Dave Lombardo: eles não eram amigos, apenas parceiros de negócios
Por Fernando Portelada
Fonte: Blabbermouth
Postado em 10 de março de 2014
Mark Dean do Myglobalmind, recentemente conduziu uma entrevista com o ex-baterista do SLAYER e atual PHILM, Dave Lombardo. Alguns trechos desta conversa estão disponíveis abaixo.
Myglobalmind: Olhando para trás, durante sua extensiva carreira musical, qual foram em particular os pontos altos e baixos?
Dave: "Bem, isso flutua em altos e baixos, entende. Um ponto baixo foi provavelmente em janeiro do ano passando, quando tudo aconteceu, você sabe, com o SLAYER. Estávamos caminhando para isso, você sabe, infelizmente. Bem, não caminhando para isso, porque minhas malas estavam prontas para ir [com a banda para o Soundwave festival na Austrália]."
Myglobalmind: Isso foi difícil para você em um nível pessoal? Já que eles eram seus amigos, e pessoas com quem você cresceu.
Dave: "Sim, isso é estranho. E triste também, porque agora eu percebo que eles não eram realmente meus amigos. Eles eram só parceiros de negócios. Eu vivi e passei muito tempo com eles, como se fossem meus amigos. ‘Uau, esses caras estão cuidado de mim’ e isso meio que foi pelo outro caminho."
Myglobalmind: Como você se sente após um ano? Sua atitude com a situação abrandou, ou...?
Dave: "Sim, claro. Agora estou mais: ‘Merda acontece.’ Continue em frente, você sabe."
Myglobalmind: você geralmente é uma pessoa modesta sobre seu talento musical e habilidade? Como você lida, por exemplo, com elogios? Eu li um exemplo, em que Bill Ward [do BLACK SABBATH] chamou você de ‘um dos melhores bateristas do metal’.
Dave: "Sim, fico honrado. Primeiro de tudo, tenho honra de ter Bill Ward com meu amigo. Esse é um cara que eu vi em todos esses discos e ouvi sua música, e toquei suas músicas quando era criança. Para mim conhecer Bill é algo surreal e estranho, mas é incrível."
Myglobalmind: Como você se sente sendo um músico de turnês na era da Internet. É mais difícil ganhar a vida?
Dave: "Sim, é."
Myglobalmind: Você consegue fazer somente isso? Eu falei com caras que tem carreiras estabelecidas e ainda tem que achar outros empregos, porque não podem se sustentar somente da música.
Dave: "Bem, você tem que achar outras formas de ser criativo e outras formas de vender sua música e de se recriar. Uma vez que a Internet chegou ao cenário, tudo se misturou, e a primeira foi a indústria musical, porque todos estavam baixando música, então eles começaram a se separar e achar formas de ganhar a vida. Então você só tem que ser criativo. Sim, é difícil, e um pouco diferente. Os royalties não são o mesmo dos CDs físicos, mas existem outros locais e outras formas de renda que você só precisa se cadastrar e começar a receber royalties das músicas que você gravou. Eu nunca soube disso até há uns seis meses atrás. E eu fiquei: ‘Uau, só preciso ver meu e-mail’. Tudo que fiz foi somente registrar meu nome e toda a música que já gravei em minha vida."
Myglobalmind: Você não estava ciente desse tipo de royalties?
Dave: "Não. Ninguém me contou. Muito obrigado."
Myglobalmind: E quanto sua saúde com o passar dos anos? Tocar bateria nessa velocidade e níveis de energia que você exibe no palco, isso teve algum efeito adverso em sua saúde?
Dave: "Nada. Absolutamente nenhum. Graças a Deus eu estou saudável. A única coisa que deu errado é que eu quebrei a perna e tive que parar por quatro semanas [...]"
Myglobalmind: Tocar esse tipo de música cria a chance de isso afetar sua saúde...
Dave: "Eu comecei o PHILM, você sabe, quando eu notei que o SLAYER, de certa forma, estava desmoronando, não somente com Jeff [Hanneman, guitarra], mas com Tom [Araya] e Kerry [King] não tomando conta de si mesmos. Eles devem ser cuidadosos, mas não sou eu que vai falar isso."
Myglobalmind: Ninguém devia falar isso
Dave: "Ninguém, e eu mesmo que não."
Myglobalmind: "Ele é um personagem bem intimidador, devo dizer."
Dave: "Sim, claro. Ele tem muitas inseguranças."
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