todas as músicas do primeiro álbum prontas e algumas que provavelmente ficarão para um segundo álbum ou como material bônus para um possível lançamento fora do país. A ideia é começar a gravar agora em maio/junho, e dependendo de como as coisas acontecerem no decorrer do ano decidiremos como e quando será feito o lançamento.
Headbangers Life: Pretendem gravar com os mesmos produtores?
Andrews: Isso é algo que já estamos conversando, o nosso objetivo é melhorar, apesar de termos recebidos muitos elogios da qualidade da gravação do "It’s Time to War" consideramos um CD demo, e para um álbum há várias coisas que podemos e temos que melhorar. Esses dias eu estava conversando com o Raphael Gazal (Pastore) sobre a possibilidade de mixarmos em um estúdio na Suécia, ele tem uns contatos lá e se dispôs a intermediar. Mas ainda estamos analisando, conversamos a esse respeito com o Pompeu e ele explicou que aquela gravação era para um CD demo, que no caso do álbum estaríamos fazendo de uma forma que naturalmente resultaria em algo melhor, então provavelmente continuaremos com eles.
Headbangers Life: Como está rolando a aceitação da banda no meio dos headbangers? E também da demo, muito material passado aos headbangers?
Andrews: Ou gostam muito ou mentem muito (Risos). Está sendo muito positiva, eu particularmente às vezes até me assusto com a forma com que falam e como somos tratados. Temos pessoas curtindo nosso som no Brasil inteiro, a galera manda recado, elogia, pergunta quando vamos tocar na cidade, estado que eles moram, é muito bacana. Com a internet determinadas coisas ficaram mais fáceis, a divulgação e o acesso a diversos lugares do planeta se tornou simples, temos pessoas elogiando nosso som em vários países da Europa, Ásia, nos Estados Unidos, temos várias pessoas que curtem nosso som nos países vizinhos aqui da América do Sul, Argentina principalmente. Agora, a Demo já virou novela né?(Risos), nunca pensamos que era tão burocrático o processo, se ganhássemos um real cada vez que alguém pergunta "E a Demo, saiu?", "Onde eu compro o CD?", "Onde tem pra vender?", a gravação do álbum já estaria paga (Risos). Mas apesar de tudo a galera entende, e é melhor não ter a Demo e a galera querer comprar do que ter a Demo e ninguém querer comprar. Está prensando, creio eu que em Maio já tenha CD Demo pra galera.
Headbangers Life: Como vocês estão vendo a cena metal aqui pelo interior? E forte ainda? Tem um futuro promissor?
Andrews: Nós achamos fraca, não só no interior, mas de uma forma geral, o underground principalmente, muitas vezes você vai tocar em alguns lugares ao lado de várias bandas, bandas de qualidade, mas a galera não comparece. Você viu no último Diefight Festival quantas pessoas tinham, e nos padrões atuais aquilo pode ser considerado sucesso de público, mas se você tira os membros de bandas que ficaram assistindo as demais, organizadores, namoradas de membros das bandas, sobram poucas pessoas. E ás vezes tem uns organizadores que não sei se por descuido ou safadeza marcam um evento no mesmo dia que vai rolar outro na mesma cidade ou em uma cidade próxima, aí fode de vez, divide o que já era pouco. Nós que curtimos metal e vivemos no underground somos como uma resistência a um exército invasor, se não agirmos de forma coordenada, com cooperação, vamos sair perdendo sempre, a música pop tem uma grande vantagem que é o apoio da mídia, então se nós não nos ajudarmos fica difícil.
Headbangers Life: E a receptividade dos bangers ao vivo? Pois vocês tem um grande carisma com o público antes, durante e também depois das apresentações da Warfire.
