Lojas de Discos: mais importantes e relevantes do que nunca
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 19 de abril de 2014
Neste RECORD STORE DAY [19 de Abril], a revista inglesa NME divulga uma conversa com o produtor e rapper CHUCK D [que chegou a colaborar com os thrashers nova-iorquinos do ANTHRAX na faixa "Bring The Noise" ao lado de seu grupo, o PUBLIC ENEMY] sobre sua visão do futuro do varejo musical:
"Eu venho da cultura DJ. Nós, DJs, reconhecemos a importância dos discos e a importância da cultura musical. As lojas independentes de discos têm fortalecido a curadoria dos discos e da música à medida que a cena amadurece. As lojas que influenciaram a nós, músicos, são lugares que sopraram vida em nós tanto quanto os fabricantes da música, tal como os colecionadores. E é por isso que a sobrevivência das lojas de discos ao redor do mundo é tão importante.
Tudo está na internet – tudo. Mas se você não sabe ler a internet e interpretar o que está ali, então ela é inútil. As lojas de discos são nossas curadorias. Elas são os sistemas de GPS para nos guiar através do que está na rede – elas lhe ajudam a entender o que é o que.
Ser embaixador do Record Store Day não se trata de uma visão romântica da volta do vinil e uma moda. Eu acho que se trata de fazer com que as lojas de discos saibam que elas podem ser independentes e flexíveis o suficiente para se adaptarem a qualquer tipo de avalanche tecnológica que vier. Eu não fico ofendido ao ver um anúncio com os dizeres "LP, CD, DL" nele, mas acho que a sobrevivência das lojas de disco gira em torno de prestar atenção no passado tanto quanto prestamos ao futuro.
Lojas independentes devem estar aptas a abrir suas asas e mostrar sua flexibilidade, e também a manter a alma e a emoção de tudo isso. Vai além de simplesmente dirigir-se a uma loja de discos e comprar álbuns de vinil: trata-se de ir até lá e poder absorver conteúdo, dados, itens colecionáveis, estilo de vida, relevância.
Eu acho que a chave é entender a mudança na linguagem. As pessoas me perguntam, "Chuck, mano, que tipo de música nova você curte?" e eu respondo, "Bem, eu curto o novo Big Joe Turner, de 1957. É novo, porque eu não conhecia! É novo para mim. Você não tem como forçar o público a dizer o que é novo e o que não é – especialmente não no momento. John Sebastian, do Lovin’ Spoonful, é novo para uma massa crítica de pessoas. O T-Rex é novo. Phil Lynott é novo. Eu acho que as lojas de discos podem trabalhar em conferência com as pessoas ao propiciar essas descobertas, e ajudá-las a achar mais e mais.
As lojas de discos são bibliotecas sônicas que podem oferecer a curadoria que as gravadoras não podem e não farão. È por isso que eu sou um grande fã da ideia de que toda loja independente de discos deveria ter sua própria estação de rádio digital. E já que elas são independentes, mesmo que as leis digam ‘não’, então que sejam as novas estações piratas de rádio – as lojas de disco sendo suas próprias estações de rádio. Então esse é meu primeiro discurso rebelde no papel de embaixador do Record Store Day – tentar fazer com que toda loja independente de discos tenha sua própria estação de rádio."
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