Roger: "Qualquer esquerda, não só a brasileira, é uma merda"
Postado em 11 de abril de 2014
Abaixo alguns trechos do virtualmente polêmico Roger, vocalista do Ultraje a Rigor, em entrevista de 2014 ao jornalista Morris Kachani.
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Você ainda acha que "a gente somos inútil"?
Eu acho. Quando fiz essa música estava voltando dos Estados Unidos, onde fui morar em 79. Tomei um baque grande de ver o que era a democracia de verdade. A gente ainda estava no finzinho da ditadura, a maioria não fazia ideia e nem hoje faz do que seja realmente uma democracia. Tudo aqui é uma merda. Quando vamos mudar o padrão de uma tomada, ao invés de adotar o padrão internacional, inventamos um padrão esdrúxulo.
Estamos numa democracia?
Estamos em uma democracia fingida como na Venezuela. Não é só porque tem votação que tem democracia. Não é porque a maioria quer que isso é democracia. A democracia prevê um embate das forças e alternância de poder. E aqui há diversos subterfúgios, inclusive de dar dinheiro pro povo, espécie de coronelismo que sempre existiu.
O governo Lula foi bom para o Brasil?
Sinceramente acho que foi ruim, o que ele fez foi manter a inflação estabilizada com um programa que vinha do governo anterior. O que ele mais fez foi demagogia o tempo inteiro. Dizem que elevou a classe c mas pra falar a verdade não sei se isso não aconteceria naturalmente com o dinheiro estabilizado.
E Dilma?
Se o país estivesse progredindo ok, mas não está. Estamos parados. E o Bolsa Família, que era para ser um analgésico, vai continuar para sempre, para garantir os 40% de votos que ela necessita para ser reeleita.
Como você se define politicamente?
Voto normalmente pra coisa ficar equilibrada. Esse é o segredo da democracia, se o poder está pendendo muito pra direita, é bom calibrar um pouco pra esquerda, e vice-versa. De todo jeito, sou mais pelo indivíduo do que pelos grupos – na coletividade, sempre tem a desculpa de que "a culpa não é minha, é do grupo".
O que você defende?
Como força política acredito no liberalismo capitalista. Vivi isso, sei que funciona e não é só nos Estados Unidos. Na China, que é comunista, investiram pesado e estão na liderança do mundo. Gosto da ideia de que quanto menos interferência do Estado, melhor. Ele tem que regular, fiscalizar, mas não gosto da burocracia.
Que reflexão faz sobre os 50 anos do golpe militar?
Após tantos anos de ditadura criou-se a ideia de que a esquerda é tudo de bom, de que é boazinha e tal. Não vejo assim. Qualquer esquerda, não só a brasileira, é uma merda falida, com uns exemplos como Fidel Castro que socializou a miséria. Todo mundo quer é igualdade na riqueza. Isso não é fútil, as pessoas querem conforto e serviços. Agora aqui todo mundo só quer o direito, não quer os deveres.
E o que dizer sobre a direita?
A direita aqui é inexistente. A esquerda gosta de associar a direita a torturadores militares ou a Hitler, como se eles fossem o único tipo. Mas veja não sou de direita, tenho valores da direita e da esquerda, por incrível que pareça.
Você sofre preconceito na classe artística por conta de suas opiniões?
Não, pra minha surpresa a maioria está do meu lado. Tem um ou outro enganado que foi pro outro lado. Naturalmente estou mais próximo dos artistas de minha geração, como a turma do Casseta, o Lobão, Paralamas. Entre a velha guarda a convivência é pacífica.
A entrevista pode ser lida na íntegra no link abaixo.
http://blogdomorris.blogfolha.uol.com.br/2014/04/10/roger-do-ultraje-a-gente-nao-saiu-da-ditadura/
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