Max Cavalera: "Acho legal ter filhos e continuar detonando"
Por Alexandre Caetano
Fonte: Lithium Magazine
Postado em 18 de março de 2013
Anton Koltykov, da Lithium Magazine, conduziu recentemente uma entrevista com Max Cavalera (SOULFLY, CAVALERA CONSPIRACY, SEPULTURA). Alguns trechos da conversa podem ser conferidos a seguir:
Anton: O último álbum [do SOULFLY], "Enslaved", é o mais pesado e mais sombrio do SOULFLY até agora; o que o levou a seguir essa direção?
Max: É, eu queria fazer alguma coisa diferente, sabe como é... Eu achei que os dois últimos álbuns soaram meio parecidos - "Conquer" e "Omen". "Omen" foi um pouco mais thrash e hardcore, e eu fiquei pensando "o que mais eu posso fazer?" Eu sempre gosto de surpreender um pouco os fãs, então comecei a ouvir umas coisas mais pesadas, e ouvi muitos dos meus discos mais antigos, meus velhos discos de death metal como ENTOMBED, NAPALM DEATH, MORBID ANGEL, DEATH, MASSACRE, daí eu também comecei a ouvir bandas mais novas que também são bem pesadas, como OCEANO, THE ACACIA STRAIN, MOLOTOV SOLUTION, IMPENDING DOOM, I DECLARE WAR, e me senti como "isso é matador!" É uma música legal que está dando certo e poderia levar o SOULFLY para um nível mais pesado. Foi um tipo de experimento, mas eu acho que muitas pessoas gostaram dessa energia do disco, porque é brutal do começo ao fim mesmo. Na verdade, este foi o primeiro álbum do SOULFLY que eu nem incluí uma instrumental, ela veio como faixa bônus em uma edição especial, porque eu achei que o álbum soava tão pesado que não tinha espaço para uma faixa instrumental nessa gravação. Foi divertido trabalhar com o [produtor] Zeuss... um cara legal que fez alguns trabalhos fantásticos como o OCEANO. Ele tinha muita experiência com esse som e nos ajudou a criar esse álbum pesado. Eu consegui o que eu queria; queria fazer um trabalho completamente diferente do último e nós fizemos.
Anton: Você seleciona grandes colaboradores nos álbuns do SOULFLY, como você escolhe os músicos?
Max: Geralmente eu sou fã da música deles, alguns eu já conheço então é bem fácil. A amizade toma conta e deixa o trabalho todo muito mais fácil, sabe como é. Como o Dez, do DEVILDRIVER, eu conheço ele há anos, então foi bem tranquilo ir para o estúdio com ele. A maioria são bandas que eu conheço bem e gostaria de trabalhar junto, e eu acho bem legal essa ideia de colaboração, que começou com o SEPULTURA, nos primeiros anos. Lá o "Beneath The Remains" teve o Kelly Shaefer do ATHEIST, que escreveu algumas letras, para "Stronger Than Hate" nós usamos ele e, claro, no "Chaos A. D." usamos o Jello Biafra, que escreveu a letra de "Biotech". No "Roots" trabalhamos com o Mike Patton e Jonathan, do KORN, na "Look Away". Isso continuou no SOULFLY; "Primitive" teve Tom e Chino, do DEFTONES. Eu comecei a trabalhar com alguns dos meus músicos favoritos e foi divertido colocá-los em um ambiente diferente. É como quando você ouve "Terrorist", não parece com SLAYER, mas é o Tom Araya cantando, então fica bem legal; é como ele soa quando não está no SLAYER. Eu vou fazer isso em todos os álbuns, vou trazer alguém diferente. Não precisa ser de banda grande, pode ser de uma banda underground também, porque eu gosto de underground. Eu gosto muito de bandas novas, que pouca gente gosta.
Anton: Sua carreira musical sempre esteve envolvida com sua família. Como você administra para dar conta de ambas?
Max: A primeira coisa é não esconder isso. Muitos músicos escondem do mundo que eles têm filhos. Não sei por quê. Eu acho legal ter filhos e continuar detonando! Não tem nada que diga que se você tem filhos, você tem que parar de tocar, você tem que ser um gatinho manso, só porque se tornou pai. [Balança a cabeça] Foda-se! Não tem nada a ver. Quando eu tive meus filhos, eu fiquei orgulhoso e tatuei os nomes deles nos meus dedos e levei eles na turnê. Tem sido assim sempre. Richie esteve com o NAILBOMB, 1995, meu irmão fez um moicano nele, raspou a cabeça dele e deu uma guitarra, ele ia na frente de centenas de milhares de pessoas e fazia alguns barulhos. Então, sim, minha família sempre esteve lá. Essa turnê é muito guiada pela família. LODY KONG, que é a banda do mais novo, e Richie está no INCITE. É uma turnê incrível, uma grande bagagem para todos. Venha cedo para ver todas as bandas e no final do set do SOULFLY, nós fazemos "Revengeance", nós trazemos todo mundo e tocamos com a família toda no palco. É uma ótima atmosfera. É ótimo viajar com a família inteira; eu acho que essa é uma turnê única.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
A melhor música do melhor disco do AC/DC, segundo o Heavy Consequence
A capa de álbum do Iron Maiden que Bruce Dickinson acha constrangedora
O clássico do Queen que Elton John achou título péssimo: "Vocês vão lançar isso?"
A banda de metal extremo que é referência para Mark Tremonti (Creed, Alter Bridge)
A pior música do pior disco do Kiss, segundo o Heavy Consequence
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026
A música solo que Ozzy Osbourne não curtia, mas que os fãs viviam pedindo ao vivo

Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
O melhor disco do Sepultura, segundo a Metal Hammer
O álbum brasileiro que é "a maior gravação de metal" de todos os tempos para Dave Grohl
O pior disco do Sepultura, segundo a Metal Hammer
A banda que ajudou a salvar a carreira (e a vida) de Max Cavalera
Para Mike Portnoy, Sepultura ajudou a carregar a bandeira do metal nos anos 90
Greyson Nekrutman pode participar de novo disco do Trivium? Paolo Gregoletto responde
Por que Sepultura deixou megahit por anos fora do show, segundo Andreas Kisser
Os 10 maiores vocalistas de Metal na opinião de Derrick Green, do Sepultura
As duas bandas que influenciaram a percussão do Sepultura, segundo Andreas Kisser
Por que Andreas Kisser e sua esposa perderam muito dinheiro no fim dos anos 1990?
A banda que Iggor Cavalera considera "mil vezes" mais importante que Beatles e Stones


