Ghost: o que levar ou não a sério e planos para o novo disco
Por Dan Santos
Fonte: Phoenix NewTimes
Postado em 26 de outubro de 2013
O GHOST (GHOST B.C. nos EUA), banda sueca que está experimentando uma ascensão demasiadamente repentina e que vem tirando o sono de muitos ativistas religiosos em todos os lugares por onde passa, recentemente concedeu uma entrevista ao jornal americano Phoenix NewTimes. Dentre vários assuntos que estão presentes em toda entrevista já realizada com a banda, como, por exemplo, suas influências, eles abordaram temas interessantes e reveladores sobre a produção do EP If You Have Ghosts, composto de covers, produzido por Dave Grohl e que deverá ser lançado agora em novembro. Falam também sobre a temática satanista e o que deve ser levado a sério ou não no teatro Ghost.
Confira algumas partes da entrevista traduzidas abaixo.
P: Você acha que a mídia nos Estados Unidos tem uma opinião mais controversa sobre o Ghost do que em outros lugares, como a Suécia, onde o Black Metal é muito presente?
Em poucas palavras, sim. Acho que não somos chocantes no lugar de onde viemos e geralmente quando somos mencionados na mídia sueca ou escandinava, é por razões comerciais ou apenas para dar uma força na visibilidade da banda. Nunca realmente por causa de controvérsias.
P: Você sente como se a imprensa americana aumentasse demais as coisas?
Bem, você sabe que na Suécia tudo é secularizado. Então ser um cristão devoto abertamente é visto um pouco como algo prejudicial. Lá, é controverso ser realmente religioso. Geralmente, as discussões abertas são sempre sob um ponto de vista secular. Religião é completamente uma coisa pessoal. Então existe uma grande diferença.
P: Como surgiu o conceito de mesclar Death Metal com Pop?
Acho que tudo deriva de ter um gosto musical mais aberto, ouvindo de tudo, desde Metal extremo a Pop, de Rock clássico a trilhas sonoras. Apreciamos apenas música de uma forma geral.
Às vezes, é difícil dizer o que veio primeiro, mas eu acho que o que realmente nos inspirou no começo foi a oportunidade de criar músicas melódicas e ainda assim incorporar muito do aspecto teatral, que você normalmente não utiliza quando é apenas uma banda Pop. Uma parte do aspecto musical da banda é todo o universo do cinema. Os aspectos de terror do cinema, especialmente os filmes de terror com temática religiosa.
P: No passado, vocês sempre foram perguntados se eram satânicos ou não, se era apenas teatro... mas a banda parece apenas representar uma oportunidade aos fãs de assisti-los por uma hora e imergir no show, não importando qual sua crença. Como se eles estivessem assistindo a um filme de terror.
Exatamente. Quero dizer, eu acho que é importante ter em mente que, no final do dia, nós somos um grupo de entretenimento, uma encenação, como um filme cinematográfico. É entretenimento.
Ninguém nunca questionaria alguém que escreveu algo sobre o que ele escreveu ou o filme que fez. Ninguém nunca criticou os criadores de O Exorcista ou A Profecia. Não que tudo o que estamos dizendo seja apenas uma brincadeira. Obviamente, vem de algum lugar. Existe um processo de pensamento por trás.
Mas eu acho que a maioria das pessoas falha em entender nossa crítica. Nós não estamos criticando Deus. Nós estamos criticando os homens. Essa é uma das mais fundamentais diferenças com as críticas. Quando você começa a ir para o estrelato, se fala muito sobre Deus e isso não é exatamente sobre o que nós estamos falando.
P: Então você acha que as pessoas não captam a mensagem que vocês querem passar?
Em relação à parte do entretenimento, não. Mas se eles escolherem olhar através disso tudo sob um aspecto filosófico ou teológico, eu acho que a maioria das críticas falha em entender essa diferenciação. Mas isso faz parte de ser religioso.
É o que eu estou dizendo. É por isso que ser um cristão devoto – com tudo que isso implica – é considerado como sendo um pouco prejudicial [na Suécia], porque significa que você falhou em entender certos aspectos sobre do que se trata a vida. Eu não disse que ter uma fé é prejudicial, só estou dizendo que algumas pessoas, como cristãs devotas, deixam isso passar, pois estão cegas pelo que elas escolheram não enxergar.
P: Então Papa Emeritus I e II foi e é, respectivamente. E em breve existirá um Papa III.
Sim, é assim que funciona. Mas o Papa Emeritus II estará conosco por mais um tempo.
P: Então como seria a escolha do Papa III?
Ele é escolhido pelo Clero. É como um Presidente. Existe uma bancada que decide quem será o próximo cara e nós temos apenas que segui-lo e esperar por um melhor na próxima.
Um mais legal. Que vai deixar pra trás algumas raízes carnais e não vai devorar tudo sozinho.
P: Eu tenho que perguntar: como foram as vendas dos brinquedos eróticos do Ghost?
Oh! Foram bem. Acho que estamos esgotados.
P: O Ghost tem conseguido muito nos EUA, realmente. Vocês fizeram da música satânica - seja com as pessoas acreditando realmente nisso ou apenas fingindo acreditar por uma hora - algo popular . Vocês também têm mantido muito bem as suas identidades em segredo. E tem feito essa mistura de Pop e Death Metal soar absurdamente confortável. Então o que vem agora?
Nosso itinerário está mais ou menos assim: nós estaremos em turnê até Agosto do ano que vem. Então iremos pro estúdio para gravar e ter um álbum lançado na primavera de 2015 [entre Março e Junho]. Agora estamos construindo material, trabalhando em um conceito para que fique pronto para esse próximo ano.
Nós temos muitos planos e planejamos continuar a crescer muito. Estaremos de volta aos EUA na próxima primavera para uma turnê.
P: Para o álbum do próximo ano, o Papa II ainda estará envolvido ou será o Papa III?
Papa III estará conosco.
Para conferir a entrevista completa, em inglês, acesse: http://blogs.phoenixnewtimes.com/uponsun/2013/10/ghost-bc-interview-nameless-ghoul.php
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