Andrews: É surpreendente, como eu disse antes ou eles gostam ou eles mentem muito bem. O mais legal é que atualmente estamos com um set list quase que completamente de som próprio, tocamos no máximo 2 covers nas apresentações, e é muito legal ver a galera "bangeando", cantando e curtindo as nossas músicas, ao invés de ouvir gritos de toca Iron Maiden, toca Manowar, agora ouvimos toca Bang Your Head, toca B.T.K. Sobre ser carismático é natural né cara? Não tem como não gostar da gente, todo mundo gosta de gente bonita (Muitos risos). Mas é tudo espontâneo, tem gente que chega pra mim depois do show e fala obrigado, e eu falo "obrigado você cara", eu sou agradecido da galera estar apoiando e prestigiando. Tem lugares que nós tocamos e as pessoas pedem para tirar foto com a gente (o que eu ainda acho meio loucura) e nós tiramos foto na boa, se a pessoa vem conversar nós conversamos, se não vem nós também não forçamos uma amizade, não é nada forçado, procuramos agir de forma natural.
Headbangers Life: Algum contato já para fora do Brasil? Pois a banda tem garra para estar já despontando para o exterior.
Andrews: Como eu disse antes a internet facilitou muito as coisas em alguns pontos, ano passado o Gamba conseguiu um contato de um produtor na Europa e enviou os links da banda, e o cara nos convidou para fazermos uma mini-tour pela Europa junto com o Gwar, enviou o contrato para lermos e tudo, mas sinceramente achávamos e ainda achamos que não era o momento, nós somos uma banda com apenas 2 anos de atividade, apesar das coisas estarem acontecendo muito rápido para a Warfire não podemos pular etapas, a banda tem que amadurecer, corrigir os erros. Na Europa é outra história, lá o bicho pega, eles que inventaram essa porra, é mesma coisa que um inglês vir tocar bossa-nova no Rio de Janeiro, não dá pra chegar lá errando pronúncia de inglês para um público que tem o inglês fluente, ou sem material de divulgação, sem uma boa experiência de palco... São detalhes que nós achamos que faz a diferença, não queremos que a galera fale "olha que bonitinho, uma banda brasileira...", queremos que eles digam "esses filhos da puta são bom para caralho!". Mas o Gamba (ele cuida dessa parte, pois tem o inglês melhorzinho) está conversando com um produtor sobre um festival anual que rola na Eslovênia, quem sabe no ano que vem não conhecemos as praias do mar Adriático (Risos).
Headbangers Life: Como fazemos para contatar a banda para shows, aniversários, velórios e etc? (rsrsrsrsrs) (aonde tiver link de vocês pode mandar aqui).
Andrews: Pode ser via e-mail, via facebook, Orkut, estamos sempre dando uma olhada nas mensagens. Tem também o site da banda, mas acredite se quiser, ele está mais enrolado do que o CD demo, tem umas fotos, agendas, mas a parte do contato ainda não está funcionando. Pedimos para a galera que curtir o som, que encontramos nos Fests, para procurar a Warfire na net, adicionar nas redes sociais e manter contato, é bacana essa relação da banda com o público, e queremos sempre estar em contato com a galera que curte nosso som. As garotas que tiverem interesse em ser "groupies" da banda podem também estar enviando suas fotos para o e-mail da banda para estarmos analisando, pois estamos preenchendo as últimas vagas, não precisa ser fotos de vocês peladas, afinal não queremos que se torne algo vulgar, mas é obrigatório que seja sem roupa (Risos).
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Headbangers Life: Bom, agradeço a Warfire por esta entrevista concedida a nós, e tenho que dizer que 2012 e o ano de vocês com certeza, sei que sou beeeem suspeito de dizer, pois considero vocês "brothers of metal" mesmo, e desejo a banda que tenham sucesso na empreitada que vocês estão, deixo aqui o espaço para que vocês mandem o que vocês quiserem, o espaço e de vocês.
Andrews: Nós é que agradecemos pela oportunidade que você está proporcionando para que a galera conheça um pouco melhor a Warfire e por todo seu apoio a nós e a todo o underground. Mais uma vez aproveitamos para agradecer a todos que nos apoiam, a galera que vai aos shows, que curte nossos links, que compartilham e etc. Fiquem ligados que tem muitas novidades vindo por aí, tem músicas novas, tem "Warfire on the Road", parcerias e muitos projetos para 2012. Abraço.
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